Naquele ponto, estava claro que não estávamos participado de um processo seletivo.
Começamos em 13 pessoas. Fiquei me perguntando se os 3 primeiros que desapareceram faziam parte do esquema ou foram vítimas como Lara e Mauro.
Nosso grupo foi reduzido a 8 pessoas. Na verdade, 7, pois desconfiava que Walter não era um de nós.
Os times Telma e Robson se dissolveram, não fazia mais sentido continuar arrumando a sala. Novos grupos, aparentemente, haviam se formado.
Joshua, Telma e eu ficamos perto da entrada. Conversavamos sobre como sair dali.
Robson e Rúbia continuavam juntos cochichando do lado oposto da sala. André e Amanda estavam sentados próximos, porém em silêncio.
E Walter, o infiltrado, estava sentado na mesa central. Dividia sua atenção entre os grupos. Como que nos analisando, julgando.
Em certo momento, André se levantou. Ergueu a cadeira que ocupava sobre a cabeça. Amanda se afastou. Ele ficou de frente com a porta, por onde Lara foi levada, e arremessou a cadeira com toda sua força liberando junto um grito de fúria que mais se assemelhava a um urru animalesco e feroz.
Por mais incrível que possa parecer, a cadeira atravessou a porta, estilhaços de madeira voaram pela sala.
André urrou novamente e correu pela porta destroçada. Podia jurar que ele tinha dobrado de tamanho quando atravessou a porta, destruindo o que havia sobrado dela no batente.
Walter pareceu surpreso. Na verdade, todos nós estávamos. Mas havia algo de diferente em Walter e eu não era o único a reparar nisso.
*
Pensei em confrontar Walter, quando me preparava para ir até ele, Joshua tomou a frente.
— Você sabe o que está acontecendo aqui, cara! Eu sei que você sabe! — gritou Joshua, apontando o dedo na direção de Walter.
Segui logo atrás dele e pus a mão em seu ombro.
— Espera Joshua…
Antes que eu terminar a frase, Walter surgiu à nossa frente. Num segundo ele estava no centro da sala e no seguinte havia cruzado metade da sala e nos encarava.
— Vocês querem saber realmente o que ocorre aqui? Eu vou explicar a vocês! Dois de vocês serão escolhidos e, se resistirem, receberãos o dom trevas.
— Como assim… don… que don? — retrucou Joshua.
— Você não percebeu ainda? — eu disse — eles são… vampiros!
— Parabéns sr. Gabriel! — falou Walter, exibindo um sorriso que deixava a mostra os caninos pontiagudos. — e para vocês que ainda não entenderam, vou fazer uma demostração!
Ele agarrou Joshua pelo dois pulsos, arreganhou a boca e com um puxão trouxe Joshua para perto, cravado os dentes em seu pescoço.
— Porra! — gritou Robson — que merda é essa!
Telma chorava copiosamente enquanto Rúbia estava muda, olhando a cena com os olhos arregalados. Eu estava apavorado, mas tentava não demonstrar.
Eu imaginava uma forma de sairmos dali. Senti a mão de Telma apertar a minha. Estava prestes a puxa-la e correr para o corredor ensanguentado por onde André saiu furioso, quando uma horda de homens e mulheres entrou por lá.
Vestiam túnicas pretas, deveriam ter duas dezenas deles. Dois deles carregaram o corpo inerte e sem vida de Joshua para fora da sala enquanto os outros formaram uma barreira, bloqueando aquela saída.
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Fator RH
VampireEm uma entrevista para um site de negócios, Gabriel conta como foi sua entrevista de emprego e a dinâmica de grupo sinistra que participou.