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Os dois saem da cama em pulo. Olhando ao redor, eles percebem que uma passagem se abriu acima da cama. Estreita, mas a única saída.

"Eu não passo ali" Barry diz, encarando com seriedade o duto.

"Mas Hedwig passa" sussurra Casey, recordando-se de como Hedwig parece menor que os outros alters.

"O quê?" Barry a encara confuso.

"Quando vocês mudam de personalidade, a postura de vocês muda também. Hedwig é o menor. Ele passa" ela repete, quase desesperada. O cheiro está forte demais.

"Isso é loucura" pontua Barry, tossindo um pouco. O gás está se espalhando de maneira rápida.

"Seriamente?" Casey retruca com sarcasmo, arrependendo-se logo depois "vamos logo!"

Ela entra no duto, arrastando-se com rapidez.

"Que tipo de brincadeira é essa, Casey?" a voz infantil de Hedwig surge atrás dela.

"Você só precisa me seguir, querido" ela retruca, ficando sem fôlego. O cheiro não é tão forte ali, mas o ambiente claustrofóbico é angustiante.

"Eu continuo co-consciente" a voz agora é uma mistura de Barry com Hedwig. A língua presa da criança, com o sotaque do adulto.

"Direita ou esquerda?" Casey pergunta quando se depara com as duas direções.

"Talvez seja para nos separarmos?" eles dizem.

"Nem ferrando" Casey escolhe esquerda, sendo acompanhada de perto.

"Você tem um bumbum legal, Casey" é claro que a criança tinha que quebrar o silêncio com um comentário aleatório e espontâneo.

A morena solta uma risada sem graça. Se fosse apenas Hedwig... Mas Barry também está tendo a mesma visão. E todos os outros. Ela sente suas bochechas esquentarem.

"Desculpe" desta vez, Barry é bem aparente.

"Está tudo bem" Casey diz suavemente "vocês também tem um bumbum legal, aliás."

"Ah, mas você nem está o vendo agora!" ri Barry "só está dizendo isso para nos agradar."

Ambos riem, deixando a atmosfera menos opressora. O cheiro forte ainda se faz presente, mas não é tão mal quanto antes.

"Estou vendo uma saída" avisa Casey, mas quando se aproxima, o suporte em baixo dela se quebra, a fazendo cair.

"Jesus!" Casey passa a mão pelo corpo, tentando ver se está machucada. Bom, mais machucada do que já está.

"Tudo bem?" Barry grita, ainda lá em cima.

"Sim" ela responde, olhando ao redor "droga."

"Chega para o lado, estou descendo" Barry avisa. Casey se levanta e chega mais perto do cenário que foi preparado para eles. Barry cai no chão e depois de praguejar, vai até ela "inferno!"

Um cenário macabro foi criado para eles. Quatro vítimas, três mulheres, um homem. Todos presos em um pequeno espaço. Barry e Casey podem ver tudo, mas um vidro os separa.

"Você conhece?" pergunta Casey, seus olhos fixos em Marcia, sua antiga paixão do colégio e Claire, a melhor amiga dela e rainha do baile. Nada disso importa agora, não?, pensa Casey com amargura.

"Dra. Fletcher é..." Barry parece estar realmente emocionado "ela é incrível. Tem nos ajudado muito."

"Essas garotas foram minhas colegas de classe" conta Casey.

"Amigas?"

"Nem perto disso."

"Ele é nosso chefe" Barry aponta para o cara.

"Eu não consigo entender" sussurra Casey. Em sua mente, ela tenta juntar as peças e fazer elas fazerem sentido. Mas não fazem.

As vítimas parecem despertar, percebendo aos poucos sua situação. Todos estão em cima de um bloco de concreto ligado a parede atrás deles, com mordaças em suas bocas, arame farpado prendendo seus pulsos e tornozelos e arame em volta do pescoço deles, ligado a uma corda. Eles estão prestes a serem enforcados. E, se eles se mexerem muito, acabariam mortos também.

"Casey e Kevin, vocês precisam escolher: quem merece viver? Só um pode sair vivo. Marcia? Edgar? Claire? Karen?" a voz do sequestrador ecoa pela sala.

"O que vamos fazer?" Casey se vira para Barry, tentando ignorar os gritos das vítimas. Claire definitivamente não entende a situação, já que chama Casey de aberração da escola e manda soltá-la.

"Quebrar o vidro e tentar salvar a todos?" sugere Barry. Ele se afasta e corre em direção ao vidro, mas o bloco de todos se mexem, diminuindo. Casey puxa Barry e o para, antes que ele atinja o vidro.

"Assim vamos acabar matando todos" ela comenta, constatando que devem seguir as instruções ou todos morreriam.

"Nós não, nós não temos culpa de nada disso" Barry diz, na defensiva.

"Mas precisamos escolher" sussurra Casey, desviando seu olhar para Marcia, que a encara chorando. Seu olhar desliza para Claire, que a encara furiosa em meio às lágrimas. Ela deve achar que a culpa é minha, como sempre, pensa a morena.

Mais uma vez os blocos se movem, causando mais comoção.

"Qual critério devemos usar?" Casey se vira para Barry novamente, derrotada.

"Não existe um critério bom o bastante para decidir a vida das pessoas" Barry retruca.

"Qual sua ligação com seu chefe?" Casey questiona.

"Péssima?" ele suspira "ele é um babaca."

"Ótimo. Ele está fora." Casey diz "as meninas..." ela resiste a vontade de olhar para Marcia "elas não significam nada para mim. Creio que sua doutora seja nossa escolha."

"Nossa escolha é a Doutora Fletcher" Barry grita.

Casey afunda seu rosto no peitoral dele, sem conseguir assistir as mortes. Barry a aperta contra si. Os gritos são a pior parte, mas logo cessam. Apenas um choro permanece. Karen Fletcher foi poupada.

"Sigam em frente" a voz do sequestrador diz.

Uma luz se acende em um dos lados da sala, indicando o caminho. Eles vão abraçados, temendo o que está por vir.

decidi acrescentar Marcia e Claire, duas personagens do filme

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decidi acrescentar Marcia e Claire, duas personagens do filme. tem uma ideia que circula pelos fãs que Casey teve uma queda pela Marcia, então decidi usar isso

já escrevi os próximos — e últimos — capítulos da fic. só mais dois e fim. vão sentir saudades? eu vou 😭

recomendação de hoje:
https://youtu.be/gsCeUEBVO3I

ᴇɴᴛʀᴇ sᴀʟᴀs ᴅᴇ ᴇsᴄᴀᴘᴇ | ғʀᴀɢᴍᴇɴᴛᴀᴅᴏOnde histórias criam vida. Descubra agora