Depois de sair da sala e deixar Caio lá sozinho, seguimos pro restaurante Max e eu, e em todo percurso ele fica me olhando com uma cara como quem está querendo falar alguma coisa, ignoro o Maximo possível ate não dar mais._Fala cara, o que ? – Para bruscamente, olhando pro Max, ele me puxa pra um canto próximo aos bebedouros.
_Cara, você me desculpa, mas que coisa foi aquela lá atrás mano? Tipo, você anda muito estranho de uns dias pra cá, não quis falar nada antes porque achei que era só uma fase de adaptação ao novo ano letivo e tal, mas depois da cena que você armou lá dentro... cara não sei nem o que pensar.
_Não sabe nem o que pensar o que Max? Fala, o que tem pra pensar? – Falo já irritado.
_Disso – fala apontado pra mim – você anda muito nervoso ultimamente, na verdade mais que o normal, e meu, nunca vi você dar um ataque daqueles que você deu lá dentro com Caio, nem na época que você e a Patrícia namoravam. – O que me faz pensar por um minuto e ele está certo.
_Você ta certo cara, desculpa ... não sei o que ta acontecendo comigo, talvez seja só uma fase de adaptação. – Falo, agora penso em como falei e agir com Caio e me sinto culpado.
_Max, você vai na frente, preciso fazer uma ligação, já te acompanho. – ele faz o que pedi.
Pego celular e mando uma mensagem pro Caio.
"Oi! Ta ai?" – Felipe. - Vejo que ele visualizou mas não respondeu, tendo novamente.
"Qualé cara, sei que você visualizou, fala comigo" – Felipe. – Novamente ele visualiza e não responde, então acabo ligando, tenho que insistir, na terceira vez ele atende.
_Oi! – Falo, tentando falar em um tom de arrependimento.
_Fala Felipe. – Ele responde do outro lado, e percebo que ele ainda ta chateado.
_Caio, cara só quero me desculpa, serio... acho que agir como um babaca com você, serio, se quiser sair com seus amigos tudo bem, só não chegar muito tarde porque fico preocupado. Me desculpa? – Ouço ele respirar fundo do outro lado.
_Tá cara, tudo bem... e meio que eu tenho culpa também, devia ter avisado, só que sei la, acho que desde que vim pra cá não tenho ninguém se preocupando comigo, e acho que acabei esquecendo como é isso. Então me desculpa por aquele dia, vou ser mais responsável.
_Ta tudo bem, só avisa tá? E estamos bem? – pergunto pra confirmar. Ele sorrir do outro lado.
_Simmm, estamos bem. – O que me deixa feliz e bem mais leve que alguns minutos atrás.
Encontro o Max no restaurante, de lá vamos para trabalho. Quando chego no trabalho João me chama na gerencia pra conversa, o que me gela a barriga, sei la... por quê a pessoa não chega logo e fala? Esse negocio de precisamos conversar, vamos ali conversar ou preciso falar com você é a pior coisa do mundo. Chega logo e fala caramba.
Entramos e ele pega um envelope em cima da mesa da gerente e tira uns papeis de dentro, meu coração disparar, será que ele vai me demitir? Ele puxa uma cadeira e pede pra mim sentar, caramba ele vai me mandar embora, merda!
_Tudo bem contigo Caio? – ele me pergunta, como ele sempre faz quando conversa com qualquer um de nós, por mais que ele já tenha perguntado isso quando nos ver chegando na loja. Acho que deve ser meio que um roteiro que ele tem quando vai conversar com a gente.
_Então, depende do que tem nesse envelope ae. –Falo tentando parecer descontraído, o que faz ele rir.
_Relaxa – ele diz – Essa são suas férias, o RH mandou ontem, mas como você passou mal e não veio trabalhar não pude te entregar.
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A Metamorfose do Camaleão.
General FictionAs vezes o novo é um passo ariscado mas necessário para descobrir quem realmente somos, e não foi diferente com Felipe, jovem como todos os outros tentando se dividir entre trabalho e diversão e Facudade, até que conhece Caio, alguém bem diferente d...