Quando ele então a tomou e a beijou,
Sentimento macabro aflorou,
Seu coração se encheu de furor.
Depois que a cena humilhante viu,
Ódio e desprezo amargo sentiu
Daquela que roubou seu amor.
A esse ultrage não quis aceitar
E ensandecida foi preparar
Terrível vingança para aquela.
Com veneno, a iria matar
E com feitiço, pra si tomar
A beleza da pobre donzela.
Durante a funesta madrugada,
Enlouquecida e desesperada,
Se pôs a preparar o veneno.
Vingança, na mente, encalacrada,
Crueldade no peito encravada,
Movida por denodo supremo
Lá fora soava a ventania;
Terrível procela que se erguia
Em uma bátega muito forte.
Naquela noite escura e sombria,
A pobre donzela já sentia
O cheiro nauseabundo da morte.
Stando a hora sombria chegada,
Pôs-se a caminho muito apressada,
Indo ela em direção ao evento
Com a substância preparada;
Como escrava entrando disfarçada
Aguardou o fatídico momento.
À festa, sorrateira, adentrou;
A substância no vinho injetou
E o cálice da noiva preencheu.
Mas o plano maligno falhou
Quando o noivo, de sua mão tomou
A taça, e o conteúdo bebeu.
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A bruxa
PoetryUma narrativa poética com nuances góticas e um apelo aos estilos tradicionais da poesia romântica. Conta a história de uma bruxa solitária que se apaixona e se apega a um amor impossível. As causas e efeitos desse amor podem resultar em consequência...