Não conhecia como era amar,
Tudo o que sabia era odiar,
Pois a vida lhe fizera assim.
Queria ela poder encontrar
Uma forma de experimentar
A ventura de um amor sem fim.
E assim se punha, triste a pensar.
O tempo passava devagar
E ela, melancólica sonhando,
E assim ficava sob o luar;
Sentimentos vinham a assolar;
Passava assim, horas divagando.
Numa noite quente de verão,
Vagando ia, pela plantação,
Quando pôde um rapaz avistar;
Conhecendo assim a sensação
Que estava a sentir no coração -
Não sabia que podia amar.
Seu coração se encheu de alegria.
Descobrira agora que podia
Ter alguém a quem pudesse amar.
E todas as noites ela ia,
E os passos do jovem, os seguia;
Seguia-os sempre, a lhe observar.
Noites felizes, nunca tivera.
O amor, uma distante quimera,
Doravante podia sentir.
E a vida - essa terrível fera,
Pela primeira vez lhe trouxera
Uma alegria para sorrir.
Durante toda a noite o assistia
E de prazer sua alma se enchia
Numa jubilosa sensação.
E desse jeito a noite se ia
Em momentos de terna alegria,
Tentando não chamar atenção.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A bruxa
PoetryUma narrativa poética com nuances góticas e um apelo aos estilos tradicionais da poesia romântica. Conta a história de uma bruxa solitária que se apaixona e se apega a um amor impossível. As causas e efeitos desse amor podem resultar em consequência...