Capítulo dois

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ELI

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ELI

Eu passei o verão inteiro pensando sobre a morte, quando não pensava nisso estava pensando em coisas que deveria fazer, fiz uma lista:

Ir ao museu de artes plásticas no centro da cidade.

Aprender a nadar. Isso é algo que eu deveria saber.

Terminar o livro que comecei a escrever no início do verão, ou pelo menos parte dele

Assistir todos os filmes do Tarantino.

Beber cerveja. Sei que vou odiar.

Não era uma lista de coisas impossíveis que eu gostaria de fazer, era a lista de coisas que eram fáceis de mim se fazer e que eu queria que acontecessem. Talvez eu acrescentasse mais algum item, talvez...

— Dimi? — tiro meus pensamentos da tomada — Você está pensando em que?

Por que ele queria saber daquilo? Resposta: ele não queria. Devia ter ficado chateado por eu não ter respondido à sua pergunta porque estava viajando.

— Em nada.

Mentira. Estava pensando em Eli, nunca havia pensado nele antes, mas agora era diferente.

Ele ignorou, deu de ombros e disse:

— E então...? Você vai ir à festa com a gente? Téo vai nos levar de carro.

— Não obrigado.

— Qual é.

— Eu não quero ir Gabe! — eu não sei por que eu grite. Ele arregalou os olhos e me olhou sério.

— Tudo bem.

Os dois viraram-se e continuaram a conversar sem mim. Bufei e olhei para o gramado da escola, era lá que todos ficavam no intervalo, conversavam, riam e aproveitavam antes das aulas começarem, chamávamos de "vegetação". Ele me olhou e balançou a cabeça como se fosse um cumprimento.

Eu tinha sérios problemas para prestar atenção na aula de religião. Primeiro porque o professor era o cara mais despreparado para aquilo, segundo que eu estava com sono, por último; Eli estava poucas carteiras a minha frente, eu sabia que ele estava me evitando e eu também. Uma aula antes Eli e Gabe haviam discutido, uma discussão feia, eu estava lá no refeitório quando isso aconteceu, pelo que parece Gabe falou alguma coisa babaca para Maria, a amiga de Eli e ele ficou furioso, seu rosto tomou uma cor vermelha-pimenta e eles começaram a gritar alto dizendo que iriam brigar no fim da aula. Eu me senti um babaca por ser conhecido de Gabe, não sou amigo dele, eu não deveria ser comparado com as minhas amizades, eu poderia falar na cara dele que ele era um idiota, não teria problema, provavelmente Gabe me considera seu amigo, mas eu não.

Durante aquela aula os dois se encaravam feio. Depois da discussão Eli saiu correndo. Ele já havia se metido em outras encrencas, Eli é um daqueles garotos que entra em brigas e é odiado e amado ao mesmo tempo, todos dizem que ele tem problemas.

Abstrato como amarOnde histórias criam vida. Descubra agora