V - A morte do Genaro

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A bruxa, apavorada gritou

E com isso o disfarce entregou,

Deixando a multidão espantada.

O gosto amargo, o moço provou

E depressa sua vista turvou,

Sentindo no peito uma pontada.


Calor por seu corpo percorreu,

Da sua cabeça aos seus pés desceu

E no peito uma dor lancinante.

Depois, frio de morte despontou,

Subindo até a garganta estacou

Num soluço sanguíneo pujante.


O efeito mortal não demorou.

Logo em seguida o jovem tombou

Sobre o seu próprio sangue caído.

Levantar-se, ele ainda tentou

E a bruxa, com seus olhos fitou,

Vendo seu próprio ser se esvaindo.


Desesperada, a noiva correu;

Correu ao corpo do noivo seu,

Que jazia no chão, moribundo.

Seu rosto de lágrimas se encheu

No momento em que ele morreu

E sua alma deixou esse mundo.


Vendo o plano que mal sucedeu,

Pávida pelo que cometeu,

Viu-se ela num beco sem saída.

De remorso sua mente se encheu

E do próprio veneno bebeu;

Resolveu tirar sua própria vida.


Desolada a donzela chorou

E o corpo do mancebo velou;

De ira e ódio o peito palpitava.

Foi quando ela de pé levantou

E com todo seu ser invocou

A maldição, com essas palavras:

A bruxaOnde histórias criam vida. Descubra agora