Freya - Ragnarok

Capítulo 3

Naquele mesmo dia, quando cheguei da escola fui maratonar Naruto.
As 19:30 meus pais chegaram em casa trazendo pizza para o jantar.

- Essa pizza tá deliciosa - eu disse de boca cheia.
- Está mesmo, quem fez isso, com certeza, é de outro mundo. - disse papai fazendo com que calafrios subissem de meus pés a cabeça.
- O que foi, Freya, porque você tremeu assim do nada?
- Não sei mãe, nunca aconteceu antes.
- Está um pouco frio, deve ser isso. Ah, conseguimos uma consulta pra você, meu amor. - disse papai.
- Sério? - pulei de alegria
- Sim, amanhã às 9:00 em ponto, garotinha, nada de acordar tarde.
- Muito obrigada, eu amo muito vocês.
- A gente também te ama, muito - disse mamãe rindo um pouco.

Droga, já é 1 hora, acho que perdi o tempo escutando música. Em alguns minutos peguei no sono e quando me deparei estava naquela mesma ponte dos meus sonhos.
Ouvi uma voz vindo de longe.

- Freya? Olá! Venha cá. - gritou um garoto que aparentava ter uns 19 anos, alto, de cabelos como de um índio.
Andei até ele, o mesmo estava na entrada do castelo.
- Como você sabe meu nome?
- Oi pra você também, meu nome é Odur, guardião dos sonhos dos recrutados. Seja bem vinda a Asgard! - ele disse me virando para ver o lugar.
- Uau, que lugar mais bonito, nunca tinha reparado direito.
- Ninguém repara, entre, aposto que você quer olhar dentro do castelo.

Finalmente entrei no castelo, e que castelo, pilares altos, janelas grandes e brilhantes feitas de vidro e com grades de ferro vibranium, salas decoradas com cadeiras aconchegantes e luxuosas, longos corredores com pisos de porcelana muito bem polidos.

- Ei - Odur me chamou fazendo eu me desconcentrar da beleza do castelo.
- Venha. - disse ele me levando para uma sala com um lustre de cristal no centro e grandes janelas.
- Sente-se, precisamos conversar.
- Hã? Eu posso acordar a qualquer momento e você quer conversar?
- Esse não é um dos sonhos que estás tendo, Freya Jeong.
- Tudo bem, sobre o que quer conversar?
- Certo, você não é da Terra, você é daqui de Asgard.
- O que? Isso não faz o menor sentido, cara.
- Acredite se quiser, mas você foi mandada pra Terra a exatamente 16 anos para salvar a mesma do Ragnarok.
- Então... O que eu sou? E o que diabos é Ragnarok?
- A pergunta não é o que você é, e sim quem você é, Freya. Você é a deusa do amor, magia, guerra e morte. E Ragnarok é o fim dos mundos.
- Deusa?! Fim dos mundos?
- Sim, mundos. Tem 7 mundos fora o que você está vivendo e fora Asgard. 8 deuses foram recrutados para salvar cada um desses mundos do fim, Thor, Tyr, Balder, Vidar, Idun, Njord, Forseti e você.
- Você está me dizendo que EU preciso salvar a Terra de um fim?
- É, isso mesmo. Mas não posso te explicar tudo, você tem que falar com Odin, ele é o guardião de Asgard.

"Odin? Que nome estranho." Passei o caminho refletindo.
Odur me levou para uma sala vezes maior do que a que tinha me levado antes. Lá tinha um trono com um velho homem, nem tanto, sentado, as janelas tinham grandes cortinas vermelhas e tinha uma escada na direção do trono. O homem que lá estava, aparentava ter uns 75 anos, tinha cabelo grande e um tapa olho no olho direito.

- Oh grande Odin, pai de de todos. - disse Odur se abaixando em reverência ao homem.
- Você está aqui, finalmente, Freya. Precisamos muito de você. - disse o velho homem levantando de seu trono e vindo em minha direção.
- E-e-eu, senhor? - disse gaguejando de tanta vergonha.
- Sim, sentimos que o fim está próximo, precisamos de você para preparar os outros 7 deuses.
- Como assim?
- Você tem o poder da profecia, você pode prever a data do Ragnarok.
- O senhor deve estar enganado, eu não tenho isso que você está dizendo.
- Você tem, só não lembra. Quando vocês foram mandados para os outros mundos suas memórias foram apagadas para não abusarem de seus poderes, apenas uma fração deles ficou em vocês. Você é boa em conselhos amorosos mesmo que nunca tenha namorado, não é?
- Sim, eu sou
- Foi isso que foi deixado em você, Freya, a magia do amor. Mas agora precisamos de seu dom de profecia, o Ragnarok está perto e precisamos impedir.
- Mas porquê eu fui recrutada pra terra?
- Porque você é a deusa do amor e a Terra é um lugar sem amor e está só piorando em quesito disso. Você vai levar a paz pra Terra, já que, na cronologia, ela é a última que está programada para o fim.
Fiquei calada pois não sabia o que dizer, "é só um sonho", eu disse pra mim repetidas vezes.
- Não é um sonho - disse Odin atrapalhando meus pensamentos. - Isso é real, você está fora de seu corpo, ou seja, só sua alma está aqui presente. Você tem que ir, acabou nosso tempo, preciso falar com Vidar agora.
- Ah, tudo bem.
- Tchau, minha criança. Se posicione no lugar correto e te acharás por completo.
- Tchau, senhor Odin.

Quando cheguei na saída do castelo acordei rapidamente, já era 8:30, apenas meia hora para minha consulta. Corri para o banheiro, escovei os dentes e tomei um banho rápido.