Os grupos

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No final da apresentação os grupos se juntaram. Robson, André, Rúbia, Amanda e Mauro começaram a levantar e pôr as cadeiras no lugar. O Mauro levantou a primeira, encostou num canto e se sentou.

Eu, Telma, Joshua, Lara e Walter nos encarregamos de recolher os papéis e revistas espalhados pela sala, organizando-os na mesa central. 

Fiquei algum tempo analisando a foto de Lázarus, aquilo não podia estar correto. Telma se aproximou de mim e pegou o retrato.

— Deve ter alguma pegadinha aqui! Ele não pode ser o ascensorista! 

— Também acho. Você não viu o sorriso que ele deu depois de me deixar nesse andar! Daria inveja ao Bela Lugosi! 

— Quem sabe esse processo seletivo seja para ser figurante em um filme de terror! — nós dois rimos.

Em certo momento Lara, que estava perto de uma das portas, gritou! Todos pararam e se voltaram para ela, que segurava uma folha de papel na ponta dos dedos. Essa folha estava encharcada de sangue. 

Do vão entre o piso e a porta, era possível ver a poça vermelha se formando, se aproximando dos pés dela. 

André, que estava mais próximo tentou abrir a porta. Segurou a maçaneta e sacudiu violentamente a porta, mas ela não cedeu.

Um clima de pânico começou a se formar. Rúbia e Amanda estavam do lado oposto da sala. Mauro continuava sentado, só esticou o pescoço para ver o que estava acontecendo.

O Walter cruzou os braços e ficou assistindo. Pude ver um sorriso se formando no seu rosto.

Eu, Telma e Joshua estavamos perto da porta de entrada. Tentei abri-la mas também estava trancada.

— Robson, tenta essa porta perto de você!  eu gritei.

Assisti ele sacudir a porta sem sucesso. Faltava uma porta.

— Mauro! — Eu e o Robson gritamos juntos. — A PORTA!

O Mauro olhou para a porta ao seu lado e quando fez menção de se levantar, as luzes se apagaram. As mulheres gritaram, acho que o Joshua também gritou, um grito fino e estérico.

— Porra! O que é isso! Me solta! — era a voz do Mauro.

— Socorro! Alguém me ajuda! Socorro! — era a voz da Lara.

O baque seco de uma cadeira caindo, seguido pelo bater das portas antecederam a volta da luz. O Mauro e a lara não estavam mais na sala.

André, que estava caido no chão, se levantou e tentou abrir a porta, mas escorregou no sangue que tinha alcançado seus pés. As barras da calça mancharam-se e ele se arrastou para longe.

Rúbia chegou na porta por onde Mauro foi levado, forçou a maçaneta e nada. Então começou a esmurrar a porta.

— ABRE ESSA MERDA! SEUS DOENTES! QUE PORRA É ESSA! ABRE! ABRE! 

Ela continuou batendo na porta e gritando até suas mãos sangrarem. Robson se aproximou dela, segurou suas mãos. Tentou acalma-la.

— O que tá acontecendo aqui Robson?

— Não sei Rúbia, mas não é uma dinâmica de grupo.

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