O Caso Final

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Ei, Kang Yebin!

Através do celular, a voz de Yeosang ecoava pela sala pequena e apertada de interrogação, nem um pouco calma. O delegado responsável pelo caso segurava o aparelho, a pedido de San, enquanto Yebin olhava para a tela daquela chamada de vídeo e observava bem as expressões de seu irmão e de Seonghwa, um irritado, já o outro, completamente calmo. Yeosang começou a gritar mais algumas vezes, dando um belo sermão para sua irmã mais velha, que sequer se importava.

Yebin não se arrependia de nada do que havia feito. Realmente, pagar com a mesma moeda não era a melhor coisa a se fazer e sabia que seu irmão odiava aquilo, mas eles eram diferentes e ela nunca poderia aceitar que alguém o machucasse. Depois de ouvir, sem querer, a preocupação de Yeo em que o pai de Seonghwa poderia fazer algo com San ou Wooyoung também, ela não conseguiu se contentar em ficar parada e esperar que a polícia fizesse algo; ela sabia que nada ia acontecer.

Como você pôde fazer algo assim?! — Yeosang continuava a gritar pelo celular. — Você sequer sabe o que fazer?

Cale a boca. — Foi tudo o que ela disse desde que a ligação iniciou. — Você não sabe de nada do que está acontecendo. Eu sei o que fazer, eu tenho meus planos, eu vou resolver isso, enquanto você vai ficar no hospital, descansando, se recuperando. Entendeu? Não adianta ir contra o que eu digo, eu sou sua irmã mais velha e você tem de me obedecer. Você entendeu?

Ela o ouviu suspirar e resmungar algo, mas logo a ligação encerrou. Ela olhou direto para o policial que segurava o celular, sem culpa alguma nos olhos. O policial também suspirou logo em seguida, e então soltou um:

— Vou fingir que você nunca esteve aqui. Vai ficar detida por uma noite e depois, por favor, vá embora.

***

No hospital, Seonghwa tentava acalmar Yeosang de todas as formas possíveis. Ele não podia se estressar, se sua pressão arterial subisse, os médicos seriam comunicados e isso também não seria nada bom para ele. Wooyoung estava sentado ali, próximo da maca, sem saber muito bem o que fazer. Ele havia dito que San o disse que Yebin estaria livre no dia seguinte e pediu para que não se preocupassem, pois ela sabia o que fazer. Para Yeosang, o maior problema era esse: somente ela sabia o que fazer.

Ele estava preso no hospital, com dores, ainda em observação. Seus amigos não eram tão próximos de Yebin assim, logo eles não conseguiram se aproximar dela para tentar ajudar, e muito menos Seonghwa. Contudo, mesmo que eles tentassem, ela não deixaria: Yebin era do tipo que queria fazer absolutamente tudo sozinha e aquilo certamente irritava seu irmãozinho. Não havia como ajudá-la, de forma alguma, ainda mais em algo contra alguém tão poderoso como o pai de Seonghwa. Era como atirar no próprio pé.

— Vai ficar tudo bem. — Wooyoung disse, depois de um bom tempo. — Yebin é sempre inconsequente, mas nunca faz nada de errado. Talvez... Ser presa faça parte do plano dela.

— Que tipo de plano maluco seria esse?

— Pense bem... Ela não tem como denunciar o pai de Seonghwa sem provas, mas se ele denunciar ela, ela pode conseguir provas a tempo para se inocentar. Não há câmeras comprovando que ela o agrediu, apenas testemunhas visuais, que podem ter mentido ou não, certo? Mas podem existir provas de quando aquele homem bateu em você. Entende?

— Ainda assim... Não faz sentido. Por que? Por que ela precisaria fazer isso?

— Ei, você é idiota? Yebin é sua única família, praticamente. Você sempre fizeram tudo um pelo outro, por que agora seria diferente?

— Seria bom você descansar. — A voz doce de Seonghwa ecoou pela sala de observação, até mesmo as senhorinhas que prestavam atenção no drama da televisão olharam para eles. — Há muita coisa acontecendo, mas você não precisa pensar nisso agora.

Sob as Estrelas | SeongSangOnde histórias criam vida. Descubra agora