0.1 𝓐 𝓒𝓪𝓼𝓲𝓷𝓱𝓪 𝓐𝓶𝓪𝓻𝓮𝓵𝓪

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PASSADO
Era 23 de abril, o tempo estava nublado na Inglaterra e os resquícios do inverno ainda se mostravam presentes mesmo já estando na primavera. A janela da pequena casa amarela batia de um lado e do outro por causa do vento que estava muito forte naquele dia, uma moça jovem que parecia ter acabado de sair do banho pois seu cabelo castanho encaracolado ainda parecia úmido, tinha um olhar preocupado, talvez com o clima ou talvez porque seu marido ainda não houvera aparecido, ele trabalhava no turno da noite então cedo da manhã já estava em casa, já era meio dia e nada. A cidade estava quieta, algo estava errado, os pássaros que sempre cantavam a essa hora não haviam aparecido, assim como o sol. Algo tinha acontecido no leste a uma semana, a cidade de Moscou decretou quarentena para a cidade, ninguém entrava e ninguém saia, mas ainda não haviam dito nada, apenas imagens estranhas de corpos sendo levados para necrotérios, não deveria ter nada de errado disso eu sei, mas eles estavam empilhados um em cima do outro em um caminhão, muitos deles, sem roupas e com uma coloração muito esquisita, os noticiários diziam para não nos preocuparmos, mas não é a obrigação deles dizer isso?
Octávia, era o nome da moça da casinha amarela, morou lá desde criança e agora morava com o marido e o filho recém nascido, havia engravidado cedo, com 19 anos, os pais lhe deram total apoio mas acho que não era o que ela queria, ela era jovem e charmosa, chamava atenção por onde passava com seus longos cabelos e um corpo definido, não que isso seja importante mas talvez para ela era. Ligou o noticiário e percebeu que algo estava estranho, os jornalistas pareciam nervosos, como se alguém estivesse com uma arma literalmente apontada para eles, "não se preocupem, a situação está sendo resolvida em Moscou, foi apenas uma gripe forte que acertou alguns moradores, mas não fiquem assustados está tudo bem", era só isso que falavam, o que os fazia pensar que na verdade nada estava bem, a cada frase cinco goles de água, talvez o tempo estivesse seco, ou talvez havia algo mais a ser dito. O olhar preocupado de Octávia estava novamente para fora da janela, a espera de seu marido aparecer com boas notícias, mas nada. Uma batida inesperada é ouvida na porta, Octávia se assusta, fazia segundos que havia olhado para fora e não tinha visto ninguém. Vai com cuidado perto da porta e quando abre vê sua amiga Olivia do lado de fora com uma torta que parecia deliciosa. Ela sempre estava tão arrumada, parecia que sempre estava esperando a Rainha da Inglaterra ou algo parecido, seus fios longos e ruivos estavam sempre bem penteados e sua maquiagem sempre impecável.

-Hey, Via! - falou já entrando na residência de onde já quase morava

- Sabe que detesto esse apelido, Olivia - disse Octávia com um olhar repreensivo para a amiga de longa data

- Onde está o afilhado mais lindo de todo o mundo? - falou Olivia ignorando o que a amiga havia falado e levando o bolo para a cozinha - Trouxe essa torta para ele

- Olivia, ele acabou de nascer não come bolo ainda - falou debochando

- Então sobra mais pra gente - Olivia solta uma gargalhada grande e logo em seguida é ouvido o choro do bebê vindo do quarto - Pode deixar comigo, amiga - falou se dirigindo a ele.

Enquanto isso, Octávia se direcionava a cozinha para cortar um pedaço de torta para ela e para Olivia, era uma deliciosa e gigantesca torta de morango com cobertura de chantilly, ela mesma as fazia, era impressionante. Octávia tentava pela vigésima vez ligar para o trabalho do marido, "era só um imprevisto, logo ele chegaria" ela tentava repetir para si mesma toda vez que pensava em algo ruim. Um carro passa na rua fazendo um barulho enorme, como se estivesse querendo chamar a atenção, e acho que estava.
"ATENÇÃO! ATENÇÃO! OS RUSSOS ESTÃO MENTINDO, A ALGO MUITO MAIS SÉRIO QUE APENAS UMA GRIPE, SE TRANQUEM EM CASA E SE PROTEJAM POR AMOR A DEUS"
Essa mensagem ficava repetindo e repetindo varias vezes, mas era difícil de acreditar, porque os russos mentiriam se fosse algo realmente sério?
Olívia correu para sala com o bebê no colo.

- Recebi uma mensagem, liga a tv AGORA - Falou com um tom de medo que fez Octávia tremer dos pés a cabeça.

Sons de tiro foram ouvidos ao fundo do noticiário, nada era compreensível, apenas havia a boa e velha bancada onde os âncoras normalmente davam as notícias, mas ela estava vazia. De repente, aparece John Mercury, o âncora do jornal e ele não parece nada bem.
"Vocês tem que me ouvir, os militares estão mentindo, o governo está mentindo, TODOS estão mentindo, não saiam de casa, tem algo horrível acontecendo, pessoas comendo umas as outras, eu repito NAO SAIAM DE CASA... - o repórter é interrompido com uma bala bem no meio da testa finalizando assim a transmissão.

Olá, pessoas :) e aí o que acharam do capítulo?

Journey of DeathOnde histórias criam vida. Descubra agora