First: o encontro.

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Eu tô muito satisfeita com esse capítulo, e espero que vocês aprovem também :)

Boa leitura 💗

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Johnny sabia bem que meticulosidade não era uma de suas maiores qualidades, mas se alguém se dispusesse a lhe perguntar qual sua maior qualidade, com certeza responderia sua paciência, seguido de sua forte empatia. Ele não era uma pessoa ruim, nunca foi, seus amigos até o consideravam muito bobo às vezes, tentando ajudar até mesmo quem não precisava.

Mas, mesmo pessoas tão boas enfrentam dias ruins, isso é um fato. E não estava sendo diferente para o nosso americano.

Em uma tarde de quinta-feira, com a chuva forte encharcando seus tênis e o guarda-chuva mal aguentando o vento que soprava com a tempestade, logo sentia que o objetivo iria sair voando de suas mãos. Estava sendo um dia complicado, mesmo para alguém tão otimista; no caso sua terceira maior qualidade; e depois de ter se atrasado, ter errado sua parada no metrô, levado uma bronca daquelas de seu chefe, e ainda por cima ter perdido um HD de fotos precioso que fazia parte de um ensaio importante, nosso grande otimista estava quase se rendendo ao pessimismo e antipatia, implorando veemência ao universo para cessar aquele pé d'água ininterrupto.

Era pedir demais que aquela tarde terminasse bem?

Certeza que ter falado que F.R.I.E.N.D.S era melhor que Big Bang Theory para aquele garoto nerd três anos atrás iria interferir no equilíbrio astral do universo sobre minha pessoa. — Resmungou para si mesmo, olhando para seus tênis que faziam um som de "squash" toda vez que ele pisava com força. — Como eu queria um banho quentinho agora.

Suspirou pesado, soprando alguns fios de cabelo do seu rosto, se preparando para atravessar a rua, e enfim, chegar em sua morada sagrada.

Parou de pensar ao sentir alguém esbarrar em si, lhe fazendo acordar de seus pensamentos envolvendo uma banheira com água morna.

Seu sobretudo parecia ganhar o dobro do peso com o quão molhado estava na parte próxima de seus pés, mas isso não o impediu de correr um pouco mais rápido na hora de atravessar, sua mente já planejando exatamente a rota que ele deveria fazer e o que fazer quando chegasse em casa: tirar os tênis e as meias; encher a banheira; ficar meia hora lá dentro; fazer um chá de gengibre para prevenir uma possível gripe; procurar o bendito HD de fotos que quase lhe custou o pescoço; e até aí já estava muito bom.

Mas antes que chegasse na última rua até sua casa, reparou numa cena um pouco peculiar: em um banco de madeira comum para praças, havia um garoto sentado ali, sem nenhuma proteção aparente para aquele temporal, aparentemente invisível para as pessoas que trafegavam naquela rua com um movimento constante. Ele parecia tão pálido e sem renitência aos olhares tortos que recebia de uns e outros, era de realmente apertar o coração.

Johnny teria que tomar uma decisão séria naquele instante: seguir em frente e ignorar o pedido silencioso de socorro que aquele garoto demonstrava, ser mais um a ignorar uma alma viva em seu estado mais vulnerável; ou dar uma oportunidade de se redimir com o universo e tentar mudar a perspectiva da realidade daquele ser de aparência abatida e frágil, quem sabe ele não é uma pessoa boa?

Damn, porque eu inicio esses dilemas internos em lugares não apropriados? — Olhou para o céu, em busca de uma resposta que com certeza não viria, mas percebeu que a chuva tinha dado uma trégua, e sabia que o universo estava lhe dando uma dica do que deveria fazer.

Com passos bem lentos e brandos para evitar sustos ou recepções ruins, o Seo se aproximou cada vez mais, seu nervosismo consumindo seus neurônios bons para formular uma pergunta pouco invasiva.

Rain boy | [Johnten]Onde histórias criam vida. Descubra agora