V - deu medo.

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Deu medoQuando você pediu que a gente desse um tempoMeu coração bateu sofrendo em silêncioMe deu vontade de pedir: não vá embora

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Deu medo
Quando você pediu que a gente desse um tempo
Meu coração bateu sofrendo em silêncio
Me deu vontade de pedir: não vá embora.


Deu Medo - Leandro & Leonardo.


1994.

Às vezes parecia impossível acreditar no incrível salto que minha vida havia dado naqueles poucos anos. Parecia surreal, uma realidade paralela e distante.

A garotinha de 16 anos amedrontada do passado não tinha nenhuma consciência de que, anos mais tarde, seria capaz de sentir felicidade e amor em proporções tão gigantescas como eu sentia no presente.

Parecia que nada faltava.

A dupla de irmãos estavam viajando em mais uma de suas turnês pelo Brasil, e pela primeira vez eu não pude acompanhar desde o início. Estávamos no fim de junho e consequentemente no fim do segundo semestre escolar. Mantinha-me focada nas aulas da escola onde trabalhava, aprontando as provas de fim de semestre antes de entrarmos de vez nas férias do meio do ano.

Quando me mudei novamente para Goiânia, consegui transferir meu curso para uma das inúmeras faculdades da capital e estava formada a quatro anos, exercendo minha profissão de professora a quase um.

No começo foi difícil deixar tudo para trás, mas valeu a pena, pois recomecei minha vida com Fernando e, com ele ao meu lado, tudo parecia fluir naturalmente. Em breve eu abriria minha própria escolinha. Já estava tudo encaminhado. Tudo correria bem, tudo seguiria seu rumo, sem afobação ou pressa.

Quando as férias chegaram, peguei o primeiro vôo com destino a Londrina, local onde seria o próximo show, a fim de acompanha-los, pelo menos, no finzinho daquela turnê que estava sendo estrondosa, assim como todas as passadas.

Voltar para Fernando foi fácil, era como simplesmente voltar para casa após um longo período distante. Foram duas intermináveis semanas longe de meu amado e revê-lo foi mais que acalentador, pois, como todas às vezes, tinha certeza de que ali era meu lugar, ao seu lado, em seus braços, em sua vida.

Logo que o vi, corri em sua direção e o abracei forte como numa tentativa de fundir-me a ele, nunca mais sair de perto, nem em pensamento. Fui agraciada com seu forte aperto, seu cheiro me contornando, seu calor, seu tão conhecido amor. Eu não podia pedir mais nada que isso, tinha o mundo inteiro ao meu alcance.

Sorri e o beijei matando a saudade, necessitava tocá-lo mais que tudo, precisava sentí-lo. E como em todas as vezes que nos beijávamos; era perfeito. Sua mão que sempre ia para minha cintura em uma carícia que me arrepiava até os últimos fios de cabelo e deixava todo meu corpo em chamas. Como enrolava sua língua na minha com maestria e sempre com leves mordidas terminava nossos beijos.

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