Capítulo 18

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Não acredito que esse cretino tem a coragem de dirigir a palavra a minha pessoa. O sorrisinho debochado me deixou mais irritado, meu dia estava sendo tão proveitoso até aquele momento. Observei o ruivo a minha frente e ele trajava roupas sociais indicando que estava em horário de trabalho.

― O que você quer? – minha voz saiu carregada de irritação.

― Não precisa ficar irritado, Naruto. – passou a mão pelo cabelo. ― Só quero agradecer por deixar o caminho livre. Aliás, por ter poupado Itachi de fazer isso.

― O que?

― Oras Naruto! Achou que Itachi ficaria com você até quando? Ele é intenso e gosta de desafios, aventuras. E você? Com essa pose de marido perfeito, devia ser um tédio pra ele. Em compensação comigo ele pode extravasar o quanto quiser. Ah! Quantas posições nós fizemos naquele escritório, ele é um homem insaciável...

― Olha aqui seu maldito. Não me interessa o que vocês fizeram ou faz naquela merda e pouco me importa as formas que Itachi te comeu, porque foi só isso. Acha mesmo que ele vai ficar com um qualquer como você? Alguém que se envolve com homens casados? Pode ir tirando o cavalinho da chuva Sasori. Não pense que ele vai correr pros seus braços, saiba que não estamos juntos porque EU não quero. Engraçado não é? Um homem que vive no tédio como você disse querer continuar assim é porque o marido perfeito aqui é tão intenso quanto ele... Agora se me der licença. – abri a porta do carro.

― Escuta aqui. – fui puxado com força e tive as costas batida contra o carro. ― Itachi é meu e espero que se mantenha longe dele para o seu bem e do seu pirralho. – naquele momento eu não pensei em nada, minha visão escureceu e quando voltou vi Sasori caído na calçada com a boca sangrando. Minhas mãos estavam fechadas em punho. Eu o tinha socado.

― Escuta aqui você seu vagabundo. Você pode fazer o que quiser com Itachi, dormir com ele, casar com ele eu sei lá o que, mas não ouse falar ou se aproximar do meu filho ou eu acabo com você. – cuspi no chão sentindo o amargor subir pela garganta e se instalar na minha boca. Entrei no carro e dirigi apressado, precisava ver meu filho.

Quando cheguei em casa procurei me acalmar antes de entrar, sabia que Kushina perceberia algo e não queria falar sobre aquilo. Andei pela casa e qual foi minha surpresa ao parar na porta, que dava acesso ao quintal, e ver Sasuke brincando com Hiroki. Os dois brincavam próximo aonde realizávamos nossas refeições, Sasuke estava sentado no chão com Hiroki em seu colo, enquanto montavam um dinossauro com as pecinhas de lego. Kushina, mais adiante sentada na espreguiçadeira estofada, lia um livro. Observei atentamente os dois morenos, Sasuke tinha os cabelos parcialmente presos, usava bermuda jeans e camiseta, no pé uma alpargata. Hiroki estava apenas de shorts e descalço. Quem não os conhecesse acharia que era pai e filho ali, Sasuke seria um excelente pai, carinhoso, atencioso e protetor. De repente senti meu sangue esquentar, mas dessa vez não de raiva, mas com o rumo de meus pensamentos. Imaginar que posso realizar esse desejo e dar um filho pra ele, pensar em nós dois conectados entre os lençóis, suas mãos pelo meu corpo, sua masculinidade contra minha sentir ele ganhando espaço dentro de mim... Céus! O que estou pensando? Limpei o suor que escorria pela minha testa e fechei os olhos com força respirando fundo.

― Papai! – assustei-me ao ter Hiroki abraçado nas minhas pernas. Abaixei e o carreguei.

― Oi meu amor. – beijei seu rosto e percebi-o sujo de chocolate. ― O que é isso? – apontei para as bochechinhas sujas.

― Ah papai... Foi o tio Sas... – respondeu fazendo bico, aos poucos ele estava aprendendo a pronunciar as palavras corretamente.

― O tio Sas, é? – encarei o moreno que vinha sorridente na minha direção. Os fios que não estavam presos pelo elástico caiam sobre seu rosto e foi tão sexy a forma como ele os tirou da face e me encarou.

Medo e Desejo - O desenrolar...Onde histórias criam vida. Descubra agora