• Capítulo 3

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Mais um dia amanheceu, o tempo estava muito melhor comparado com a manhã anterior, os pássaros cantavam alegremente

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Mais um dia amanheceu, o tempo estava muito melhor comparado com a manhã anterior, os pássaros cantavam alegremente. Era exatamente como se a tempestade que ocorrera anteriormente nunca tivesse acontecido e como se o clima da noite não tivesse sido extremamente congelante. Mas havia algo errado.

Na cama onde Margo deveria estar para poder desativar o alarme de seu celular, não havia ninguém nem mesmo alguma pista de onde a moça poderia estar. Apenas uma pessoa sabia onde ela se encontrava, isso porque a mesma se encontrava exatamente a sua frente.

Meia hora após o alarme ter tocado, o celular começou a apitar indicando algumas mensagens. Após 15 minutos sem respostas o aparelho voltou a fazer sons, entretanto dessa vez era uma ligação de Sabrinne que começava ficar preocupada com a inatividade da amiga. Depois de algum tempo tentando, a ruiva foi até a casa de Margo para ver se estava tudo bem ou se ela apenas havia se atrasado, e muito.

Com a chave reserva que recebera para emergências, Sabrinne entrou na casa do final da rua e foi direto ao quarto da melhor amiga esperando encontrar ela ainda adormecida depois de ficar mais uma noite em claro, a ruiva se preparava para dar a bronca quando abriu a porta do quarto e se deparou apenas com ele completamente vazio e a janela aberta. A expressão que outrora era despreocupada imaginando que amiga estivesse dormindo, se transformou em confusão e preocupação. Saiu pela casa que não era muito grande a procura de Margo esperando que a mesma estivesse em algum cômodo, ao perceber que não estava em nenhum lugar retornou ao quarto e pegou o celular da mais nova a procura de algo que indicasse que foi a algum lugar. Porém não encontrou nada.

De repente Sabrinne lembrou-se que a amiga precisa de um tempo para organizar os pensamentos, e se recordou que ela sempre gostava de andar para espairecer, talvez fosse o que tivesse acontecido. Ainda um pouco preocupada a ruiva deixou um pedaço de papel em cima do celular de Margo para que ligasse para ela quando chegasse.

Kim Taehyung

Eu a havia levado para a minha casa, a mesma casa que quando Margo era criança a assustava. Neste momento, não parecia que surtia o mesmo efeito, acredito que não era o que ela imaginava quando entrou. Mesmo que do lado de fora a casa pareça velha e inabitável, em seu interior tudo era diferente, era exatamente como uma casa comum mesmo que a mobília fosse de um século anterior mas que se mantinha intacto, acredito que fosse em decorrência da maldição, já que eu também não envelhecia.

Margo mesmo depois de a ter explicado um pouco sobre mim, continuava quieta e parecia pensar, já que as vezes suspirava ou franzia as sobrancelhas. Me mantive calmo e silencioso para que a mais jovem conseguisse compreender o que estava acontecendo, não queria pressionar ela e muito menos que ela ficasse assustada assim como ficou na noite anterior, havia sido muito complicado convencê-la de que eu não a iria machucar e o que eu fiz era infelizmente uma realidade da minha vida de vampiro.

Agora ela estava ali, parada e pensativa. E eu, começava a ficar ansioso.

­— E só posso estar ficando louca, eu... Eu não posso acreditar no que está acontecendo. Você deve ser algum tipo de serial killer que vive exatamente na frente da minha casa e eu nunca percebi! – Enquanto ainda falava a garota se levantou e andou a passos rápidos em direção a porta tentando fugir, mas fui mais ligeiro e a segurei levemente pela mão, sentido novamente sua pele se eriçar assim como na noite passada.

— Sei que isso deve parecer loucura, mas você tem que acreditar em mim Margo. Por favor, você é minha única esperança, tudo que eu podia te contar, eu contei. Não posso dizer mais nada além de quem sou ou de onde vim. Pode parecer impossível, mas você tem que descobrir sozinha como me salvar e me livrar dessa maldição.

Falei soltando sua mão.

— Me desculpe Taehyung, eu não sou a pessoa que pode te ajudar. E se você for realmente um vampiro, eu não quero ter que me envolver com isso, então, procure outra garota para quebrar essa maldição ou sei lá o que. – Ela se virou e abriu a porta – Eu... – hesitou – ...irei fingir que tudo foi um sonho.

E assim, ela foi embora, me deixando desolado.

Eu precisava dela, Margo não sabe, mas essa seria sua última reencarnação, eu sabia. A magia da antiga família Bae que a muitos anos corria pelo sangue de seus descendentes morreria com Margo e eu viveria para sempre dessa forma, sem poder nem mesmo me desvencilhar dessa casa cheia de memórias. A mesma casa que vivi desde o momento que me mudei da Coréia para cá. A mesma casa em que fui sentenciado a viver para sempre após a morte dos meus pais e o efeito da maldição ter sido lançado sobre mim.

Mais uma vez me vi desesperado e suplicante por ajuda, eu não sabia mais o que fazer para me ver livre. Não sabia se Irene iria me ajudar novamente. Eu a sentia comigo, sentia todo seu amor, mas ainda assim eu apenas queria sumir, eu apenas queria morrer.

Tantos anos à vi vivendo da mesma forma, tendo que ver todas as suas reencarnações, a vendo viver sua vida ao lado de outra pessoa e tendo que lhe ver lidar com uma história sem fim. Infelizmente, a maldição não atingiu apenas a minha família, Bae Joo-Hyun chamada pela sua família e amigos de Irene, também havia sofrido consequências. Ela estava fadada a dar à luz a uma menina que seria a sua próxima vida, destinada então a morrer em todos os partos.

Na época de quando tudo aconteceu, ela não queria fazer, pois me amava. Entretanto a ganância de sua família a obrigaram a compactuar com o meu mal, mesmo sendo apaixonada por mim, Irene foi impedida de pôr um fim na minha maldição. Após este momento eu fiquei trancado em minha própria casa até que a morte dela ocorresse, mas antes que isso acontecesse eu a pude ouvir, ela sabia que estava partindo e em murmúrios, para que chegassem somente a mim através do vento, Irene falou.

" — Meu querido Kim Taehyung, estou partindo, mas não pense que lhe abandonarei. Você e apenas você foi possuidor do meu coração, infelizmente não pude o salvar nessa vida, mas não se engane, eu irei ajudar-te, és uma promessa. Nunca perca as esperanças, logo estará livre deste maldito elo de maldição. Eu lhe amo para todo o sempre."

Após essas palavras eu senti sua vida se dissipar, para logo em seguida renascer, mas dessa vez não sendo minha amada e sim sua próxima vida.

As lembranças fizeram com que lágrimas brotassem em meus olhos, essas recordações nunca poderiam me abandonar, por um lado bom, as lembranças de um tempo feliz se mantinham intactas. Mesmo sendo doloroso relembrar suas últimas palavras, foram elas que me deram força para não desistir. Mais uma vez, eu sussurrei ao vento para que Irene me escutasse onde quer que estivesse, sussurrei para que ela clareasse os pensamentos de Margo, pois somente Joo-Hyun poderia contar como quebrar a maldição.

Elos De Maldição | K. TaehyungOnde histórias criam vida. Descubra agora