Capítulo 02

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Segurando as saias do vestido com força e correndo mais do que seus pulmões suportavam, Josephine procurava desesperadamente a saída do castelo de Corvin. Lugar que, naquele momento e depois do que aconteceu, já não lhe era mais tão interessante assim. As palavras de sua mãe ecoavam a cada passo.

O arrependimento por ignorar os rumores crescia como seu medo. Mas não tanto quanto o desejo que até instantes atrás a consumia igual a uma chama ardente.

Kim Seokjin despertou sensações nunca antes experimentadas por si.

Ela ainda não conseguia distinguir se o coração batia rápido pela corrida ou pelo toque firme em sua pele. Os olhos rubros, cheios de fome, devorando-a. Os dedos finos e levemente tortos contornando o cume de seus seios expostos e a voz aveludada que, embora devesse soar assustadora e amedronta-la, provocou exatamente o contrário.

Era um convite malicioso a perdição.

Josephine continuava apressada pelos extensos corredores do castelo, mas era como se não chegasse a lugar algum. Não lembrava de o lugar ser tão grande, menos ainda de ter percorrido tantos cômodos antes de entrar no salão onde acontecia o baile de máscaras e vários vampiros se encontravam reunidos e festejando naquela noite de lua cheia.

A garota precisava escapar e logo. Via-se presa em uma armadilha e tinha total consciência de qual seria o seu destino se não saísse o mais rápido possível e voltasse para o vilarejo, e jamais retornar ao castelo de Corvin novamente.

Ela não tinha a intenção de contar que estivera ali, especialmente depois do que viu e descobriu em relação ao aristocrata e os convidados do baile. Tudo o que queria era chegar sã e salva em casa e fingir que tal noite nunca existira, que não fora contrária aos avisos de todos e de maneira teimosa se aventurou em entrar sem ser convidada. Em outras palavras, Josephine só queria sair viva.

A poucos metros, acompanhando cada mínimo movimento gracioso da bela humana que tanto lhe atraíra, Seokjin caminhava lentamente ao encalço dela. Sua mente brincava com a percepção da garota, que perambulava desorientada a vários minutos. Bastou um olhar para que ela estivesse sob o seu domínio.

Ele não a deixaria ir. Não sem antes saciar sua fome, de provar o sangue e o corpo dela. A luxúria e a sede o consumiam vorazmente. E mesmo que o coração dentro de seu peito não batesse há séculos, uma incomum euforia tomava conta de si. Talvez fosse pela caçada inesperada ou por saber exatamente o que aconteceria no momento em que colocasse as mãos nela.

Em que suas presas afundassem naquela pele imaculada e sua virilidade deflorasse o centro puro entre as pernas dela.

Sem pressa, continuou seguindo-a pelo castelo, movendo-se silenciosamente em meio as sombras. Seus olhos tão vermelhos e reluzentes quanto um rubi. Prosseguiria com a brincadeira um pouco mais, mesmo que sua ânsia estivesse esvaindo com sua paciência segundo a segundo. Logo chegaria o momento em que a tomaria em seus braços e faria o que seus pensamentos indecentes pediam.

Josephine, por sua vez, batalhava contra o cansaço que já começava a se instalar. Parecia um labirinto sem saída e tal compreensão fez com que ficasse assustada. Não tinha ideia de como sair e ficar perambulando pela escuridão da noite não estava ajudando em nada; olhou de um lado para o outro e viu uma porta dupla, maior do que as demais. Encarou-a uns segundos.

Andou apressadamente e abriu-a. Era um quarto. Um amplo e luxuoso quarto, com uma linda cama de dossel e uma lareira em mármore. Deveria servir.

Sua ideia era esperar amanhecer para sair. Estando escuro e com os nervos à flor da pele, não teria como escapar naquele momento. Esconder-se talvez não fosse a melhor opção, mas era a única. Sendo o castelo tão grande, se ficasse quieta, ninguém a encontraria até a alvorada. Então, Josephine trancou-se ali.

Baile de Máscaras (Shortfic Kim Seokjin)Onde histórias criam vida. Descubra agora