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Terminamos o jantar, então eu fui lavar a louça e deixar tudo organizado como estava antes. Enquanto eu realizava essa atividade Noah apenas me observava e pela sua feição, não estava animado.

Assim que terminei, ele levantou - se e foi na direção de um móvel que em cima tinha sobre ele uma vitrola bem antiga, porém conservada

- Que tal um pouco de dança? - pergunta ele enquanto escolhe um vinil entre a sua coleção

-Seria bem agradável - respondo e ele já está com um disco em mãos, coloca na vitrola e uma melodia lenta é iniciada

- Vem - ele estende a mão pra mim e me aproximo, então começamos um leve bailado, meio desajeitado da minha parte, em frente a linda vista perceptível através das paredes de vidro - Essa vitrola era do meu avô - fala quando percebe o meu olhar em cima dela - Encontrei quando as reformas dessa casa foram iniciadas, e como era uma linda relíquia, restaurei seu material e agora funciona perfeitamente - encosto minha cabeça em seu ombro, apenas ouvindo tudo mais silêncio

Estávamos assim, quando eu piso em seu pé já pela terceira vez

- Olha se tem uma coisa que aprendi muito bem foi dança de salão - ele afasta os nossos rostos antes próximos - E você é muito ruim nisso - dá uma leve risada

- Pare com isso - dou um leve tapinha em seu braço - Eu não tive meu pai por muito tempo para que ele pudesse me ensinar - finalizo, mas sem tristeza

- Sinto muito - me olha sério - Eu tive aula dos meus dez anos até a metade da minha adolescência, quando comecei a me revoltar e a me interessar por rock - uma curva se forma em meus lábios

- Você é meio zangado mas não te imagino rebelde - a essa altura ainda estamos dançando, agora com os nossos corpos bem próximos novamente

- Pode apostar, eu era muito, essas músicas clássicas começaram a me enjoar naquela época - sinto seu peito a movimentar - se com sua risada - Ele solta minha mão e aponta para um porta retrato - Alí está uma prova concreta, eu deveria ter uns dezessete anos nessa foto -

Saio de seu calor para me dirigir até ao porta retrato apresentado a mim por ele. Na foto estava ele e seus pais. Os pais na foto, usavam roupas elegantes e alinhadas, enquanto Noah estava com o cabelo estilo surfista e usando uma roupa toda preta com uns coturnos bem grandes.

- É você estava bem diferente - volto a olhar para ele

- Eu estava saudável - ele olha para o chão e se direciona para o sofá - Mas e você? Como era na adolescência? - ele balança a cabeça como para afastar a melancolia ao lembrar daquela fase

- Eu era meio esquisita, não me comunicava muito - Vou ao encontro dele no sofá, percebo que ele está com a cabeça baixa e suas mãos massageam suas têmporas - Se sente bem? - pergunto

- Sim, só uma dor de cabeça... Normal - ele para a massagem - Mas me conte mais, o que gostava de fazer? - e olha para mim

- Eu sempre gostei de confeitaria, então desde muito pequena sempre gostei de ficar pela cozinha fazendo bolos e doces - finalizei, a música que vinha da vitrola ainda era calma e baixinha.

- Eu não gosto de bolos - afirmou fazendo uma cara de desgosto

- Agora eu entendi por que eu fazia bolos deliciosos e eles nunca era tocados - e então o insulto - Mas acredito que eu poderia fazer você mudar de idéia, caso prove um dos meus - sorrio leve

- Olha, acho isso uma coisa pouco provável - ele sorri de volta

- Eu dou minha palavra - levanto a mão como um sinal de juramento

Noah se levanta e vai até a vitrola, fazendo a mesma parar de funcionar, logo após começa a andar na direção de seu quarto

- Tá bem, me surpreenda amanhã no café - me lança um olhar duvidoso - Eu irei me retirar, foi um dia cansativo, porém distinto dos outros em que isso acontece - olha para distante de mim - Eu gostei, obrigado por ficar, você cozinha bem - reforça

- Eu gostei de ter ficado e obrigada também - sorrio para ele

- Você pode pegar lençóis no armário em meu quarto e esse sofá vira cama - aponta para o sofá - É confortável pode confiar - direciono meu olhar para o sofá - Boa noite Helena - É bonita a forma como meu nome se encaixa em sua voz

- Boa noite Noah - digo de volta

Ele faz seu caminho para o seu quarto e eu fico sozinha na sala. Aproveito para ligar a minha mãe e avisar que ficarei por aqui, após fazer isso, vou até o quarto dele para buscar lençóis

Assim que entro percebo que ele já está deitado e bem coberto pelas suas mantas, ele estava de olhos fechados mas logo percebo que ainda não dormia

- Se não quiser dormir com essas roupas, pode pegar uma blusa minha, ficam na parte direita - aponta

- Obrigada de novo! - agradeço e primeiro pego os lençóis

- Pare de ficar me agradecendo, só estou sendo legal - diz e se vira para o lado contrário ao que estava em sua cama

Faço então o que me foi sugerido, sigo até a parte de seu quarta roupa onde ficam suas blusas e abro. Assim que a porta é aberta, além de várias blusas, vejo gorros de várias cores, paro olho por um momento

- Já que teria que utiliza - los, você não quer que eu use apenas de uma cor né? Pode ser mais divertido que isso - depois de ser pega, agarro uma blusa sua comprida e escura.

Arrumo as coisas em meus braços e retorno à sala, arrumo o sofá e me troco, colocando minhas roupas em cima de uma poltrona. Então finalmente apago as luzes e me deito ficando bem aconchegada naquele sofá. Por mais que ele achasse outra coisa, eu ainda muito apreciava a vista e ,para mim, conexão que essas paredes de vidro me proporcionavam.

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Até amanhã!!

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