Mar de Amor - Adaptação Beauany ( Sendo Revisada )

Only Hope

Any Gabrielly

Eu não imaginava que o sétimo e oitavo mês da minha gestação fosse ser tão complicado, até precisei ser internada entre os meses por conta da falta de ar que sentia pelo peso da barriga, mas estava tudo bem.

Eu passava muito tempo de repouso, não podia subir nem descer escada, então agora eu estava dormindo no quarto de baixo.

Hoje eu tinha pedido a médica pra gravar pra mim os batimentos do bebê,  Jaden passou pro meu celular e eu ia colocar pro Josh ouvir quando fosse visitá-lo depois do almoço.

Depois que ele mexeu os dedos, parece que ele havia voltado ao estado anterior, ele estava quieto e não apresentou mais nenhum sinal de que ele poderia acordar, o médico disso que aquilo era normal acontecer, mas que não podíamos perder as esperanças.

Esses dias eu comecei a filmar quando o bebê chuta minha barriga, era tão bonito ver a forma do pezinho dele, mas devo dizer que aquilo doia muito eque ele já podia parar com isso.

O quarto dele já estava todo arrumado e só estava aguardando o momento em que ele nasceria.

Saio do quarto motivada pelo cheiro do almoço e entro na cozinha, me surpreendo ao ver Úrsula cozinhando, ela nunca cozinhou.

-você cozinha?- alfinetei e fui sentando no banco que tinha de frente a ilha da
cozinha

-você é bem engraçadinha sabia?

Começo a rir e pego uma maçã da fruteira.

-seu neto está com muita fome- digo tentando ver de onde eu estava o conteúdo da panela.

-por isso mesmo estou fazendo uma carne de panela com muita batata.

Sinto minha boca salivar só de pensar no gosto.

Eu não senti muitos enjôos durante a gravidez e também não senti muito desejo, e quando eu sentia, pobre Ron e pobre Jaden, eu realmente fazia os dois saírem de madrugada pra comprar o que eu queria.

Acho que o meu desejo mais estranho, foi o do sorvete dentro do suco de laranja. Depois disso os desejos simplesmente pararam.

-você vai comigo no hospital? - pergunto terminando de comer a maçã.

-eu não vou hoje, estou muito cansada, mas amanhā irei sim ou sim.

-você está bem?

-eu só não consigo olhar pro meu filho naquela cama, eu venho tentando aceitar, mas as vezes ainda dói muito.

E eu a entendia perfeitamente, é muito dificil ver quem você ama totalmente debilitado. As vezes eu também não tinha vontade de ir e vê-lo daquela forma, mas eu não queria deixá-lo sozinho e perder a oportunidade de vê-lo acordar.

...

Sento na poltrona que tanto já conhecia minhas formas e ajeito as alças do meu vestido

Noto que o quarto está mais caloroso, o ar-condicionado não estava tão frio quanto nos outros dias. As cortinas estavam abertas deixando a luz do sol entrar.

Josh estava mais bonito hoje, a pele estava mais corada e seu cabelo até que estava um pouco mais vibrante, devia ser pelo o fato de que os remedios tinham sido trocados somente pelo soro vitaminado para que ele recebesse os nutrientes que ele precisava.

-hoje eu te trouxe algo- digo ajeitando a caixinha de som que o Jaden me emprestou.

A coloco na mesinha que tinha do lado da cama, onde sempre tinha uma vaso onde Úrsula cada semana colocava um ramo de flor diferente.

Essa semana ela havia colocado rosas de um vermelho sangue muito intenso.

Elas emanam vida e um cheiro maravilhoso.

Aumento um pouco o volume da caixinha e ponho o som do coração do nosso filhinho pra tocar. Era um som meio afobado, mas era um som lindo e representava uma vida.

Seguro a mão do Josh e começo a conversar com ele.

-eu tenho filmado minha barriga, quando você acordar, você vai poder acompanhar o crescimento dela, o Jaden também tem muitos registros, ele é um tio bem babão, porém a JoJo consegue ser mais exagerada que ele, eu não aguento mais pousar pra fotos - sorrio com o comentário-mas admito que as fotos ficaram lindas quando as vi impressas em um álbum.

O coração do meu filho continua a ecoar pelo quarto e fecho os olhos relaxando na cadeira.

-eu decidi que o parto vai ser normal, o médico disse que não a riscos e que era melhor que uma cesariana, eu concordei, confesso que estou com um pouco de medo por conta da dor, mas eu sei que vai valer a pena.

Eu já estava me sentindo cansada, o que era normal já que eu estava com nove meses, a qualquer hora meu bebe poderia nascer, e eu ainda não sei um nome pra ele.

Abro os olhos e foco em Josh, inclino meu corpo com dificuldade e deito minha cabeça em seu peito.

-te amo e, mesmo que você não possa ver o nosso filho nascer, eu sei que você vai conhecer-lo, eu sei que você está lutando Josh - minha voz soa abafada e rouca por conta do choro que queria vim-mas eu confesso que necessito de você comigo, que quero que você segure minha mão, que me diga que vai ficar tudo bem e.

Sinto um arrepio percorrer da minha espinha até meus pé quando a mão dele sobe pela minha coluna e aos poucos chega até minha cabeça, os dedos dele acariciam meu couro cabeludo, era um carinho fraco, mas que transmitia tudo o que eu precisava, sentir seu toque.

Solto o ar que estava prendendo e levanto a cabeça devagar, não queria que sua mão saisse da minha cabeça.

Lágrimas grossas riscam meu rosto quando meus olhos encontram os dele, tão bonitos e expressivos como sempre foram.

Seus olhos brilhavam por conta da camada de lágrimas que escorriam pelas laterais de seu rosto.

- Joshua.

Minha voz sai como um sussurro. porém feliz.

-meu amor, você acordou-digo sorrindo pra ele- você...

Ele me olhava intensamente e eu podia sentir tudo o que ele queria dizer. A boca dele mexe, porém não sai nada.

-não precisava dizer nada-digo sorrindo que nem uma idiota- eu estou aqui, estamos aqui.

Levanto com cuidado e olhar dele desce até minha barriga enorme, beijo sua testa e meu corpo arrepia mais uma vez quando sua mão alisa minha barriga.

Eu sabia que ele ia acordar.

Chorem comigo aaaaaah
Acabou o sofrimento de vocês

Reta final