.No acampamento dos Ratos, dentro de uma tenda militar, Chapolin encara um amontoado de folhas sobre uma mesa de madeira, nelas continha detalhes, planos, mapas, relatórios e informações com fotos. Ao lado do herói está Chaves, que pegava um charuto cubano em seu bolso que ficava no colete, colocava na boca e acendia a ponta com a chama que saia de um isqueiro a óleo que o militar pegou de seu bolso da calça.
.Ao ver que Chaves fumava, Chapolin logo advertiu:
— Não é uma boa idéia fumar Chaves. Não faz bem a saúde.
.Chaves começa a sorrir, fuma um pouco e pega o charuto com a ponta de dois dedos, indicador e polegar da mão direita antes de soltar a fumaça no ar. Olhando para as cinzas que se formava na ponta do charuto, respondeu:
— Chapolin... Se o senhor visse o que eu vi, fumaria também. — Coloca o charuto de volta na boca, e olha no canto dos olhos para Chapolin e retorna a analisar as folhas sobre a mesa. — Veja bem Chapolin.
.Olhando para onde Chaves apontou o dedo indicador, Chapolin vê o mapa geográfico da Cidade do México.
— Sabe o que é isso? — Pergunta Chaves.
— O mapa da Cidade do México.
— Exato!
— E o que você está apontando?
— Bem aqui em "Paseo de la Reforma" está a embaixada dos Estados Unidos da América. Vamos invadir e destruir o lugar.
.Após ouvir o plano de Chaves, Chapolin fica estarrecido, porém não demonstra tal sentimento, e apenas responde:
— Isso é terrorismo. Porque utilizar está espécie de violência? Não há outro meio possível?
.Chaves sorri novamente, e apenas retruca:
— Outros meios Chapolin?! Não há outros meios. Eles apenas respondem com violência, responderemos de volta com violência.
— E as vidas inocentes que trabalham lá. — Ele olha para o Chaves. — Eles não têm nada haver com isso.
.Um silêncio pairou no ar por alguns segundos, podendo ouvir apenas a marcha dos soldados rebeldes do lado de fora da cabana. O silêncio foi quebrado com a resposta de Chaves que fez Chapolin arregalar os olhos.
— Não se pode fazer uma omelete sem antes quebrar alguns ovos. Não é Chapolin?
.Chapolin endireita seu corpo e fica de frente com o militar, e olhando em seus olhos ele diz:
— Não vou fazer parte disso...
.Chaves apenas assentiu e diz melancólico:
— Pois bem... Um dos meus homens o levara para a cidade. Chegando lá poderá seguir seu rumo.
— Desculpe Chaves. Não posso matar gente inocente, não posso ferir gente inocente.
— Você ficará do lado deles. Considere que essa sua decisão foi uma faca nas costas do México. — Ele assobia e de imediato um homem vestindo um colete camuflado de exército aparece na cabana. — Ruárez! Leve Chapolin para a cidade.
— Sim senhor! — Obedece Ruárez.
— Até logo Chapolin. — Diz Chaves colocando o charuto na boca e dando as costas para o herói.
.Com dois guardas o acompanhando, Chapolin sai de dentro da barraca e caminha em meio ao acampamento dos Ratos. Não muito longe de onde estava a barraca de Chaves, os guardas levam Chapolin até um carro velho, uma Volkswagen Brasília velho de cor azul piscina, porém com marcas de ferrugem demonstrando sua idade avançada de uso.
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El Chapulín Colorado e o bloqueio do norte
FanficApós a eleição de Donald Trump não demorou muito para que o muro da fronteira entre EUA e México fosse construído, milhares de mortos já foram contados e apenas um baixinho de roupa vermelha e uma marreta biônica pode resolver o problema.