Capítulo 1

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Quanto mais sofrimento, mais forte você se torna, bom, este era o meu jeito de pensar para não achar que fui amaldiçoada quando criança, só isto ia justificar o fato de que desde criança só acontece coisas más comigo, não que eu sofra mais que todos. Sei que no mundo a gente se sofreu muito mais que eu.

Vejo o horário do meu celular, já são 7 Horas e 10 minutos, volto a colocar o meu telefone no bolso da calça jeans preta que eu vestia.

Olho em volta das grandes ruas de New York e logo avistando o ônibus que vai me levar para o hospital, entro no ônibus e entrego o bilhete para o motorista indo me sentar. O auto-ônibus dá partida em 30 minutos, após ele para no ponto de ônibus e desço, ando até a entrada da clínica, cumprimentando o guarda do hospital.

ㅡBom dia Lopes! ㅡFalo para ele com um tom de voz alegre, senhor Lopes é um grande amigo desde que comecei a estagiar aqui, no hospital.

ㅡBom dia, menina, tenha uma ótima manhã ㅡSorrio docemente para ele e entro pelas portas da clínica.

Aceno para Lisa, senhora que fica na recepção, e vou à sala onde tem os armários, abro o meu e retiro meu uniforme, entro no banheiro e me visto. Saio do cômodo e vou até a sala do doutor responsável, o Dr. Smith, bato uma vez e recebo um "entre", adentro na sala e seguro firme em meu bloco de notas ele faz um gesto com a mão indicando a cadeira pra que eu me sente e eu obedeço.

ㅡBom dia. Doutor Smith, já estou pronta, é só o senhor mandar, que eu faço ㅡEle me olha e sorri.

ㅡ Bom dia, senhorita Miller. E como sempre bastante prestativa, os seus professores não mentiram desde que você começou estagiar, mesmo estando apenas no segundo ano, és bem inteligente, isto é muito bom - Ele tinha razão, nunca que alguém com apenas o segundo ano já esteja fazendo estágio, e eu tive sorte, em.

ㅡE muito obrigada pela chance, mas, agora, quero saber minhas tarefas para hoje.

ㅡAh, claro, hoje você vai...- ele encara o papel que estava sobre sua mesa e contínua ㅡ... Para a ala infantil, fazer os relatórios e depois podes ir ㅡTermino de anotar e me levanto.

ㅡCerto. Até mais ㅡEle acena e eu saio do escritório. Vou para a ala infantil e atendo algumas crianças, quando já são 11 horas e 30 minutos, significa que está na hora do meu descanso e decido ir tomar um café, afinal, não comi nada hoje.

Caminho até o refeitório com o notebook na mão, me sentando em uma das cadeiras perto das mesas, abro o notebook e começo a investigar algumas coisas, a garçonete para com seu caderninho e a caneta pronta para anotar o meu pedido.

ㅡO que vai querer? - ela pergunta sorridente.

ㅡEu vou querer um bolo de limão e uma limonada, por favor! ㅡSorrio para a garçonete, ela termina de anotar e se vai. Continuo anotando no notebook quando ela volta com o meu pedido.

ㅡAqui está! ㅡ Ela fala colocando na mesa o meu pedido.

ㅡ Obrigada. Ela se afasta e eu começo a comer tranquilamente, muita coisa mudou desde que eu me mudei para este estado.

Nem parece que á dois anos que perdi meus avôs, que deixei minha cidade e que não tenho nenhum familiar vivo, literalmente. Meus pensamentos são interrompidos quando dois seres que fazem minha vida um inferno aqui, no hospital.

Desde que cheguei, eu fiz bons amigos, o senhor Lopes, a Lisa e a doutora Cristina, mas elas nunca gostaram de mim. Dizem que eu estou fazendo estágio porque dormi com o professor, o caso é que ela não aceita que, alguém menor, já esteja fase em do estágio, já que a mesma tem 24 anos.

ㅡMelissa e Bruna... Em que posso ajudá-las? ㅡPerguntei ironicamente.

ㅡA vadia nerd, como está seus amantes grotescos ㅡTenho que manter à calma, ela só quer me provocar.

ㅡMelissa eu não tenho nenhum amantes grotescos, apenas tenho inteligência um coisa que parece que falta em você nem ㅡEla parece que vai espumar de raiva.

ㅡ A vadiazinha sabe falar! ㅡBruna somente ri, que triste que a melissa manda nela.

ㅡSe tem alguma vadia aqui, é você ㅡEla não se controla, joga meu prato de bolo no chão e se levanta.

ㅡEstúpida! ㅡ Ela vai embora junto com a cobra menor, as pessoas do refeitório estão olhando, a garçonete vem com um balde para limpar.

ㅡNão, deixa que eu limpo, afinal, não foi você que sujou ㅡDigo a ela e seguro o pano com minha mão, porém ela volta a tirá-lo.

ㅡ E nem mesmo você, então vá lá fazer seu trabalho, que eu faço o meu ㅡ ela diz apontando para a saída, sorrio pra ela, pego meus pertences e saio de lá.

Após eu sair do refeitório, volto para a ala infantil. Eu amo cuidar de crianças, eu poderia fazer a pediatria, mas decidi pela medicina geral. Cuidava da ala sozinha, segundo o doutor Smith, eu era boa com bebês, apenas aceitei, de qualquer forma, sempre vivi na base das regras.

Sempre fui aquele tipo de criança que não dava problemas, não de propósito. Meus problemas começaram depois da minha festa de cinco anos, eu tinha acabado de perder meus pais em um incêndio, isso não saia da minha cabeça até hoje.

Meus avós pensaram que uma festa iria me animar, eles convidaram toda a minha classe, no entanto, nenhum deles veio. Eu não fiquei triste, porque eu sabia que eles não iriam vir. Meus colegas sempre fizeram piadinhas com o incêndio, mas eu era incapaz de ofender nenhum deles, de qualquer forma, espanto estes pensamentos e volto a terminar meu trabalho.

Por volta das 13 horas, termino meu trabalho na ala infantil e os relatórios já preenchidos, vou à sala dos armários e retiro o uniforme guardando nas gavetas. Pego minhas coisas, saio da sala e vou até recepção.

ㅡOlá Lisa ㅡMenciono o seu nome e ela sorri para mim enquanto termina de falar em seu celular.

Lembra quando eu disse que encontrei bons amigos? Mas não amigos da minha idade, já que a Lisa tem 30, o senhor Lopes 35 e a Doutora Cristina 29 anos, mas é ótimo conversar com eles.

ㅡTerra chamando kyra ㅡEla percebe que me perdi em meus pensamentos e estala os dedos na minha face, isto acontece muito.

ㅡAh... Desculpa viajei, eu somente vim aqui te pedir para entregar ao doutor Smith esses relatórios ㅡ Pego os relatórios e entrego á ela, que agarra com uma de suas mãos.

ㅡ Ah, certo! ㅡ Ela fala com empolgação em sua voz.

ㅡObrigada, tchau - ela acena pra mim saio do hospital.

Ando até ao ponto de ônibus, espero alguns minutos e ele chega, entro nele, fazendo o mesmo de sempre, desde que comecei a subir nos transportes público de New York.

Quando chegou no local e desço do ônibus, a pouca distância até ao meu apartamento facilita. Chego nele, abro a porta e olho em volta. Este pequeno apartamento se tornou meu lar desde que me mudei.

Deixo minhas coisas no sofá e vou tomar um banho para relaxar, visto uma camiseta grande e uma calcinha. Sento-me no sofá e começo a fazer meus trabalhos da faculdade, por conta do cansaço, descanso.

Quando desperto, já é a hora de ir para lanchonete. Como já havia tomado um banho, apenas tirei a camiseta e coloquei o uniforme de trabalho; Um vestido xadrez na cor azul, justo em cima, rodado em baixo e termina no final da coxa. Coloco o casaco e pego a bolsa junto com o celular, saio de casa e tranco porta, caminhando até a lanchonete que é um pouco perto do apartamento.

Foi o único emprego que consegui quando me mudei, cheguei ao local faltando alguns minutos para meu turno começar, e o lugar está pouco movimentado, me aproximo do balanço e a pessoa do outro lado do balcão sorri para mim e eu sorrio de volta.

A Imperfeição CruzadaOnde histórias criam vida. Descubra agora