Parte II: Os elfos

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"Aprendemos a voar como pássaros, a nadar como peixes, mas não aprendemos a conviver como irmãos."

Martin Luther King

Lizz ●

O caminho até o acampamento que eu e Sparda nos direcionavamos era dentro de uma densa floresta. Para um Elfo não era algo ruim, eu já estava acostumada com florestas fechadas. E Sparda parecia estar em um ambiente que ele conhecia.


— Espero que não esteja me levando para me matar.

  Ele quebrou um silêncio que nos dominava há alguns minutos.

— Se eu quisesse te matar, já teria feito. — Respondi em um tom calmo. Ele me olhou no mesmo instante.

— Não seria a primeira vez que tentam me emboscar.

   O caminho até chegar ao acampamento estava perto do seu fim, mas mesmo assim fiz questão de tentar entender melhor aquele rapaz.

— Muitas pessoas já tentaram te matar? — Perguntei olhando para o mesmo, esperava alguma reação, mas a sua face serena se manteve.

— Bandidos, cavaleiros, saqueadores, familiares… — Ele ficou com um olhar pensativo após a sua última palavra. — Um ogro também tentou.

  Seu rosto se virou para mim e sua expressão serena logo se desfez com um leve sorriso.

— Você parece ter aproveitado bem a vida. — Digo desviando meu olhar, encara-lo me incomodava, não sei explicar, mas seus olhos tinham uma aura negra que como uma bruxa, eu podia sentir.

— Se quase morrer todos os dias é aproveitar a vida. — O mesmo virou seu olhar para o caminho à nossa frente. — Então eu aproveitei de forma absurda.

  Seu sarcasmo é notável.

— Você também aproveitou? — Ele perguntou sem olhar na minha direção.

— Minha vida foi consideravelmente boa, porém, de uns tempos para cá, virou um inferno.

— Inferno… — Ele disse em um tom baixo, e, de forma pensativa. Sua expressão se tornou séria por um instante.

— O que foi? — Fiquei confusa com seu pronunciamento.

— Nada demais nanica. — Ele voltou a sua expressão natural e até parecia mais amigável.

— Não me lembro de ter te deixado me colocar um apelido desses, seu bastardo. — Soltei uma leve e calma risada.

   Depois disso nossa conversa se encerrou por alguns instantes,até que chegamos ao local de interesse.

— Um acampamento? — Perguntou Sparda.

— Sim, mas não se preocupe, são todos amigáveis.

   Ao nos aproximarmos da entrada do acampamento, fomos abordados por uma elfa, amiga minha, que inicialmente estranhou o fato de eu ter trago um humano, mas eu consegui convence-la a me escutar.

   Nós três seguimos mais adentro ao acampamento, havia uma pessoa que eu gostaria que Sparda conhecesse. No entanto, imaginei que essa pessoa não seria tão amigável com o humano.

   Ao chegarmos a uma tenda, entrei sendo acompanhada por Sparda. Nessa tenda, estava meu irmão,Lucius, um influente e forte Elfo, mas um cara bem egocêntrico e pessimista.

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