Dezenove

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Nota: Os agradecimentos estão separados. Assim que acabarem esse capítulo, passem para o próximo! Conto com vocês!

Boa leitura, amores.

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[9141 words]

— Não estou pedindo que suspenda a sentença — Taehyung cortou as palavras do carrasco, lançando seu olhar endurecido sobre ele e o fazendo se encolher —, estou lhe ordenando como seu futuro imperador que pare. Solte Jeon Jeongguk agora mesmo.

O carrasco parou e deu um passo para trás, curvando-se e esperando uma nova ordem.

Permiti que um suspiro escapasse de meus lábios maltratados. Minha boca estava seca, meus olhos lacrimejavam e minhas costas doíam como o inferno. Minhas vestes ensanguentadas grudavam aos machucados feito pelo chicote. Um filete de suor desceu pela minha testa. Mesmo assim, eu estava aliviado. Taehyung veio, estava ali por mim. Ele não desistiu de nós e aquele pensamento me causou uma sensação tão boa que por uns segundos, esqueci da dor física e mental pela qual passei durante o tempo em que ficamos separados.

Não tirei meus olhos dos seus. Vê-lo ali em pé diante de todos, arriscando tudo o que tinha para me salvar era como ter o maior dos sonhos emergindo dentre um dos piores pesadelos. Eu tinha medo de que tudo fosse um devaneio.

Mas não era. Tive certeza disso quando ele se aproximou de mim e me tocou delicadamente. Suas mãos quentes me envolveram com ternura, ajudando-me a ficar de pé.

— Meu amor… — sussurrou pesaroso.

— Você veio… — falei com dificuldade, sentindo as lágrimas transbordarem de meus olhos.

— Nunca mais vou deixá-lo, Jeongguk.

Fiz menção de falar novamente, mas tudo o que saiu foi um gemido. Taehyung colou seu indicador em meus lábios, pedindo que eu ficasse calado.

Depois de se certificar de que eu conseguiria me manter de pé sozinho, o príncipe se virou para a aglomeração de pessoas. Fazia muito tempo desde que ele fora visto na cidade, isso por conta de uma das exigências de Yunah, então para maioria, ver o príncipe herdeiro ali depois de anos era uma grande surpresa. Suas expressões denunciavam sua falta de ação diante do acontecimento.

Procurei por meus pais e Heejin. Eles encaravam Taehyung, ainda havia um resquício de desconfiança em seus rostos. Agora que todos sabiam do motivo pelo qual eu fui condenado, não seria difícil para eles ligarem os pontos e entenderem o porquê do príncipe ter interferido em meu castigo.

— Quero que todos voltem para suas casas. Andem! — Sua voz reverberou pelo lugar. Diante da ordem, os cidadãos começaram a se dispersar aos montes. — E você — ele se virou para o carrasco —, solte-o.

O homem me libertou das algemas de imediato, e como se estivesse esperando essa deixa, minha mãe galgou os degraus do palanque e correu até mim.

— Meu filho! — Ela chorava copiosamente. Pegou minhas mãos e depositou um beijo em cada uma delas. — Eu fiquei tão nervosa, quando vi aquele homem te machucando, eu…

Os soluços dela se tornaram nervosos demais para que seguisse falando, então meu pai apareceu para confortá-la.

Taehyung observava tudo. Suas vestes diferenciadas me levaram a acreditar que ele as usaria em seu casamento. Ele não mudou nada, exceto pelo cabelo, que fora cortado na nuca. Aquele corte o fazia parecer mais novo do que realmente era.

Estava lindo, como sempre.

Os poucos guardas que estavam ali faziam pressão para que o restante dos camponeses que ainda permanecia no pelourinho voltasse para cidade, assim como lhes foi mandado.

Alvorecer | taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora