Capítulo 3.

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Luka pedalava sua bicicleta em uma velocidade normal, o vento balançava minha franja de uma maneira agradável. As tardes de Paris eram calmas, quando não tinham Akuma.

As ruas estavam vazias e silenciosas, dando um ar mais leve a minha cidade tão amada.

Eu estava de olhos fechados, aproveitando aquele momento, até sentir a bicicleta ir devagar até parar, e Luka se mexer.

-Marinette?-abro meus olhos e curvo um sorriso- chegamos!- vejo seu sorriso iluminando seu rosto.

Descemos da bicicleta, e ele pega minha mão em uma atitude carinhosa. Coro com isso.

Olho para frente e vejo a Ponte Dos Cadeados, a ponte do amor, dos casais apaixonados. Onde, através dela, colocamos nossos nomes e juras de amor, trancadas por um cadeado em um tipo de grade na ponte.

-Luka, eu..- sentia meu rosto corar, e ele beijar minha bochecha delicadamente.

-Que tal tentarmos?- vejo em sua outra mão um cadeado. Seu sorriso estava ali, aquele sorriso incrivelmente bonito que Luka era dono. Aceno com a cabeça e vamos em direção a ponte.

-M e L, sempre!- ele olhou para mim, enquanto escrevia com dificuldade a frase no cadeado com um metal pequeno.

Sorri. Eu sentia que iria morrer de tão quente que meu rosto estava. Quando Luka iria prender o cadeado ali junto com os outros, ouvimos um barulho. Akuma. Que ótimo! Justo agora!

Olhamos assustados um para o outro, então em um movimento rápido, tento correr para o lado oposto do meu namorado, mas acabo trombando em um corpo.

-Onde você vai?- Luka perguntou. Como ele veio parar aqui?

-Eu... ah... vou... vou me escon... der?- passei a mão na cabeça, nervosa.

-Você está indo pro lado errado, veja!- ele apontou para o Akumatizado, que se aproximava de onde estávamos- vem comigo!

-Mas...- e segurando minha mão, ele me puxa para longe do perigo.

Olhei para trás, no cenário tinha o Akumatizado, pessoas correndo assustadas, e por fim, o nosso cadeado jogado no chão.

Luka me levou para um lugar seguro, e abraçou meu corpo enquanto estávamos abaixados.

Logo, Chat Noir chegou, e meu coração ficou que nem louco em meu peito. Eu precisava ajudar ele!

Dali eu via, Chat não estava conseguindo, então, empurrei Luka e pegaria a primeira coisa que me viesse na frente. Ouvi ele gritar, mas o ignorei, indo enfrentar aquele que estava machucando quem eu amo. Amava!... não sei!

Ali, perto, a bicicleta do Luka estava jogada no chão. Carreguei ela até o local do akumatizado, agradecendo aos céus por ter resolvido ajudar Chat. Ele tava ali, jogado no chão, quase sendo vencido.

Com toda a raiva surgindo em meu corpo, peguei a bicicleta como se fosse uma pluma, e a joguei nas costas do akumatizado. Ele não caiu, mas se machucou, percebi isso com o gemido de dor dele.

Então, a adrenalina começou.

Ele virou, dando total visão ao seu rosto. Era um homem, muito alto. Usava um terno e chapéu azul escuro, sua pele num tom azul claro como o céu em um dia bonito. E seus olhos eram pretos, Apenas uma pequena bolinha branca morava ali.

Ele iria me atacar. E por que eu não mexia? Eu queria correr, mas não conseguia. Como se algo não permitisse. Fechei meus olhos e me encolhi numa tentativa de ver que tudo aquilo não passava de um pesadelo.

-Marinette?- ouvi um sussurro, antes de ser puxada para longe. Quando abri meus olhos, estava em minha casa, na varanda. Vi que quem me carregava era Chat, sua feição demonstrava cansaço. Pobre gatinho!

-Foi muito arriscado o que fez, princesa!- ele resmungou, com um sorriso de lado. Senti meu rosto esquentar. Eu nunca parava de corar mesmo?

-Eu... vi que precisava de ajuda então...- deixei a frase morrer, olhando para o lado. Burra! Foi muita imprudência. O que ele pensaria de mim agora?

Senti braços me envolverem, e por uma vez na vida, não corei. Mas meu corpo falhou, e percebi que quem me segurava era Chat, não minhas pernas.

-Obrigado!- ele agradeceu- se não fosse por você, eu seria pastel de gato agora!- ouço sua risada e reviro meus olhos. Aperto ele no abraço, como se aquela fosse a última vez.

-Estarei sempre ao seu dispor!- sorri. Então ele se afastou, me senti mal por isso, mas não demonstrei.

-Bem, tenho que salvar Paris agora!- ele pisca- tchau, princesa!- pulando de prédio em prédio, meu parceiro e colega de classe se afastou, tendo que enfrentar o perigo que Paris estava vivendo.

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-Zerou?- perguntei para Chat ao meu lado, após enfrentar o akuma.

Ele olhou para minha mão, mas não respondeu. Senti meu coração se despedaçar em pedaços. E abaixando minha mão, eu disse em uma voz baixa:

-Tudo bem, então..- me virei. Ouvi seu suspiro e depois o primeiro sinal tocando de seu anel indicando que seu tempo estava acabando. Ah, Adrien, se pelo menos fosse mais fácil tudo isso.

-O que está acontecendo com você?- Chat resmungou frio, o olho novamente, surpresa.

-Como.. como assim?- ele sabia de algo?

- Como assim?- ele riu- toda vez que eu vou lutar contra algum akumatizado você está tomando a frente e me deixando de lado, enfrentando isso sozinha. Me diga, por que está me protegendo como se eu fosse um jovem indefeso?

Sorri. Porque você é um jovem indefeso, Adrien. Porque você já sofre tanto, não merece passar por mais coisas ruins. Eu quis responder. Mas como?

-Eu só...- deixo a fala morrer, colocando minha mão em meu antebraço.

-Eu só quero que saiba.... que não preciso da sua proteção, igual você, eu fui escolhido pondo em risco minha vida, e aceitei- ele estava tão seco. E era tão ruim ouvir esse tom de voz saindo da boca dele, ainda mais sabendo que ali era Adrien e Chat Noir.

Molho meus lábios, ainda o encarando. Chat quebra esse clima tenso entre nós, indo embora com seu bastão, após o segundo sinal de seu anel.

-Espero que um dia me entenda, e não me odeie!- sorri fraco para a direção que Chat partiu.

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Mon Chat Noir.Onde histórias criam vida. Descubra agora