Sob as Estrelas | SeongSang

Uma Pequena Trégua

Seonghwa estava esperando a enfermeira na sala de curativos, enquanto Yeosang e Wooyoung o aguardavam na sala de espera. Estava pensando em o que aconteceria após aquele dia, o que seu paria faria a seguir, pois ele, com toda a certeza do mundo, não ficaria quieto vendo que seu filho não atendeu às suas ordens. Temia que ele fizesse algo contra Yeosang, que não tinha envolvimento nenhum com aquilo; também, precisava resolver as coisas com Yujin. Por que ela faria algo daquele tipo, se ela mesma quem terminou o relacionamento? Ninguém sabia, mas Yujin havia, de alguma forma, descoberto sobre os sentimentos escondidos de Seonghwa para com Yeosang e, por esse motivo, terminou o relacionamento com palavras más e nem um pouco politicamente corretas.

Hwa não tinha percebido a movimentação atrás de si até sentir as mãos frias da enfermeira, cobertas por luvas, em suas costas e aquilo o levou a se assustar. Só queria ir para casa, descansar e esquecer de tudo o que aconteceu naquele dia em específico. Entretanto, uma voz conhecida o fez acordar e se sentir tão animado quanto quando via sua mãe nos fins de semana, em sua infância.

— Yuna! — Exclamou, animado. A enfermeira atrás de si riu baixinho. — Eu não sabia que você estava trabalhando aqui.

— É só um estágio. — A garota respondeu, cuidadosamente movimentando as mãos pelas costas do mais velho, passando o remédio necessário. — E você? Como se meteu nisso?

— É... Uma longa história.

Yuna era um ano mais nova que Seonghwa, sendo irmã gêmea de Yunho. Ainda assim, os dois eram tão próximos como se fossem da mesma família. Os dois não sabem quando se aproximaram tanto, apenas tinham certeza de que gostavam muito um do outro. O Park sempre ajudava a garota quando alguém tentava mexer com ela na escola, e a garota era muito grata por isso. Muitos rumores que os dois estavam namorando começaram a surgir, mesmo que Seonghwa ainda saísse com várias garotas e Yuna sequer se importasse com relacionamentos; amizade entre um garoto e uma garota não pode existir.

Apesar de tudo, os dois eram como uma família e Yunho sentia muito ciúmes de sua irmã, alegando que ela preferia Seonghwa à ele. Lembrar daqueles dias fazia o Park rir, ser adolescente não lhe trouxe tantas responsabilidades até o dia em que fez 20 anos, quando precisou entrar na faculdade de administração para herdar a empresa de seu pai.

Yuna terminou seu trabalho rápido, enfaixando o tronco do mais velho assim que aplicou as medicações. Pediu para que voltasse na semana que vem e, assim, Seonghwa foi liberado. O Park sorriu quando saiu da sala de curativos e deu de cara com Wooyoung e Yeosang abraçados, com o Kang acariciando os fios descoloridos do Jung, como uma forma de, provavelmente, o acalmar. Yuna voltou alguns segundos depois com uma receita de medicamentos na mão, que o médico o qual Seonghwa havia se consultado antes havia passado e, também, um atestado médico de três dias. O garoto agradeceu com um sorriso e então se aproximou de seus amigos.

— Ei, vocês. Vão ficar de boiolice no meio do hospital mesmo?

Ao ouvirem sua voz, os dois se separaram do abraço e levantaram rapidamente dos assentos.

— Você está bem? Não sofreu nada sério, certo? — Wooyoung se apressou em perguntar. Seong assegurou que estava tudo bem e o garoto suspirou em alívio.

— Vamos para casa. Eu preciso arrumar toda aquela bagunça e...

— De jeito nenhum! — Yeosang o cortou, se colocando à sua frente. — Não vou deixar você voltar para aquele lugar. E se a pessoa que fez isso com você voltar, o que você vai fazer?

— Onde você quer que eu fique, então? Eu não tenho lugar para ir.

— Vamos para meu apartamento. Soojin já deve ter ido embora, você pode ficar no quarto extra. Vamos, ok? Wooyoung pode ficar com a gente se quiser.