Debruçada em sua janela, Josephine conseguia ouvir a valsa que soava do castelo de Corvin ao longe. Mais cedo, escutara o som dos cascos de cavalos e rodas de carruagens levando os convidados ao baile de máscaras, que acontecia sempre no primeiro sábado de cada mês. Tanto sua mãe quanto os aldeões espalhavam rumores de que o castelo, morada do aristocrata e nunca antes visto, Kim Seokjin, era amaldiçoado. Isso porque, anos atrás, serviu como prisão para o príncipe Vlad, o Empalador, e a quem todos chamavam de vampiro.
Josephine não acreditava nesses rumores ou histórias. Vivia admirando o enorme castelo de sua janela e sonhando com o dia em que poderia entrar e desvendar todos os mistérios que o cercavam. Tal como conhecer Kim Seokjin, seu dono e anfitrião do baile de máscaras. Do qual também escutava muitos boatos, como aquele que dizia que apenas convidados poderiam entrar no castelo, caso contrário, coisas terríveis aconteciam aos penetras.
Bem, se aconteciam ou não, a jovem estava tentada a descobrir. Tentada a tempo demais para continuar parada feito uma abobalhada no peitoril da janela.
Ela tinha um plano.
Passava das onze da noite, praticamente todos estavam dormindo no vilarejo, até mesmo os seus pais. Poucas pessoas perambulavam na rua àquela hora, somente bêbados e algumas prostitutas atrás de moedas e quem as pagasse.
Josephine desceu da cadeira e começou a arrumar os cabelos de modo que ficassem cacheados num bonito penteado. Em seguida, correu o mais silenciosamente que pôde até a parte de baixo de sua casa. Roubou um dos vestidos que sua mãe terminara aquela tarde para uma cliente, de seda azul e um decote redondo bordado em dourado, e custosamente o colocou.
Estava pronta, exceto por um detalhe. Ao sair cautelosamente de casa, contornou até o pequeno estábulo na parte de trás e de um dos barris largados tirou a máscara que havia feito semanas atrás, de cetim e veludo, quando teve a ideia de invadir o baile. Se todos os convidados estavam escondidos, ela poderia muito bem entrar sem que lhe reconhecessem como uma penetra.
Era essa a justificativa na qual se apoiava para seguir com sua ideia.
Desamarrando a corda que mantinha seu cavalo preso à cerca do estábulo, Josephine montou do jeito que foi capaz por causa do longo vestido e saiu galopando em direção ao castelo de Corvin. Seu coração batia ansioso e no breve percurso que fez até a enorme construção, ela se perguntou diversas vezes se estava prestes a fazer a coisa certa. E foi assim, imersa em questionamentos, que se viu diante da gigantesca construção. A música soava ainda mais alto dali.
Ela desceu do cavalo e o amarrou em uma árvore próxima. O castelo era rodeado de frondosas vegetações, colinas verdejantes e um riacho passava debaixo da longa ponte de pedra que se estendia em frente aos seus olhos. Além disso, suas torres com picos pontiagudos pareciam cortar o céu escuro.
Tudo estava iluminado pelas tochas, porém, Josephine sentiu um arrepio de hesitação cortar sua espinha. O lugar era assustadoramente bonito.
Tomando coragem, a garota segurou a barra das saias para que não arrastassem no chão e começou a atravessar a ponte de pedra. Sua pulsação estava acelerada. O que só piorou ao notar que não haviam guardas na entrada. Estranhou. Como um lugar como aquele e com pessoas que deveriam claramente ser da nobreza ficava desprotegido? Talvez Kim Seokjin confiasse demais nos rumores de que ninguém se aproximaria do castelo com medo de que algo pudesse acontecer.
É, fazia sentido.
Ou não.
Josephine respirou fundo algumas vezes antes de dar o primeiro passo que a levaria definitivamente para dentro. Lentamente, adentrou no pátio interno e o observou um instante. As luzes das tochas faziam o calcário das escadas e colunas reluzir, assim como os vitrais coloridos que adornavam todas as janelas até onde podia ver. As pedras grandes e cruas das paredes, no entanto, sombreavam o pátio e contradizia o que até então parecia boas-vindas.
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Baile de Máscaras (Shortfic Kim Seokjin)
Fanfiction"Não chegue perto do castelo de Corvin", foi o que a mãe de Josephine disse. Mas a garota estava mais do que disposta a desvendar o mistério que cercava aquele lugar, especialmente no primeiro sábado de todo o mês, em que acontecia um grande baile d...