PROSÉRPINA.

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Prólogo

De repente, vi o narciso que havia colhido a pouco ser lançado no ar e mãos frias e fortes me cobriam os olhos e a boca por detrás de mim, tentei me livrar daquilo, mas então inalei algo e após isso adormeci e fui facilmente levada para um local completamente novo e desconhecido para mim.

Minha mãe logo percebeu a minha ausência, e saiu a minha procura, mas não me encontrou, nem me encontraria se dependesse apenas dela. A tristeza da senhora da agricultura levou o solo a definhar, as plantas adoeceram e começaram a perder a sua beleza e muitas delas morreram. Os seres humanos perderam toda a sua plantação, sem entender o que teria acontecido. Nos jardins, não havia mais a beleza de outrora, devido a preocupação e a tristeza que assolaram o coração da senhora dos cereais. O tempo também mudou, levando o sol a enfraquecer, trazendo assim grandes e robustas nuvens fazendo descer dos céus as lágrimas que também percorriam o seu rosto. A minha ausência seria então o princípio das estações quentes e frias que conhecemos.

Depois de algum tempo, despertei do sono e logo me dei conta que fui raptada. Olhei à minha volta e percebi que o lugar em que eu estava era úmido e bastante sombrio, e que eu jamais estivera num lugar como este antes em minha vida. 

Levantei da cama em que eu estava deitada e então ouvi vários latidos, muitos ao mesmo tempo só que não estavam sincronizados. Me aproximei para saber do que se tratava e foi aí que eu vi e logo percebi onde eu estava.

Eu estava no submundo, morada das almas que se vão do mundo mortal, prisão dos titãs e o castelo do deus Hades. 

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