Capítulo 4 - senhorita Kim

67 11 32
                                    

Capítulo 4 - senhorita Kim


— COM LICENÇA — os detetives pediram, educadamente, ao passo que entravam no que aparentava ser a dispensa da boate, atraindo diversos olhares na sua direção — Gostaríamos de falar com a senhorita Kim Hyuna, por favor.

Haviam muitos mais funcionários na casa do que o que os policiais poderiam esperar. Era um contraste enorme entre o saguão vazio onde encontraram o proprietário e ali onde estavam no momento, no que parecia ser a cozinha do lugar.

Não, não parecia uma cozinha, mas deveria ser algo com uma função semelhante. Fogões, geladeiras, ou qualquer coisa do tipo eram inexistentes no ambiente, entretanto, havia ali armários embutidos tanto no alto das paredes quanto sobre o chão, servindo como balcões para os funcionários. Uma mesa de centro surgia no meio do minúsculo cômodo, em que cerca de quatro a cinco garotas descascavam laranjas e limas. Do outro lado, nos balcões, outros três funcionários fazia misturas alcoólicas, muito provavelmente para a noite.

Com a chegada dos detetives todos pararam o que faziam para os encarar.

— Quem são vocês? — uma das mulheres, a que aparentava ser a mais velha ali, questionou erguendo a sobrancelha.

— Eu sou o investigador Do e esse comigo é o investigador Byun. Somos policiais e- — Kyungsoo começou, mal conseguindo concluir quando pequenos murmúrios preencheram a sala.

Um dos homens que preparava a bebida, de tez escura e cabelos curtíssimos, esbugalhou os olhos.

— Aconteceu alguma coisa? — ele parecia excessivamente preocupado.

— Somos detetives, senhor, fique tranquilo. Estamos participando de uma investigação. — o Do prosseguiu — Gostaríamos de conversar com a senhorita Kim. Kim Hyuna. Ela está?

E um breve silêncio perpetuou por breves segundos em que ninguém se pronunciava. Prosseguindo até o momento em que uma garota pálida e magra, sentada acima da mesa entre duas laranjas sem cascas, levantou o braço fino e disse:

— Eu sou Kim Hyuna.

Lentamente a garota desceu de onde estava, capturando uma das bandas da laranja antes de se aproximar dos detetives. Os outros presentes na sala assistiam a cena hesitantes e preocupados. Kyungsoo, que geralmente, se apegava a esses pequenos detalhes, não passou despercebido. Havia sim acontecido alguma coisa. Eles apenas não sabiam se por caso tratavam-se do mesmo problema.

— Seria possível irmos para algum lugar mais privado, senhorita Kim? — Baekhyun pediu, ao que ela acenou, os guiando pelas portas do fundo para fora do estabelecimento.

Estavam de volta ao cenário barroso do Ipanema. Ainda dentro do terreno da propriedade, mas fora do casarão reformado que era o Ipanema, a dançarina havia os guiado até a parte externa da boate. Um pequeno quintal com duas pias de alumínio instaladas do lado de fora. Era, de longe, nem um pouco luxuoso. Absurdamente diferente do saguão do bar.

A garota aparentemente havia percebido o olhar intrigado dos detetives baixos, pois, quando se sentava em um dos degraus de madeira do batente da porta, não pôde conter uma fina risada.

— Eu sei o que vocês estão pensando — comentou, apoiando o queixo sobre a mão fechada — É feio, horrível. Mas é de noite que a magia acontece, os senhores apenas chegaram no horário errado.

Baekhyun riu. Kyungsoo, de fato, estava surpreso com a peculiaridade do ambiente, mas não o Byun. Ele já havia visto bordéis muito piores.

— De qualquer forma, estavam procurando por mim. Tem algo haver com algumas das minhas colegas de trabalho?

Noir | BAEKSOOWhere stories live. Discover now