Nesse momento, eu comecei a pensar em mil hipóteses de onde eu a conhecia. Ela tem cabelos castanhos, de tamanho médio, é morena e tem estatura mediana. Depois de a analisar, cheguei a conclusão de que realmente não a conhecia.
-Simm, sou eu! -digo sorrindo- De onde eu lhe conheço? -a questiono.
-Meu coração... Isso é um sonho -diz a menina, com expressão de quem ia ter um treco no coração- Você não me conhece... Eu sou sua fã! -diz a menina com empolgação.
-Não acredito que eu tenho uma fã tão linda assim! E ainda mais aqui -digo tentando deixá-la confortável.
-Já vi que conheceu minha sobrinha -diz María Dulce ao escutar a conversa.
Dou um sorriso e aceno positivamente.
-Lissa, se não for muito incômodo eu poderia conversar com você? -diz a menina.
-Com duas condições, tem que ter bebida e você tem que me dizer seu nome -digo sorrindo.
-Seu pedido é uma ordem! -disse a menina, pegando copos e bebida- meu nome é Rosalina Ignêz, mas os mais chegados me chamam de Rosa.
-Ok Rosa! Vamos sentar ali fora? -digo, enquanto aponto para duas cadeiras na varanda.
Fomos até a varanda e começamos a jogar papo fora. Ela era muito engraçada e parecia ter 20 anos, a mesma idade que eu.
-Lissa, posso te perguntar algo? -Rosa me pergunta e eu aceno positivamente- Então, depois que você sumiu do Instagram, ou melhor dizendo, sumiu do mapa.. Muitas mulheres ficaram decepcionadas porque você tinha o seu projeto, que por sinal era incrível e do nada tudo sumiu. Até eu fiquei meio perdida. E agora eu te encontro por aqui.. - Rosa dá um suspiro fundo- O que houve com você nesse tempo todo? Não que você me deva uma explicação -diz Rosa, rindo.
Nesse momento, muita coisa se passou na minha cabeça.. Eu fui muito inconsequente de nem dar um adeus para as pessoas que confiavam em mim.. Por que eu não fiz nada além de sumir?
-Rosa, eu amava e amo o meu projeto até hoje. -não sei se foi a bebida mas comecei a sentir meus olhos marejados- Mas, tanta.. Tanta.. Tanta coisa aconteceu.. -digo lentamente- Eu sei que fui muito inconsequente e eu consegui inspirar muitas mulheres. Mas... Minha mãe faleceu -senti minhas bochechas arderem e uma lágrima escorrer- e desde que isso aconteceu eu não sou mais a mesma.
-Me desculpe, eu não sabia -Rosa responde, se arrependendo de ter feito essa pergunta.
-Não, tudo bem -digo secando minhas lágrimas- Enfim, as coisas mudaram pra mim e eu não me sinto o tipo de pessoa que pode ajudar outras pessoas no momento. Eu estou ferida, muito ferida no momento. E eu tenho crises de pânico o tempo todo. Sabe.. É algo sufocante -digo e em seguida dou um gole grande na bebida.
-Uma pessoa especial, me disse que olhar o céu cura todas as dores. E você até pode achar uma estela cadente e fazer um pedido! -Rosa diz, sorrindo e apontando para o céu.
Dou uma gargalhada sincera e começo a olhar pro céu. Faz tempo que não olho o céu dessa forma. Era uma noite, quase madrugada, daquelas bem estreladas e com o céu totalmente limpo.
-Sabe de uma coisa Rosa? Você está oficialmente intitulada como minha melhor amiga. E melhores amigas, mostram coisas novas e como eu não conheço nada por aqui, você poderia me mostrar né -pergunto, fazendo cara de cachorro sem dono.
-Já que você insiste, eu faço esse sacrifício por você! Mas melhores amigas também falam sobre garotos, hein! Cuidado para não se arrepender -Rosa diz.
-É o que eu sempre digo... -dou uma pausa melodramática- os homens unem as mulheres! Até mesmo as lésbicas fazem amizades por reclamarem juntas de homens idiotas. Os homens são o assunto universal das mulheres -digo rindo.
A noite foi mais agradável do que eu imaginava que seria. As pessoas aqui são engraçadas e amáveis.
Eu e a Rosalina trocamos nossos números e acho que isso pode ser o início de uma amizade legal. Eu confio nela.
(...) Algumas horas depois.
Já eram 3:00 am quando decidi que estava na hora de ir pra casa. Minha abuela quis ficar e dormir lá porque amanhã elas vão ter algum tipo reunião do grupo delas. A casa da minha abuela não era tão longe então decidi ir embora sozinha. Peguei as chaves da abuela e fui.
Durante o caminho decidi colocar meus fones, escutar uma música e andar devagar, captando todos os detalhes das ruas, olhando o céu e aproveitando essa vibe doída.
Eu ainda tinha um pouco de bebida no meu copo, decidi então tomar tudo num gole só e jogar o copo fora.
Aqui parecia tudo tão cinza.. Mas era cativante. As casas tinham um telhado padrão verde claro e geralmente as paredes eram em tons claros, tons pastéis. Tudo parecia tranquilo e se eu vi 3 pessoas na rua foi muito.
É um lugar meio interior que as pessoas geralmente vêm para esquecer as coisas, coisas da vida. Eu gosto daqui.
Na esquina da casa da abuela, escutei alguns gritos e fui correndo ver o que era. Quando cheguei no local, vi um homem apanhando muito, do Dario e alguns amigos ou sei lá o que dele.
-O que é isso, por que vocês estão fazendo isso -grito, já ficando em pânico.
-Sai daqui agora. Isso não é hora de ninguém ficar na rua -Dario gritou pra mim.
-Para de fazer isso por favor, ele vai acabar morrendo -grito, enquanto começo a chorar.
Dario vem até mim e me arrasta pelo braço, me levando até a esquina da casa da abuela.
-Dario, não.. -digo ofegante- o que você tá fazendo? Não faz isso por favor. Deixa o homem -digo em prantos.
Quando ele solta o meu braço, na esquina da casa da minha abuela, sinto meu corpo ficar fraco e não consigo respirar. Eu puxo o ar e o ar não entra. Sinto minhas mãos duras, a ponto de não ter o controle delas. Me sinto com o corpo parado e começo a ver tudo preto...
(...)
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Glow Up
Romance"-O amor... - suspiro lentamente - O amor é como uma chama, ardente, inevitável e mágica. Acontece nos momentos mais inesperados e é capaz de fazer o corpo tremer. Após olhar profundamente seus olhos cor de chocolate, prossegui: E, mesmo que lutemo...