Quando se tem a chance de ver alguém que almeja encontrar por muito tempo, pode ser difícil resistir ao desejo assim que lhe for oferecido.
[...] Harry pensou em tudo o que podia ver; ele poderia ir a Marte; poderia ver dinossauros; poderia encontra...
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O dia estava ensolarado e o clima era dos melhores. Todos estavam eufóricos no Beco Diagonal, pessoas circulavam pela estreita rua de paralelepípedos marrons, os donos das estranhas lojas coloridas parados às suas portas tentando atrair os clientes, bem como crianças rindo e correndo de seus pais.
Afinal, a tão esperada volta a Hogwarts estava ao virar da esquina, aumentando a ansiedade dos alunos e de seus acompanhantes, que podiam ser vistos com longas cartas amareladas recheadas com os mais diversos nomes de materiais e produtos.
Simples acontecimentos que se mostraram tristes para Harry Potter, que não teve o privilégio de ser acompanhado por seus pais em todas aquelas viagens de compras anos atrás, em que não só havia descoberto ser um bruxo, mas também lhe fora informado ser o garoto mais famoso na comunidade bruxa por algo que ele nem se lembrava.
Ao pensar nessa lembrança funesta, Harry pode sentir um gosto amargo e pungente em sua boca, emparelhado com o vazio que, vagaroso, se alastrava em seu peito, assemelhando-se a longas garras afiadas que se engalfinhavam em seu coração, desmembrando todo e qualquer sentimento bom que ameaçavam surgir.
O homem respirou fundo e balançou a cabeça, aquele não era o momento para pensar em assuntos tão melancólicos. Faziam décadas que ele, Harry Potter, o Garoto-que-Sobreviveu, havia enfrentado o tão temido Lorde das Trevas. Tinha feito amigos, inimigos - mais do que podia contar - e, no fim, ali estava ele. Casado com uma mulher incrível que lhe tinha dado as três coisas mais importantes de toda a sua vida: O excitado James Sirius, que apontava, concentrado, para todas as coisas que ainda faltavam em sua lista; o ciumento Albus Snape, que resmungava sobre o quão injusto era ter que esperar até seus onze anos para ir a Hogwarts e, finalmente, a pequena Lily Luna, sua linda menininha, que dormia tranquilamente nos aconchegantes braços de Gina.
Harry deixou-se rir, já afastando os tristes pensamentos de sua cabeça.
— O que falta para podermos ir embora? — Albus perguntou ao irmão, franzindo o nariz.
— A varinha! Como pude esquecer a varinha? Vamos, vamos! — James exclamou animado enquanto agarrava a manga do menor e o puxava em direção ao Olivaras, alheio ao descontentamento do irmão mais novo.
— Eu não sei se ele me lembra Sirius ou Rony. — Gina gargalhou com as ações do filho, mantendo seus olhos bem atentos para não perdê-los de vista.
