Que ótimos amigos esses que eu tenho né, que chamo de família e tudo são uns miseráveis eles
Mário- ahhh para de drama, ao contrário de você aqui ninguém é dono de uma firma.
- Mas você é de uma marca- faço bico.
Mário- e tenho que administrar né, já estou meses sem ir para lá, eu volto a noite meu bem- me dá um beijo na testa.
- E a ingrata da sua irmã foi e nem me despediu- digo me sentando no sofá.
Mário- ela tinha que estar no local da exposição cedo para organizar as coisas meu bem- diz pegando as chaves.
- Vocês são uns ingratos isso sim- digo com a boca cheia de Doritos.
- Também te amamos muito bebê- dá de novo um beijo na minha testa e outro na minha barriga- fica bem, se cuida, não fica o dia todo nesse sofá comendo porcaria, tem comida no forno, fiz para você não pegar fogo na minha cozinha.
- Minha cozinha- corrijo.
Mário- que seja, ah você tem consulta hoje e não esquece de passar no shopping para comprar a tinta para o quarto dos bebés, te amo- e assim eu fico sozinha.
- Bom bebés, agora somos só nós dois- olho para o relógio de parede e já são onze da manhã.
Tomo um banho e coloco o meu fato da adidas, um tênis e estou pronta, meu cabelo está um caos, mas quem se importa? Eu não. Não entro num salão nem a pau.
Antes de sair ligo para a Lola, ela atende no terceiro toque.
- Hello deusa.
Lola- Hello grávida, o que deseja?
- Ahnm só queria saber se está tudo resolvido para o julgamento da ex louca amanhã, quero resolver isso tudo antes de tirar a licença.
Lola- está tudo sim, olha nem vai se estressar muito porque não tem como ela escapar dessa, homicídio e tentativa de homicídio dão uns bons e longos anos.
- Ahh, ainda bem, não quero estresse para atrapalhar a minha gravidez- digo passando a mão na minha barriga.
Lola- sim pequena grávida- Lola e os seus apelidos nada bonitos- até amanhã então.
- Até meu amor- desligo.
Depois de desligar ligo o carro e vou até ao hospital, mudei de doutor porque a inseminação que eu fiz era para apenas um bebê, mas os incompetentes trocaram com de outra paciência que não era parecida comigo em nada, aff, mas nada a reclamar eles me deram os meus lindos.
Estaciono o carro na vaga do hospital e desço, vou até a recepcionista.- Oi...- vejo o nome no crachá- Lúcia.
Lúcia- sim?- pergunta com um sorriso falso, reviro os olhos.
- Tenho uma consulta marcada com o doutor Rodrigo para agora, sabe se já posso entrar.
Lúcia- pode sim- fala enquanto olha para uns papéis qualquer- entra nesse corredor primeira porta a esquerda.
- Tá, obrigada.
Sigo até a porta e bato, entro quando escuto um "entra".
Doutor Rodrigo- Olá menina Graça- ele aparenta ter uns 50 anos mas é muito em forma ein.
- Queria é saber qual é a tara que os doutores têm para me chamar de menina- digo sentando, ele ri.
Doutor Rodrigo- bom os outros eu não sei mas você tem cara de menininha mesmo apesar dos- lê minha fixa- 28 anos.
- Afff, cara de menininha, eu tenho é cara de brava, o senhor tem que me ver em um julgamento- faço cara de durona- vê eu faço essa cara aqui- ele solta uma gargalhada.
Doutor Rodrigo- você é uma gracinha- diz apertando minhas buxexas.
- Não faz isso- faço bico- me diz senhor como estão meus exames.
Doutor Rodrigo- bom minha menina, aqui nos exames está tudo bem, mas ainda assim vamos fazer uma ecografia, deite aí e levante a blusa- na verdade era uma camisa que já estava apertando minha barriga, deitei e o doutor meteu o gel e ficou vendo.
Doutor Rodrigo- então, como anda a sua alimentação.
- Bom, eu como tudo direitinho sabe- ele me olhou como quem já sabia as minhas travessuras- mas tem vezes que eu como essas besteiras, faz mal aos bebés?
Doutor Rodrigo- não, tudo bem desde que não exagere tudo bem?- aceno com a cabeça- pode limpar, só vou indicar que comece a correr um pouco vai fazer bem para você ok?
- Ok doutor- dou um sorriso sincero para ele- eu vou indo.
Doutor Rodrigo- menina baixa a blusa- me repreendi.
- Ah não pai, olha está apertando a minha barriga e se eu andar assim ninguém vai ligar mesmo- chamo de pai para zuar ele mas vejo um brilho nos seus olhos.
- Você é louquinha da cabeça mesmo menina- sorri- até ao seu julgamento- fico surpresa.
- Vai mesmo?- pergunto rindo como uma boba.
Doutor Rodrigo- claro que vou, acha que vou perder essa sua cara de durona- rimos- nunca.
- Até lá então pai.
Doutor Rodrigo- até filha.
O meu coração se aqueceu, sabe eu nunca tive um pai e por mais que tivesse lá a minha mãe sempre presente eu senti falta de um apoio paterno e não queria isso para os meus bebés sabe.
Essa coisa toda me atinge e eu sento nas cadeiras fora do hospital e choro, porque se eu não tive um pai como vou ser um para os meus bebés como?
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Sete + Um
HumorEu sou a Angelina Francisco DeLuca tenho 28 anos e bom essa é a minha história Minha mãe é de Angola e o meu pai de Itália, ela era uma simples empregada de hotel e ele o empresário rico Calma, aqui vocês não irão ver nenhum romance de Novela, o meu...