A bruxa, apavorada gritou
E com isso o disfarce entregou,
Deixando a multidão espantada.
O gosto amargo, o moço provou
E depressa sua vista turvou,
Sentindo no peito uma pontada.
Calor por seu corpo percorreu,
Da sua cabeça aos seus pés desceu
E no peito uma dor lancinante.
Depois, frio de morte despontou,
Subindo até a garganta estacou
Num soluço sanguíneo pujante.
O efeito mortal não demorou.
Logo em seguida o jovem tombou
Sobre o seu próprio sangue caído.
Levantar-se, ele ainda tentou
E a bruxa, com seus olhos fitou,
Vendo seu próprio ser se esvaindo.
Desesperada, a noiva correu;
Correu ao corpo do noivo seu,
Que jazia no chão, moribundo.
Seu rosto de lágrimas se encheu
No momento em que ele morreu
E sua alma deixou esse mundo.
Vendo o plano que mal sucedeu,
Pávida pelo que cometeu,
Viu-se ela num beco sem saída.
De remorso sua mente se encheu
E do próprio veneno bebeu;
Resolveu tirar sua própria vida.
Desolada a donzela chorou
E o corpo do mancebo velou;
De ira e ódio o peito palpitava.
Foi quando ela de pé levantou
E com todo seu ser invocou
A maldição, com essas palavras:
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A bruxa
PuisiUma narrativa poética com nuances góticas e um apelo aos estilos tradicionais da poesia romântica. Conta a história de uma bruxa solitária que se apaixona e se apega a um amor impossível. As causas e efeitos desse amor podem resultar em consequência...