Capítulo 1

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"É só um desabafo ...
Ninguém sabe... Ninguém entende... E nunca vão saber a dor, o vazio... Até que passem pelo mesmo motivo, até que sintam o sabor das suas próprias lágrimas... Todos julgam, todos desprezam... Mas, ninguém nunca perguntou o porquê que é assim, ou porquê que faz isso ! Há vários motivos: Por saudades... Por desprezo... Por bullying... Por insegurança... Por ansiedade... Por medo! Houveram vezes que eu só queria desaparecer! Desparecer mesmo. Tipo, arranjar um bloqueio temporário no espaço-tempo, e pensar, apenas fechar os olhos e voar  nos meus pensamentos... Sempre existe um motivo, a solidão que habita, que nos faz desistir de quem somos. Sei que não é fácil em um mundo que vivemos. As vezes eu só queria sair de casa sem ter que fingir estar bem, sem esconder a dor, o vazio atrás de um sorriso , porquê será que é sempre mais difícil fingir estar bem do que demonstrar dor? Talvez seja porque tenho medo de desabafar com alguém e ao invés da pessoa ajudar, ela só critica e começar a falar coisas que não ajudam. Deve ser por isso que prefiro esconder a dor para mim mesmo/a ...
porque para te criticar tem vários , para ajudar não há ninguém..!"

- Bernard António.

            Tempo cronológico: Outubro, ano de  
 
             2019.


           Ele está aborrecido por dentro, mas com um sorriso escaldante por fora... Receoso em saber o que seria, já não surpreenderia se fosse mais um presente caro e descartável.

 
           Assim que ele abre a caixa, ele foi sugado, como em um "Buraco Negro", e passou pelo "Buraco da Minhoca" (tese apresentada em 1935 por Albert Einstein e Nathan Rose), e sai no "Buraco Branco", dando entrada à outro Universo.
 
           Sozinho em outro Universo que fora atravessado pela passagem entre o espaço-tempo, por fim, ele sente a presença do nada, que por toda sua vida procurava. Ainda confuso, ele sente uma paz familiar, há uma estrela bem no alto a iluminar extraordinariamente todos os planetas magníficos, encantadores e impecavelmente lindos. Com o sentimento de que ele precisava daqueles minutinhos sozinho, em um silêncio extremo, ele aproveitou a oportunidade e deu continuidade aos seus pensamentos diários:

    -     Ora, se Deus ama-nos tanto como se tem dito, porquê que colocou-nos em um mundo de maldades? Porquê que o devemos adorar? Adorar?!! Quando ouvimos o "Não adorais outros deuses além de Mim", o que nos vem em mente se repetirmos essa frase mais de 3 vezes lentamente e com raciocínio lógico? Se Ele é assim tão amoroso, os mandamentos não deveriam ser mais no lado de: "Não mateis os vossos irmãos, Amem-se da mesma forma uns com os outros, Cuidem da Terra e tudo o que nela há, pois eu sou Deus, o vosso Criador que vos ama muito...". Mas nós notamos vezes sem conta, "Porque eu sou o Deus O Todo-Poderoso, SENHOR dos Exércitos, Aquele que multiplicou os pães... mas, porquê não criar puros seres e atribuir-nos os mesmos poderes e autoridades, porquê não sermos todos donos do Universo? "Deus sempre existiu", tudo bem... mas, criar seres e ver eles a sofrerem para depois adorarem-Te?!! (...)

            Mas ele não pode esquecer a verdadeira razão que aí o levou, ora, razão esta que desconhece. Ele fecha os olhos, e acredita que apesar daquilo ser o que precisa, ele tem que saber o porquê estar aí bem naquele momento.

             Quando abre os olhos, estava tudo escuro denovo.., ele não compreende -  mas, o que se está a passar?!!  -, pergunta a si mesmo, confuso, segundos depois, apercebeu-se que está a frente das velas de seu bolo, pois, acabara de completar 17 anos.

               Confuso, Noan olha ao seu redor, e logo lembra-se onde está e o que faz ai, pois, o sonho/imaginação de minutos, que para os que estavam aí, passaram-se apenas segundos, foi muito real.

               Ainda pávido, tem a certeza que o que se passou, significa alguma coisa, e ele precisa saber este significado. Usando sua calça jeans semi-justa, a t-shirt branca virgem colada ao corpo e seus ténis vans pretos, Noan está totalmente parecido com os meninos que ficam nas revistas.

               Encontrava-se na casa de praia de sua família, estão especificamente em um quintal vasto, ao lado da piscina. Estão com ele, os pais, irmãos, amigos mais próximos e seus tios e primos. Parece tudo completamente normal naquele pacífico lugar.

               Após apagar as velas, agradeceu pela presença e abraçou seus amigos, senta-se ao lado da piscina, e com o rosto baixo (e msinal de respeito), inicia uma conversa sozinho, quer dizer, parece que está conversando sozinho, e diz: "dê aos que não têm, um abrigo para ficar naquela noite e algo pra saciar suas fomes, abençoe-nos e, Amén".

                 Noan, não é um rapaz que tem como hábito orar frequentemente, também não é o rapaz que não ora, ele conversa com Deus sempre que pode e precisa, mas isso, nem ele percebe bem. As perguntas que ele julga colocar à si mesmo ou aquém pudesse estar a ouví-lo, ele sabe que no fundo o (único capaz de dar as respostas que ele procura) destinatário era Deus. Desde a sua infância frequentou a Igreja, mas nem a igreja tem as respostas que ele precisa.

                 Naquele momento, o único pensamento que o acalma era de conduzir o seu Austin Tx nas ruas de Almada, Lisboa (Portugal), a ouvir a sua Playlist favorita.

                 Noan, nasceu na cidade de  Luanda, Angola. Sempre foi um rapaz à vontade, mas quieto, ora, ele sempre sente-se à vontade em qualquer sítio, mas nunca foi "assanhado". A sua meta, diferente de a de muitos, é de descobrir o seu porquê, ou seja, descobrir o motivo da sua existência, saber o seu propósito, ele sempre tenta estudar o comportamento das pessoas ao seu redor, ele gosta de debater, discutir no sentido positivo com pessoas que têm algo novo pra ele. As perguntas que coloca quase ninguém tem respostas, uns vêm e tentam o aldrabar com os seus conceitos ou percepções absorvidas a partir de conceitos de outros, mas ele quer algo mais consistente que o chão. Algumas pessoas já o consideraram "dotado/super-dotado", mas Noan sente-se desconfortável quando é exaltado, principalmente à frente de muitas pessoas, ele não se considera sequer inteligente. Mas no fundo ele sabe que o que sabe não é o que as pessoas normais sabem. Ele tem a capacidade de fazer uma avaliação geral das pessoas ouvindo-as a debruçar sobre algum assunto, nunca gostou de estar onde todos estavam, nunca sentiu atração em estar muito próximo das pessoas, coisa que muitos chamam de antipatia, outros de ignorância e outros cinismo.

                  Aos olhos de pessoas ao seu redor, Noan sempre foi um menino calmo, atitude esta que preocupara sua mãe, Maria Paula.

                  Partindo para New Jersey, em United States of America (Nova Jérsia, Estados Unidos Da América) aos 8 anos, e por causa do serviço do Pai, à Lisboa, Portugal, aos 14, Noan passa a notar coisas que antes para ele eram estranhas. Sendo o caçula de duas jovens, uma de 24, e outra de 20, tudo o que Noan fazia, sempre ganhou uma atenção (positiva e negavita) especial da parte dos que o rodeiam, por sua pragmática e hulmilde mente.

      

                     

          

              
 

          

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