Acordei às 5:00 da manhã com o barulho das botas de Gregory. Decidi que iria me levantar naquele instante, ainda era cedo, mas precisava pensar um pouco. Me arrumei para ir para escola, arrumei também meus materiais e adiantei o café. Levei na minha bolsa uma maçã para comer quando estivesse indo para escola realmente. Deixei um bilhete para Mary dizendo:
"Mary,
Estou saindo mais cedo, deixei o café, não se preocupe.
Beijooos."
Não sabia se era assim que se escrevia um bilhete, mas deixei daquele modo.
Quando acabei de tomar um chá me senti diferente, precisava respirar, acontecimentos do dia anterior batiam na porta da minha mente para que eu os deixassem a invadi-la.
Abri a porta das frentes e senti o vento da madrugada em meu rosto, de lá dei um tchau para Gregory e sai correndo para uma direção a qual eu nunca havia ido.
Sentia a brisa bater em meu rosto, enquanto fios rebeldes ficavam sobre meus olhos e nariz. O vestido balançava como o reflexo do sol que iria nascendo. E eu apenas corria, corria e corria. Parei em um lugar que começara a ser fechado, tinha uma árvore e pendurada a ela um balanço.
-Foi ao vento perdeu o assento.-O velho ditado, digo a mim mesma.
Começo a ir o mais alto que pude e comecei a ver que minha mochila impedia as alturas, joguei ela dali mesmo enquanto balançava e continuei indo alto. Até que os pensamentos voltam sobre mim e tomam conta do momento. Será que estou tratando Timothée como Meri trata Maxon? Ou como Jo tratava Laurie? Anne e Gilbert? Será que ele gosta de mim? Sera que eu gosto dele?
Meus pensamentos foram interrompidos quando senti uma mão em minha cintura, fazendo eu ir mais alto. Era alguém tentando me matar? Olho para trás e vejo Timothée.
-Ei!-Falo encostando meus pés no chão quando o balanço estava mais baixo.-Como sabia que eu estava aqui?
-Pude te ver correndo pela minha janela.
Parei o balanço e me virei de frente para ele. Dei um sorriso meio torto sem mostrar os dentes para ele.
-Ta tudo bem?-Ele pergunta.
-Claro que está, ainda é muito cedo para ir a escola?
-Sim, bastante...
-Me desculpe se foi eu que te acordei... Mas quer balançar um pouco?
-Sim!
Desço do balanço e espero o mesmo entrar.
-Posso te balançar?
-Acho que dou conta de fazer isso sozinho.
-Esta se desafiando, no entanto, eu duvido.-Cruzo meus braços.
-Não duvide de mim, querida.
Quando ele falou a palavra "Querida", um pensamento rápido logo me veio a mente, o qual me fez gelar por completo, mas ao mesmo tempo conseguindo ruborizar minhas bochechas. Balanço a cabeça para verificar se ainda estou viva, certamente que sim.
Passou-se uns 3 minutos e Timothée continuava lá.
-Ei é minha vez!
-Só se me tirar daqui!
-Isso é um desafio?
-Talvez...-Ele para de balançar e para em minha frente ainda sentando no balanço, com um sorriso cínico. Isso para mim foi desafiador, em revolta me sentei no colo dele e comecei a balançar o mais alto possível.
-Ei... Ei... Acho que já... esta na hora de... irmos...-Olho para o rosto dele, acho que estávamos muito perto, fez ele ficar vermelho.
-Ah... Ta bom-Sorrio e pulo do colo dele para o chão. Pego minha bolsa que estava jogada ao chão e espero Timothée se aprontar e irmos.
-Vamos por um caminho diferente?
-Qual?-Digo tirando a maçã da minha mochila.
-Se formos por ali podemos chegar na escola e ainda passar pela casa de Will-Ele fala apontando para meiados das árvores.
-Já foi por aí?
-Não...Mas confie em mim!
-Então tá...-Reviro os olhos.Ficamos andando pela mata até acharmos uma cabana.
-Olhe!-Apontei e fui olhar por uma das pequenas vidraças quebradas, só havia um cômodo vazio.
-Eu já vim aqui... Meu pai não usa para nada... Vamos, temos que ir...
-Claro.u-Me desvio e volto a andar ao lado de Timothée.
Chegamos a casa de Will. Pude ver Emilly na tal correnteza, que jurava ter vido gansos, ela jogava margaridas pela água. Será que os gansos iriam ser comidos e queriam deixá-los com aroma?
Ela percebe nossa presença e se levanta.
-Chegaram na hora!-Diz falando do outro lado da cerca, acenamos para ela.-Já estamos indo...
-Timothée, posso te falar algo...?
-Claro-Ele me olha com um olhar diferente, prestava atenção e parecia ter esperança no brilho do seus olhos, ou era tudo coisa da minha cabeça.
-Pessoal vamos?-Will chega.
-Te falo depois da aula-Dou dois tapinhas nas costas dele e saio conversando com Emilly.A aula havia acabado, grande parte do tempo passei com o grupo de três garotas e Emilly. Acho que agora o grupo era composto por cinco garotas.
Já haviamos deixado Will e a irmã em sua casa e andávamos calmos voltando para casa.
-O que queria me falar mais cedo?-Não passei meu tempo com Timothée por que tinha medo que ele perguntasse isso, por isso o evitei.
-Acho melhor não falar...-Falo olhando para o chão.
-Denovo isso? O qual insegura você é?-Ele falou calmo... Isso me encheu de ódio, parei na frente dele e proferi:
-Isso não é da sua conta! Você não sabe o que se passa dentro dessa cabeça, nem eu mesma sei! Já tentei te falar várias coisas várias vezes, mas não dou conta! Você fica me olhando com essa cara-Faço um gesto estranho com as mãos- e eu... Eu... As palavras não saem! Você não entende, eu consiguiria me expressar, se não tivesse toda essa pressão que existe!
Ele presrou atenção em cada palavra minha e no final deu um suspiro, quando percebi isso revirei os olhos e acelerei meu passo o deixando parado e para trás.
Ele mal tentou me alcançar durante o percurso ou falar alguma coisa. Não falei nada também, meu orgulho fala mais alto.
Quando chego em casa, ignoro Mary e subo logo para meu quarto, comecei a ler uma história que sempre me levava a fora do mundo: "As aventuras do sargento verde". Tiro também um cochilo da tarde e levanto só as 6:00 com Mary batendo na minha porta, abrindo sem perguntar e dizendo:
-Tem umas coisas suas chegando, desce lá.
Rspondo com um som estranho e sonolento.
Amarro meu cabelo bagunçado em um coque e desço para ver o que é.
Chegando lá embaixo havia um carro azul de transporte, havia um adesivo amarelo informando o telefone de contato.
-Vim buscar as coisas...
-Estão ali, quer ajuda?-O homem com barba fala.
-Eu desço a bicicleta-Meus olhos brilham quando a vejo- Desce a caixa.-Falo dando de ombros.
Desamarro a minha bicicleta amarela que contém um farolzinho com cuidado e coloco a no chão.
Vejo o homem levando a caixa para dentro e recebendo 10 Dólares de Mary, era muito caro para região...
Quando o homem da a partida deixando a fazenda me viro para Mary:
-Posso sair?
-Come algo antes e volte antes das 8:00, ok?
-Ok...-Mary era bem mais liberal que minha família...Depois de comer subo ao meu quarto e pego uma calça. Fecho a janela e me troco.
-Estou saindo!-Digo correndo e descendo as escadas.
Saio pela porta principal e pego minha bicicleta.
-Saudades amiguinha...-Digo com um sorriso.
Saio pedalando, passo pela casa de Timothée (Acho que pude ver ele me observar), e logo depois adentro na mesma direção que fazemos para ir para escola, assim virando para casa de Will.
Desço da minha bicicleta quando vejo a casa azulada, encosto ela na cerca branca e vejo se a alguém em casa. Passo pelo portão da cerca e deixo minha bicicleta do lado de dentro. Bato na porta e Emilly me atende.
-Que bom, Emilly, preciso conversar...
-Vem entra, vamos no meu quarto!-Ela amigável diz.
Entramos no quarto dela, era bem simples pois tinha acabado de se mudar para lá.
-Senta aqui-Ela deu duas batidinhas no colchão da cama quando se sentou.
Me sento e começo:
-Vim aqui pra ver se consegue me entender...
-O que houve?
-Hoje... Mais cedo... Estava conversando com Timothée, até que disse que ele não me entende e que a culpa é minha, depois disso ele só olhou para mim e não fez nada... Não nos falamos até agora... Será que eu quebrei ele?
-Puff...-Faz um gesto com as mãos-Claro que não, ele só deve estar dando um tempo apra ver como você reage.
-Como assim?
-Ur Dur, é pra ver se você realmente sente falta dele presente, é óbvio.
-Entendi...-Fecho o meu semblante
-É isso ai!
-Obrigada por me ajudar, posso passar aqui mais cedo amanhã?-É ai que começo meu plano...
-Claro que sim!
A abraço e dou um tchauzinho.
Subo na minha bicicleta novamente para voltar para casa, podia ficar mais escuro e quem sabe perigoso. Aproveitando esse momento comigo mesma para esclarecer que não vou correr atrás de Timothée nenhum, ele que volte atrás... Mas se for por muito tempo... Não! Vou ficar de pé com minha palavra! Amanhã vou sair para escola sem ele... Minha rotina vai ter que mudar.~~~~~~
Não separei esse cap igual o anterior, tem preferência?
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For My Dear,
RomanceQuando a própria boca não da conta de expressar o que sente sobre momentos ou sobre alguém...