Capítulo 3 - 2

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ATT DUPLA 1/2

ATT DUPLA 1/2

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- Aceito. - Digo abrindo a porta de Caleb de supetão na quarta-feira e de quebra, encontro Caleb dando o maior amasso em Luz, ou melhor, Cassidy.

Era de praxe que nesse horário, Caleb se trancava em seu escritório. Agora sei o motivo.

Passei todo o domingo pensando nas palavras do médico. O quadro do meu pai havia piorado e bom... os tratamentos agora seriam mais intensos, o que seria ainda mais caro. A única coisa que eu poderia fazer era concordar. Ele não havia me dado muitas esperanças sobre o nível de saúde em que ele se encontra, mas era a única alternativa.

Luz pula de susto e tenta se recompor, se cobrindo com a roupa enrolada em sua barriga.

- Me perdoem, eu... volto depois e... ai, Deus... - Fecho a porta no mesmo instante, atordoada com a cena que vi. Aperto meus olhos e me pergunto por que raios não bati na porta antes de sair gritando que aceitava ter meu nome como opção para... sexo.

- Não, Hedonê, pode entrar. - Escuto a voz de Caleb atrás da porta.

Envergonhada, continuo paralisada, encarando a porta que agora se abre. Luz aparece diante e olho para baixo.

- Me desculpa eu... Volto depois, sabe... não era tão urgente. - Me viro para seguir pelo corredor mas Caleb me para.

- Hedonê... entre. - Manda.

Certo, isto era uma grande merda.

Ainda indecisa, entro no local passando por Luz, que de cabeça baixa, some pelo corredor, encolhida. Fecho a porta ainda constrangida e não paro de pedir desculpas.

- Mil perdões, eu não sabia que...

- Tudo bem, Hedonê. - Tenta me tranquilizar. - O que ia dizer? O que você aceita?

Arranho a garganta e sento em uma das poltronas posta em frente sua mesa. Mexo uma mão na outra por conta no nervosismo.

- Aceito os... extras. - Arranho novamente a garganta.

Era complicado admitir que estava cedendo. Caleb me encara confuso, mas rapidamente - e ainda bem - entende o que quero dizer. Afirmar em voz alta que eu iria aceitar fazer sexo em troca de dinheiro era me autotitular como minha tia havia me chamado. Estou aceitando ser uma puta.

Logo me lembrei da primeira vez que ele havia conversado comigo sobre. Uma vez que eu aceite, não teria como parar. Só pararia caso eu me demitisse ou ele. Era uma regra dele. E eu, com raiva e perplexa com sua ousadia, o chamei de aproveitador e gritei que jamais me submeteria a algo tão baixo.

Bem, olha só a hipocrisia.

- O que a fez decidir se vender por dinheiro, Helena? - Me chama pelo nome e depois estala a língua.

Ele sabia o nome de cada uma aqui, e mesmo assim nos chamava pelo nome que inventamos. Exceto, claro, em alguns casos. Como este.

- Contas.

Como tudo irá ficar mais caro, precisarei de ainda mais dinheiro para pagar a conta do hospital ainda do ano passado e desse ano. Tenho um ano inteiro acumulado e alguns meses do outro. Oitenta mil não era bem um valor fácil de se pagar com o que restava por mês.

- Você vai começar como todas. Na primeira vez será escolhida, não importa por quem e, depois de alguns dias, você escolhrá. E... sabe que não tem volta, certo? Quer dizer, tem, mas a multa é bem gorda.

Afirmo com um balançar de cabeça, ciente de tudo.

- Sim, sei. - Digo com a maior certeza de que eu acabei de arruinar a minha dignidade.

Pensativo, Caleb finalmente concorda:

- Vou imprimir a papelada.

(...)

Respira Helena, só... respira... Minha primeira noite... Sexta-feira.

Meu nome estava na lista pela primeia vez como opção para os quartos. Sexo. Tudo isso me dava um frio na barriga. Estou fazendo por necessidade, igual a todas que precisam de um extra. Foque nisso, apenas nisso.

Fecho os olhos e continuo dançando, fingindo não estar sendo observada por homens e mulheres, tentando não pensar negativo.

Por que eu assinei aquela merda?

- Realxa. - Luz sussurra para mim, me assustando. - Dá para ver seu nervosismo de longe, Hedonê.

Ela dança junto comigo, trazendo ainda mais olhares. Logo hoje, que não queria ser o foco principal.

- É por que é exatamente como estou. - Respondo.

- Eu sei, já estive em seu lugar. Todas nós. - Me conforta. Ou tenta, o que era um pouco acolhedor. - Por favor, não conte aninguém sobre o que viu, eu...

- Não vi nada. - Minto.

- Sei que viu, mas estou realmente implorando para não contar. Eu amo ele, de verdade, mas... sei que não é recíproco. Preciso desse emprego. É como sustento minha filha.

Encaro-a surpresa. Não sabia que Luz tem uma filha. Acho que ninguém sabia de verdade os problemas da outra, apenas que estavam todas aqui por um único motivo: pagar contas.

- Não se preocupe, não irei...

- Aos respectivos casais... ou não, a hora de vocês chegaram... - O DJ anuncia, avisando que era hora de entrar em cena. - Hoje, nossa casa tem mais uma integrante na lista. Nossa cobiçada Hedonê. - Os aplausos surgem me fazendo arrepiar. De um modo ruim.

A música volta a tocar e alguns casais seguem para o corredor. Os quartos de casais ficavam no segundo andar, já os de solteiros que escolhiam uma das damas, ficavam no térreo.

Cada solteiro possuía a chave do quarto correspondente onde ficaria pelo tempo pago. Os serviços eram três vezes mais caros caso escolhessem alguém do que ir de casal.

- Hedonê? - Uma voz masculina e roupa me chama, me fazendo arrepiar.

Luz já havia sumido de seu posto, acompanhando um homem e nem sequer percebi. Volto minha atenção para o primeiro homem que teria meu corpo. Sua máscara cobria quase todo seu rosto, não me deixando nenhum pouco feliz pela curiosidade.

- Sim? - Minha voz falha.

- Você é minha acompanhante por esta noite.

Esta noite... ele comprou o serviço pela noite toda.

Duas faces de Hedonê [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora