Agora eu realmente me desespero. Laila, depois de muito relutar contou toda a verdade a Eric. Não que ele já não soubesse, pois eu lhe contei e re-contei, incansavelmente. Não só eu, mas também Bjorn, é inacreditável ver que Eric não confia no melhor amigo e na mulher que ele ama, e ainda por cima esta esperando um filho desse maldito cabeçudo.
Depois desses dias em Londres tentando de todas as maneiras enfiar na cabeça dura desse alemão que eu o amo e que não há nada nesse mundo que eu deseje mais do que ele, eu finalmente desisto. Eric é meu marido, o homem que escolhi para confiar e viver o resto dos meus dias, mas ele parece não se importar, ele sequer escutou as coisas que foram ditas nesse quarto a instantes atrás por mim, Bjorn, Laila e Norbert. Continua irredutível, continua me ignorando e a frieza do seu olhar deixa claro: Eric não confia em mim!
Esgotei totalmente minha quantidade de demonstrações de confiança e amor, e como se uma faca perfurasse a minha alma eu finalmente baixo os olhos, derrotada, humilhada, fracassada e exaurida. Finalmente a frieza alemã de Eric me venceu. Dessa vez o confronto de Alemanha x Espanha deu vitoria aos alemães. Não há fúria espanhola que seja capaz de me manter mais um minuto dentro desse quarto. O ar abandonou meus pulmões e com um ultimo olhar banhado em lágrimas de derrota deixo Eric. Deixo o homem que eu amo, aquele que me ensinou coisas inimagináveis, me deu dias de completa felicidade e profundo amor. Deixo para trás uma vida, e levo comigo uma nova. Eric não sabe da gravidez, e talvez nunca vá saber, não quero que ele decida ficar comigo porque estou esperando um filho dele, quero que fique comigo porque me ama, quero que confie em mim. Céus, Eric quis tanto ser pai, quando finalmente iria lhe dar a noticia ele me expulsa da sua vida com sua desconfiança e frieza. Quero me enfiar em um quarto, ficar reclusa e chorar, chorar, chorar e chorar. Quando sinto minhas pernas fraquejarem vejo Bjorn que corre em minha direção e me apóia segundos antes que meus joelhos toquem o chão.
– Jud, pelo amor de Deus, você esta bem? - Bjorn me olha preocupado
– Me leva embora daqui Bjorn, por favor, eu não suporto mais. Eric me desespera, me tira do sério. - Sou uma torneira aberta, choro desenfreadamente.
– Calma Jud, você precisa estar tranqüila para lidar com essa situação.
– Eu não quero estar tranqüila, eis o motivo, eu quero ir embora daqui. Quero minha casa, por favor Bjorn me leve para casa.
– Você não quis dizer hotel? - ele parece confuso.
– Não. Eu quis dizer exatamente o que disse: Casa. Alemanha - pelo menos por enquanto - .
– Mas Jud…
– Nem Jud nem leite. Ou você me leva ou posso ir sozinha, você decide. - estou no meu limite.
– E Eric? - Bjorn parece realmente não entender
– Eric fez a escolha dele Bjorn e eu espero que ele conviva bem com ela, porque eu estou destroçada.
– Vocês dois são impossiveis isso sim. Não sei porque fui arrumar amigos tão cabeça dura dessa maneira, até eu estou enlouquecendo com vocês. Por Deus!
– Bjorn, por favor. - digo com o ultimo fio de voz que ainda me resta.
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Blanco y Negro
Roman d'amourTive a idéia de criar a continuação em espécie de fanfic de uma das trilogias que mais mexeu comigo: Peça-me o que Quiser da autora Megan Maxwell. Amo, sou fã incondicional da sua história, mas escolhi dar uma nova visão. Ora, como Jud suporta tanto...