Encontro às cegas

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Choi Seol, com quem você aprendeu o que namorado significa? — Abaixou-se, segurando nos ombros de Seol para que ela não fugisse.

— Tia Chaeyoung. A tia disse que era tipo papai e mamãe. — Falou, na maior inocência, como qualquer criança.

Ele sabia que não deveria tê-la deixado sozinha com Chaeyoung por aqueles minutos quando a visitaram, mas não teve como evitar, o dia estava muito quente e eles não tinham sorvete na geladeira. Yeonjun esperava que, pelo menos, aquele fosse o único termo que Seol havia aprendido da amiga desnaturada de seu pai.

Soobin não sabia exatamente como reagir, então ficou feliz quando Yeonjun resolveu sozinho o mal entendido. Não que repudiasse a ideia, apenas não havia a considerado. Só sabia o nome do veterano por causa de um cartaz que viu entre os corredores da faculdade, onde anunciava Choi Yeonjun como ganhador de um concurso. Curioso para saber quem era, perguntou a seu amigo quem era essa pessoa, e mais tarde o pode ver no refeitório da universidade, mas somente de longe.

— Desculpa pela minha filha. — Yeonjun soltou Seol, e levantou-se, falando com o colega. — É coisa da minha amiga.

— Tudo bem. — Abanou a mão e sorriu de leve. — É normal. Yeri adora fazer esse tipo de perguntas. A favorita é quando eu vou ter um bebê.

Yeonjun ri de leve, gostava como Soobin não demorava para entender situações constrangedoras, o fazia sentir-se mais "em casa".

— Ta! Não quero mais casinha. Vamo pega-pega. — Com um bico no rosto, Yeri falou alto o bastante para todos  perto da casinha de brinquedos. Bateu rapidamente na coxa do irmão. — Tá com o Oppa!

A tarde passou mais rápido do que puderam contar. No final das contas, Yeonjun mal conversou com as mães, ficou quase todo o tempo brincando com as
crianças, de diversas coisas diferentes. A cada minuto elas inventavam algo novo, então ele e Soobin tinham que se adaptar. Teve um certo momento em que pode ver a atuação do colega como uma idosa rabugenta, a qual não apenas arrancou risadas de Yeonjun, mas como das crianças. Em contrapartida, o mais velho teve que interpretar uma criança, pois Seol quis inverter os papéis. Por muito pouco, não precisou comer terra.

A parte mais perturbante foi quando teve que conversar com o Sr. Choi, pai da aniversariante. Era um homem alto, com seus quarenta e cinco anos. A Sra. Choi falou para o marido que o único pai que havia vindo era Yeonjun, e o jovem acabou sendo abordado bem no meio de um jogo de pique-esconde. Recebeu um longo discurso de como ser um bom pai e dicas aleatórias de mecânica. Yeonjun não ouviu quase nenhuma palavra que o homem teve a dizer, ficou apenas o observando, criando teorias de como havia ficado tão rico. Se tivesse aceitando uma das cervejas que o Sr. Choi tanto o tentava fazer tomar, talvez teria realmente perguntado o que o mais velho fazia da vida.

Mais para o final da festa, Seol pediu para ir embora, o que foi o um pouco antes do que o esperado. Sem pensar muito, atendeu o desejo da filha, especialmente porque estava cansado depois da conversa motivacional com o pai de família. No momento em que saíram Yeri estava abrindo alguns presentes, mas o de Yeonjun e Seol, que estava sem nome, não foi muito apreciado pela menina. Provavelmente Seol estava irritada com isso e queria ir para casa. Soobin já havia sumido há um tempo, então Yeonjun se despediu somente do Sr. e Sra. Choi, com os outros apenas deu uma simples abanada com a mão e um sorriso labial.

Naquela noite, outra coisa além do estresse da faculdade o tirou o sono, e foram os seus próprios pensamentos. Não conseguia parar de pensar no sorriso de Soobin. Eles haviam acabado de se conhecer, mas brincaram como crianças juntos, como se fossem muito próximos, e como era uma pessoa mais reservada, não era todo mundo que tinha a chance de o ver daquele jeito, tão confortável. E o jeito como Soobin sorria para ele realmente era memorável.
Porém, não queria esses pensamentos, por mais agradáveis que fossem. Não queria se meter em paixonites e relacionamentos, em sua cabeça, não podia jogar seu tempo fora dessa forma quando se é responsável por outro ser humano. Estabilidade, era disso que Yeonjun precisava, mas Soobin só poderia o dar emoção; exatamente o que a maior parte dos jovens de vinte anos procuravam, e o que Choi queria tanto evitar.

Kid's Play - YeonbinOnde histórias criam vida. Descubra agora