IV - O crime que cometeu

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Quando ele então a tomou e a beijou,

Sentimento macabro aflorou,

Seu coração se encheu de furor.

Depois que a cena humilhante viu,

Ódio e desprezo amargo sentiu

Daquela que roubou seu amor.


A esse ultrage não quis aceitar

E ensandecida foi preparar

Terrível vingança para aquela.

Com veneno, a iria matar

E com feitiço, pra si tomar

A beleza da pobre donzela.


Durante a funesta madrugada,

Enlouquecida e desesperada,

Se pôs a preparar o veneno.

Vingança, na mente, encalacrada,

Crueldade no peito encravada,

Movida por denodo supremo


Lá fora soava a ventania;

Terrível procela que se erguia

Em uma bátega muito forte.

Naquela noite escura e sombria,

A pobre donzela já sentia

O cheiro nauseabundo da morte.


Stando a hora sombria chegada,

Pôs-se a caminho muito apressada,

Indo ela em direção ao evento

Com a substância preparada;

Como escrava entrando disfarçada

Aguardou o fatídico momento.


À festa, sorrateira, adentrou;

A substância no vinho injetou

E o cálice da noiva preencheu.

Mas o plano maligno falhou

Quando o noivo, de sua mão tomou

A taça, e o conteúdo bebeu.

A bruxaOnde histórias criam vida. Descubra agora