Avisos da autora:
Bom, eu separei este capítulo em duas partes pois enquanto escrevia me toquei do quão longo estava. Assim sendo, decidi dividi-lo para ficar melhor ;3
Agora sim!
Boa leitura ^^*Terry on*
Fechei a porta do quarto de Selene já indo em direção para o banheiro, já que eu tinha que tomar meus remédios. É estranho e até assustador a quantidade de medicamentos que tenho de tomar para tentar ter uma vida consideravelmente normal, isso com apenas vinte e um anos. Só agora de noite tomei cinco comprimidos diferentes. Vamos lá, eu sou muito novo. Mas quem se importa, não é mesmo?
Depois de tomar meus remédios fui direto para o meu quarto para ver se hoje eu conseguia ter uma noite de sono normal. É, acho que isso é pedir demais. Fui dormir e vi as onze horas no relógio na cabeceira da cama. Acordei com falta de ar, o que é algo até que muito comum para mim, e então olhei para o relógio: Era uma da manhã. Eu só dormi por duas horas! Bom... Melhor do que nada, não é verdade?
Eu tentei dormir novamente, porém não consegui. Assim sendo decidi ir beber um copo d'água na cozinha, então sai do meu quarto indo em direção para lá. Peguei um copo, enchi de água do meu filtro, bebi e, após lavá-lo e guardá-lo, fui em direção ao meu quarto. Mas antes até mesmo de eu pegar na maçaneta, ouvi algo estranho do quarto de Seli. Parecia um... Choro?!?
Preocupado abri a porta e vi Selene chorando agarrada no cobertor, ela parecia desesperada. Fui até Seli, sentei ao seu lado e a abracei.
- Shhhh... Já passou, Seli, já passou... – Disse na tentativa de acalmá-la enquanto acariciava sua cabeça, fazendo cafuné nela.
- E-ele... não me deixa em p-paz!... – Selene chorava e soluçava.
“Afinal, quem é esse 'ele' que ela está falando?” eu me perguntava enquanto tentava a tranquilizar. A pequena garota me abraçou com força. Conseguia sentir suas lágrimas molhando meu peito.
- Não se preocupe, eu estou aqui. Não vou deixar ele te machucar. – Disse a abraçando. Mesmo querendo muito, não a perguntei quem era ele. Bom, ela já estava muito assustada com isso, não queria piorar as coisas.
- Aind... Esc... To.... – Ela falou, mas não entendi nada, ela disse partes sussurrando, outras estava soluçando.
- Eu sei, Seli, eu sei... – Disse tentando consolá-la enquanto dava alguns beijinhos na sua cabeça como forma de carinho.
Finalmente, depois de duas horas acalentando-a, ela finalmente se acalmou e então a pus de volta na cama. Demorei para tomar coragem de sair do quarto. Eu estava preocupado, muito preocupado... Olhei para o relógio da parede: Já eram três da manhã. Então decidi me arrumar para ir ao trabalho. Estava cansado e meio desesperado, mas assim é a vida adulta: Cansativa e desesperadora.
Fui ao banheiro com a minha toalha, fui para debaixo do chuveiro e comecei a me banhar. “E se isso se repetir?” comecei a pensar enquanto a água quentinha caía sobre minha cabeça “E se acontecer algo com Selene e eu não estiver aqui? Naquele estado ela não conseguiria pedir ajuda. E, mesmo se conseguisse, ela não sabe meu número para me ligar.” A preocupação me consumia por inteiro.
Terminei meu banho, me enxuguei e fui para o quarto me trocar. Pus uma calça social preta, a minha camisa social branca e por cima vesti o suéter que minha avó me deu de natal no ano passado. E sim, eu uso os suéteres que minha avó costura. Praticamente todos me acham infantil, mas eu não me importo. Eles são aconchegantes, quentinhos e ainda muito bonitos.
Me arrumei e fui para a sala de estar. Me sentei no sofá, ainda aflito com o que havia acontecido com a Selene. E então me veio uma ideia à mente: “E se eu levasse a Selene para o trabalho?”. Era perfeito, se eu a levar ela pra lá Seli não ficaria só, além de eu poder ficar de olho nela para qualquer problema que lhe acontecesse.
Bom, como eu e o Marvin vamos ir ao trabalho juntos, decidi falar para ele sobre eu levar Selene para a empresa, para também saber a sua opinião quanto a ideia. Ele é o homem mais sensato que conheço e sempre sabe o melhor a se fazer. Ai, como amo esse homem! Peguei o meu celular, cliquei no contato “💗Marvin💗”, apertei o botão “ligar” e o pus no ouvido esperando ele atender.
- Alô? – A voz cansada de Marvin soou no telefone. Acho que o acordei com essa ligação, haha. – Quem é?
- Oi, é o Terry!
- Terry? Terry... – Disse bocejando. Aparentava estar confuso. Até que finalmente se deu conta do que estava ocorrendo. – Espera aí... TERRY?!
- É, eu mesmo.
- O que você está fazendo acordado agora?!
- Nada não.
Já estava me preparando para ouvir Marvin dando um ataque, já que interrompi seu momento de descanso. Mas ele respirou fundo e disse, tentando manter a calma:
- Certo... Mas porque você está me ligando, hein?
- Acho que tenho que te explicar primeiro. Bom, ontem eu fui para o enterro de um tio, um tal de Met.
- Hum, continue.
- Então, né'. No funeral eu encontrei uma menina. Ela tem uns catorze, quase a idade do Rafael. – Falei mencionando o irmão mais novo dele, que tem 15 anos. – Ela estava sozinha e, aparentemente, ela morava com esse tio Met e ninguém queria ficar com a guarda dela. Então...
- Espera, deixa eu adivinhar – Ele me interrompeu. – Você ficou com a guarda da menina?
- Sim. Como você adivinhou?
- Não me leve a mal, Terry, mas você é muito previsível.
- Huf!... – Bufei logo voltando para o assunto que estávamos. - Enfim. Estou pensando seriamente em levar a menina para o trabalho hoje.
- O quê?! – Ele gritou. De fundo consegui ouvir algo cair. – Merda, meu óculos... – Murmurou. Provável que na hora que foi pegar seus óculos se assustou e deixou eles caírem. Ele respirou bem fundo. – Terry... Você está ficando biruta por acaso?!
- Não! É que... Ela acordou de madrugada chorando e estou com medo de deixá-la só...
Nós dois nos calamos por um bom tempo, até que o suspiro de Marvin corta o silêncio profundo daquela ligação.
- Bom, se é assim, pode contar comigo.
- Aí! Sério? Obrigado!
Ele deu uma risadinha:
- Sim, sim, claro haha. Mas tenta tomar cuidado com o Saul hoje. Você sabe bem como nosso chefe é e se ele te ver com ela certamente irá usar isso contra você do jeito que for.
- Certo, tomarei cuidado! – Disse dando uma risadinha. – Bom, nos vemos no ponto de ônibus!
- Nos vemos lá! – Marvin disse então desligando o telefone.
Opa! E aí!
Espero que tenham gostado. Gostei muito de fazer esse capítulo, realmente me diverti escrevendo-o.
Bem... Tchau e até a próxima parte ^^)/
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The Brother, The Sister
No FicciónTerry é um jovem de 21 anos que vivia sua vida normalmente, até que recebeu uma carta misteriosa que estava escrito: "Caro Terry, Lamentamos porém seu tio Met faleceu, por favor, compareça ao funeral", havia também o endereço do local do funeral. Te...