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Harry piscou. Estava deitado em sua cama, ao lado de Gina, sua atual esposa. Com quem, particularmente, não estava muito bem no momento.
Harry estava cansado. Cansado do trabalho entediante. Cansado das brigas com Gina e seu temperamento difícil. Cansado de fingir sorrisos para todos. Cansado de ver como todos pareciam achar que tudo estava totalmente normal.

Não estava. Harry sabia.

Ele sabia antes. Não sabia quando começou, mas sabia do seus desejos. E não eram com Gina...

Mais uma farsa. Sempre tem alguma coisa escondida, não é mesmo...?

Cedrico dizia à ele que seu segredo estaria escondido até a morte. E estava. Krum também prometeu não contar nada a ninguém, e não contou.

Talvez entendessem que Harry tinha uma "imagem" de hétero orgulhoso. Talvez soubessem que, se a mídia descobrisse, seria a ruína de Harry.

Não por ser gay, claro. Mas ser Harry Potter tem seus custos.

Uh, o que ele estava pensando??? Numa possibilidade de se assumir e separar de Gina? Jamais. Ele tinha seus filhos, que ainda que fossem pequenos e não entendessem, não podiam crescer sem um pai ou uma mãe. Ele sabia como era complicado, e, de forma alguma, proporcionaria algo parecido com suas experiências aos filhos. "Não seja tolo, Harry!" Pensou consigo mesmo, travando uma pequena briga interior entre pensar em um mundo onde poderia ser gay, e o mundo atual.

Ele estava feliz com Gina, mas não do jeito como todos imaginavam. Ela era como família para ele, sua irmãzinha mais nova. E nada a mais que isto.

Harry levantou. Precisava de um pouco de água. E talvez uma poção calmante.
Caminhando até a cozinha, parou alguns instantes e voltou ao quarto, pegando sua varinha e voltando. Seus instintos não falham. Andou devagar e calmamente, seguindo até a cozinha, averiguando todas as janelas em sua volta. Trancadas.

Ele ouviu um barulho. Olhou para trás, assustado, logo encarando a pequena garotinha Lily, sua filha mais nova de 5 aninhos, que lhe encarava.

– O que houve, Lily..? – Sussurrou em voz baixa, agaixando-se para ficar na altura da mesma.

– Tem um homem em meu quarto, papai... – Ela sussurrou com voz chorosa, temendo a reação do pai.

– Como?! – Ele levantou alarmado, pegando Lily e levando -a para outro cômodo, a sala de estar, e a deixando no sofá. – Não saia daqui, ok? Se não ficará sem doces.

Com um bico, Lily concordou. Era a única forma de a manter longe para que Harry averiguasse o que estava havendo.

Harry subiu, seguindo até o quarto de Lily e entrando, apontando a varinha para seja lá onde o tal homem estivesse.

– Olá, Potter... – Harry reconhecia aquela voz. Não tinha como não reconhecer.

– Malfoy..?! – Harry se aproximou do canto escuro onde acreditava que Malfoy estava, lançando um Lumus de forma não-verbal, agora encarando a face do homem que um dia foi seu inimigo de infância.

Ele parecia cansado. Exausto, na verdade. Olheiras abaixo dos olhos, um pouco de sua camisa desarrumada, de uma forma sexy... "Agora não, Harry James Potter!" Mas, claramente, ele havia se arrumado da melhor forma, como sempre, e como sempre, estava frio e distante.

– O que faz aqui? – Perguntou de forma direta.

Preciso da sua ajuda.

Masks | • Drarry •Onde histórias criam vida. Descubra agora