Tip refletiu:
"É uma coisa difícil, ser uma estátua de mármore." Ele pensou com relutância. "Eu não ficarei aqui para isso. Ela disse que eu tenho sido um incômodo para ela por anos então ela vai se livrar de mim. Bem, há uma maneira melhor do que virar uma estátua. Nenhum garoto pode se divertir ficando parado no meio de um jardim pela vida toda! Eu fugirei, é isso o que farei e eu devo ir antes que ela me faça beber aquela poção fedorenta que está lá na chaleira."
Ele ficou esperando ouvir os roncos da velha bruxa, que provavam que ela estava dormindo e então foi até a prateleira buscar algo para comer.
"Não dá para começar uma fuga sem comida." Ele decidiu enquanto procurava por algo nas prateleiras.
Ele encontrou alguns pedaços de pão, mas ele teve que olhar na cesta de Mombi para encontrar um pouco do queijo que ela trouxera do vilarejo. Enquanto revirava o conteúdo da cesta, ele se deparou com uma caixa em que se lia "Pó da Vida."
"Eu com certeza levarei isso comigo." Ele pensou. "Ou Mombi usará isso para fazer mais maldades." Ele então colocou a caixa em seu bolso junto com o pão e o queijo.
Em seguida, o garoto saiu da casa cautelosamente e trancou a porta atrás de si. Lá fora, a lua e as estrelas brilhavam e a noite parecia tranquila e convidativa, se comparada à cozinha mal cheirosa da casa do menino.
"Vai ser muito bom poder ficar livre." Pensou Tip. "Pois eu nunca gostei daquela senhora mesmo. Eu me pergunto como eu acabei indo morar com ela."
Ele estava andando devagar pela estrada, quando um pensamento o fez parar.
"Não gosto da ideia de deixar Jack Cabeça de Abóbora por aqui com a Velha Mombi." Ele matutou. "Além disso, o Jack pertence a mim, eu o fiz – mesmo que tenha sido a bruxa quem o deu vida."
Ele voltou alguns passos até chegar no estábulo das vacas e abriu a porta da baia em que o homem estava.
Jack estava parado no meio da baia e pela luz do luar, o garoto pôde ver o sorriso alegre do boneco.
"Vamos!" Disse o menino.
"Para onde?"
"Você saberá assim que eu souber também." Respondeu Tip sorrindo simpaticamente. "Tudo o que temos que fazer agora é andar."
"Muito bem." Respondeu Jack andando desengonçado para fora do estábulo, sob a luz do luar.
Tip foi até a estrada e o homem o seguiu. Jack andava todo mole e vez ou outra, uma junta de sua perna virava para trás, o que quase o fazia cair. Mas o Cabeça de Abóbora percebia isso rapidamente e assim se esforçava para andar com cuidado para não sofrer nenhum acidente.
Tip o guiou pela estrada sem parar por um instante. Eles não conseguiram ir muito longe, mas andaram firmemente e quando a lua foi substituída pelo sol, através das colinas, eles tinham andado tanto, que o menino já não tinha motivos para estar com medo. Mais do que isso, ele tinha mudado tanto de caminho que era impossível dela segui-los ou descobrir qual caminho tinham pego e onde estavam agora.
Finalmente satisfeito por ter escapado – pelo menos por enquanto – de virar uma estátua de mármore, o garoto parou o seu companheiro e se sentou em uma pedra que estava no meio da estrada.
"Vamos tomar café da manhã." Ele disse.
Jack Cabeça de Abóbora assistiu Tip com curiosidade, mas recusou-se a participar da refeição.
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A Maravilhosa Terra de Oz
FantasiSegundo livro da coleção do Mágico de Oz, escrito por L. Frank Baum, em 1904, publicado pela editora Reilly & Britton. Aqui, trago uma tradução de minha própria autoria. Espero que gostem. Toda a tradução feita aqui é de total responsabilidade e aut...