E novamente estou sentada nesse sofá, minha mente cheia de pensamentos estranhos — nada fora do normal. Mas, dessa vez, os pensamentos que prendem minha atenção são sobre medos.
Como de costume, pego meu caderno de anotações e uma caneta esferográfica azul, me sento no chão — que é onde me sinto confortável para escrever, pode parecer estranho, mas eu sou estranha. Coloco o caderno sobre minhas pernas e dou início ao texto, tomando todo o cuidado do mundo com a escolha de palavras.
"É tão estranho a forma com que o medo consegue tomar conta das pessoas sem elas ao menos perceberem. Ele pode vir disfarçado das outras emoções — a raiva, a tristeza, a inveja, o nojo e, em algumas vezes, até mesmo da alegria.
Não dá pra contar nos dedos quantos medos temos; pode ser de coisas simples — como um simples medo de lagartixa, que vai te fazer querer manter distância desse animal (?) ou apenas tomar um susto quando o ver — ou pode ser algo mais sério — fobia de lugares com mais de 4 pessoas desconhecidas, que te faz quase desmaiar se estiver numa situação dessa, falta de ar, batimentos cardíacos aceledos/descompassados, náuseas, enjoos e outros sintomas.
Algumas pessoas têm medo de não estarem bonitas o suficiente para agradar alguém que ama, medo de não ser bom/boa o suficiente para ele(a), outras tem medo de escuro por causa dos pais que ficaram passando medo com o bicho papão. Alguns tem medo da morte, outros não. A Mariazinha tem medo do passado dela, o Joãozinho tem do presente e o Carlinhos do futuro.
A maioria da população mundial tem medo de doenças que podem matar milhares, já outros não tem esse medo e apenas aceitam que um dia ou outro vão morrer — se bem que quando se trata da morte nós não temos muito o que fazer.
Todos tem medo de perder a mãe ou pai, o avô ou a avó, a irmã ou o irmão, o primo ou prima e assim por diante.
O medo de ficar sozinho; sem amigos ou família. Os que já perderam alguém importante sabe o quão ruim é a dor e tem medo de passar por isso novamente.
Talvez você tenha medo de não passar na faculdade que deseja. Talvez tenha medo de não poder engravidar. Talvez tenha medo de não ter condições nem para adotar. Medo de não conseguir construir uma família, de preferência feliz.
Seu amigo talvez tenha os mesmos medos que você: escuro, insetos, animais de grande/pequeno porte, pessoas desconhecidas, não ser suficientemente bom para as pessoas e por aí vai.
Não posso me esquecer dos medos que, talvez, iremos adquirir com o passar do tempo, acho que traumas seria a palavra mais adequada para se usar nesse contexto — ou talvez não, depende do que levamos como traumas ou 'simples' medos.
Nada pode nos garantir que vamos conseguir realizar os nossos objetivos ao longo da vida, consideravelmente curta, que temos. Não temos garantia de nada. Por mais façamos planos de uma vida perfeita para o futuro... absolutamente nada pode garantir que os realizaremos, a única coisa que podemos fazer é tentar, e se não der certo tentar de novo. Mas também não podemos passar nossa curta vida insistindo em algo que é, possivelmente, um erro."
"É, para mais uma das aleatoriedades estranhas da minha mente, está bom. Acho que consegui passar para o texto minha ideia sobre medos." Pensou a garota após ler o seu texto várias vezes.
Ela levantou-se, guardou o caderno e a caneta no lugar de costume, deitou-se e, por breves segundo, permitiu-se ir para o mundo dos pensamentos novamente.
"Seria tão mais fácil se os medos não existissem.. mas se eles não existissem, o que nos impediria de fazer algo perigoso e prejudicial para nós? Nosso instinto de sobrevivência?" Perguntou para si mesma antes de ir, dessa vez, para o mundo dos sonhos.
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.É suposto estar revisado!
Espero que tenha gostado!
Até a próxima! Hehe~
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Algumas Estórias...
Short StoryVou colocar aqui algumas estórias que eu criei, elas são um pouco estranhas, mas nada que seja anormal vindo da minha pessoa... Espero que gostem! Obs.: Estória é algo fictício, um conto, algo que não aconteceu de verdade. Estória é uma forma antiga...