II - A bruxa que se apaixonou

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Não conhecia como era amar,

Tudo o que sabia era odiar,

Pois a vida lhe fizera assim.

Queria ela poder encontrar

Uma forma de experimentar

A ventura de um amor sem fim.


E assim se punha, triste a pensar.

O tempo passava devagar

E ela, melancólica sonhando,

E assim ficava sob o luar;

Sentimentos vinham a assolar;

Passava assim, horas divagando.


Numa noite quente de verão,

Vagando ia, pela plantação,

Quando pôde um rapaz avistar;

Conhecendo assim a sensação

Que estava a sentir no coração -

Não sabia que podia amar.


Seu coração se encheu de alegria.

Descobrira agora que podia

Ter alguém a quem pudesse amar.

E todas as noites ela ia,

E os passos do jovem, os seguia;

Seguia-os sempre, a lhe observar.


Noites felizes, nunca tivera.

O amor, uma distante quimera,

Doravante podia sentir.

E a vida - essa terrível fera,

Pela primeira vez lhe trouxera

Uma alegria para sorrir.


Durante toda a noite o assistia

E de prazer sua alma se enchia

Numa jubilosa sensação.

E desse jeito a noite se ia

Em momentos de terna alegria,

Tentando não chamar atenção.

A bruxaOnde histórias criam vida. Descubra agora