Tempestade

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Naomi on

A chuva forte caia e eu agradeci por não ter que voltar da faculdade de a pé, afinal eu morava muito isolada do resto da cidade e a iluminação na via era quase nula.

Estendi a mão para pegar o copo de café no painel do carro e graças a um buraco na estada o copo virou espalhando o liquido por todo o carro.

- ai merda!!!!!! – falei alto já imaginando como limparia aquilo.

Diminui a velocidade e tentei pegar o livro que estava no banco de trás, não teria problema usar aquilo, afinal eu estava sozinha mesmo...

Com o canto do olho pude identificar um movimento e virei para frente rápido, pisando no freio instintivamente, mas não deu tempo de parar ou desviar.

O impacto me deixou tonta, não por ter sido forte, mas pelo susto. Encostei a cabeça no volante para me acalmar.

O que foi isso?

Eu estava no meio da estrada, então não tinha como ser uma arvore!

Um animal?

Olhei para frente tentando ver, mas tudo que eu tinha era um pequeno amassado no capô.

Ainda tremendo abri a porta, minha sapatilha encheu de água no mesmo instante que tocou o chão, o mesmo aconteceu com o resto do meu corpo quando deixei o carro.

Havia uma possa vermelha se espalhando pela estrada graças a água, e quando vi o que era a origem do sangue senti meu corpo inteiro gelar.

O homem não podia ter mais de 21 anos e usava roupas estranhas.

Corri de volta para dentro do carro em busca do meu celular, tentei ligar para a emergência, mas estava sem sinal. Voltei ao corpo e chequei seu pulso. Ótimo, estava fraco, mas ainda estava vivo.

-O que eu faço? O que eu faço? O que eu faço????

Sim, eu estava assustada, MUITO assustada.

Ok, a emergência não atende, e ninguém iria passar na estrada até segunda feira, a chuva estava piorando e ele estava claramente com hemorragia, então eu precisava fazer alguma coisa.

Tirei o casaco e pressionei sobre o abdômen do homem, tentando estancar o sangramento, com muita dificuldade consegui o colocar dentro do carro.

Até chegar no hospital demoraria demais, então...

Liguei o carro e acelerei até em casa, minha avó era muito boa em cuidar de ferimentos, quer dizer, todos na minha família eram, mas eu mal tinha começado o meu treinamento, então se eu errasse o feitiço ele poderia morrer....

Estacionei bruscamente na frente da mansão e corri para dentro de casa, já gritando para a minha avó, que deixou seu quarto de pijama e muito sonolenta.

- o que foi Naomi? – perguntou ela vendo o meu nervosismo.

- um mortal...

- um mortal prima? – Hector apareceu na escada com um sorriso debochado – o que foi? Ele viu você fazendo magia?

- eu atropelei ele – respondi agarrando a mão de minha avó – vovó, você pode cura-lo.

- esta louca prima? – perguntou ele – vamos mata-lo...

- ele não me viu uando magia! – respondi – e esta inconsciente, também não verá ninguém...

- você é muito inocente sabia... – meu tio apareceu logo atrás de Hector, e não demorou muito até o resto da família se juntar no salão.

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