Y ahora sin ti ya no vivo...

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POV Eric 

 Merda de dia! 

 Essa é a verdade. Tô deitado feito um completo inválido nessa cama fria de hospital, meus olhos parecem estar pegando fogo não só pelo aspecto, mas a sensação é de que eles estão virando brasa e queimando minhas pálpebras. Mal consigo mantê-los abertos. Jud saiu daqui ontem furiosa, acredito que deve estar com Bjorn tentando uma nova maneira de me fazer acreditar que eles não tiveram nada um com outro a não ser amizade. Não é que eu não acredite no meu melhor amigo de anos e na mulher da minha vida, mas poxa, foram lançadas provas incontestáveis no meu colo e de repente essas provas não tinham mais validade. Preciso mesmo de um tempo, não sei quanto, mas preciso dele. Ainda quero socar a cara de Bjorn até que ele caia sem forças, mas antes disso preciso ter uma conversa com Jud. Achei que nosso relacionamento finalmente havia chegado a um nível sem grandes acusações ou cobranças, onde nos tornávamos um casal compreensível e que resolvem os problemas do cotidiano pacificamente. Só que pacifico e Jud não cabem na mesma frase, essa fúria espanhola é minha grande aliada mas as vezes parece ser a minha maior inimiga. Já passou do meio dia e nada dela aparecer, achei que ela apareceria no raiar do dia para ao menos buscar seu telefone e me chamar pela milionésima vez de babaca, mas Jud não apareceu. As enfermeiras pareciam estar em uma aposta secreta de "Quem irrita mais o Eric com esses remédios todos", entravam e saiam do quarto a todo instante, um saco. Ouvi algumas batidas na porta e me levantei como pude para me preparar para a imagem de Jud linda e furiosa na minha frente, mas não era ela.

 – Norbert… Bom dia. - disse desanimado.

 – Senhor Zimmermman, bom dia. Como o senhor passou a noite? 

 – Péssima, essas enfermeiras não param a maratona de entra e sai e todo o mais. - falei bufando.

 – Bem senhor, gostaria de lhe avisar que sua mãe e irmã estão a caminho.

 – O QUE? - O dia estava para piorar drasticamente.

 – Sim, senhor. Ah, a senhora Zimmermman foi para casa, na Alemanha digo. Chegou na madrugada mas esta bem, falei com Simona e ela esta cuidando de tudo por lá. O senhor pode ficar tranqüilo, vai correr tudo bem até a sua volta e todos nós esperamos que seja breve. - disse apressadamente.

 Jud tinha ido embora. Justo quando eu queria ouvir suas explicações, justo quando eu estava mais disposto a conversar, justo quando todas as coisas começaram a se encaixar dentro da minha cabeça dura, como ela mesma gosta de dizer. Mas tudo bem, melhor assim. Essas dores estão acabando com todo traço de humor e compreensão que posso ter.

 – Tudo bem, melhor assim. Não estou com cabeça para lidar com essa situação, quando estiver de volta a Alemanha nós teremos tempo suficiente para conversar sobre. Norbert… Sobre sua sobrinha, saiba que eu nunca mais quero vê-la na minha vida, nem viva nem morta, fui claro? Não na minha casa, espero que você entenda verdadeiramente os meus motivos. Eu quase perdi minha cabeça com toda essa história. - disse incisivamente. 

 – Eu entendo senhor. Nem eu nem minha esposa estamos de acordo com as coisas que Laila fez. O senhor pode ter certeza de que nunca mais essa menina participará de nossas vidas. Eu peço mil desculpas pelo ocorrido. - disse envergonhado.

Blanco y NegroWhere stories live. Discover now