Uma bruxa sozinha a vagar,
Ia andando, consigo a pensar.
À noite, pelo canavial
Andando sob a luz do luar -
Sob a luz de prata do luar,
Procurando a cura pro seu mal.
Nos lugares por onde passava,
A figura dela amedrontava.
Todos temiam a bruxa má.
A ela, todos sempre evitavam,
De sua casa não se aproximavam,
Jamais se aproximavam de lá.
Longe de todos, ela morava
Isolada em sua casa; habitava
A isolada e distante casinha.
E assim a sua vida se passava:
De dia não saía de casa,
À noite vagueava sozinha.
Pela manhã, ouvia o cantar
Dos pássaros ao longe a voar,
Mas vivia ela triste, reclusa.
Quando noite, se punha a escutar
Somente o lúgubre crocitar
De suas companheiras corujas.
Sem que tivesse alguém para amar,
Via as donzelas a se casar,
Todas donzelas da região.
Esperava um amor encontrar
E vivia ela assim, a esperar
Por muito tempo, porém em vão.
Assim, nada podia fazer.
Seria ela assim até morrer?
Diferente era sim das demais,
Não podia compreender por que
Ser rejeitada desde o nascer;
Ser rejeitada até por seus pais.
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A bruxa
PoetryUma narrativa poética com nuances góticas e um apelo aos estilos tradicionais da poesia romântica. Conta a história de uma bruxa solitária que se apaixona e se apega a um amor impossível. As causas e efeitos desse amor podem resultar em consequência...