Capítulo 11

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02:00 da madrugada acordei desesperada, juro que ouvi alguém gritar no meu ouvido. Deitei novamente e ouvi o mesmo grito.
Alguma palavra vinha o acompanhando, mas eu não conseguia entender.

Levantei da cama e abri a porta do quarto com o propósito de encontrar algum guia ou atendente do chalé, mas não foi o que aconteceu. Eu estava no meio do nada, um local com luz somente da lua e com uma única árvore, sem casas, prédios, só aquela árvore. Quando virei pra voltar a porta havia sumido, então quando virei novamente bati a cabeça na árvore e caí pra trás. "Ai, merda. Essa árvore tava tão longe, como ela veio parar aqui?", pensei.
Quanto mais eu me distanciava, mais eu estava perto dela, eu corri, pra bem longe, e quando virei ela estava bem ali, atrás de mim.

Fiquei ali parada até alguém gritar de novo e de novo, foram vários gritos que diziam o mesmo nome.

- Surtur, Surtur, Surtur. - vinham de todo lado, sem parar.

Me veio uma onda de tontura e fraqueza e tive que me segurar na árvore, e eu não queria. Eu passei pra dentro da árvore, não sei como, e fui parar em outro lugar, um túnel, um túnel escuro e com um ponto de luz que aumentava a cada passo que eu dava. O clarão da luz queimava meus olhos, tive de fechar para chegar ao fim do túnel. Eu estava em outro lugar, novamente. Pessoas andando pra todo lado, tudo normal.

- Senhora! Pode me ajudar? - perguntei para a moça que passou perto de mim, ela pareceu não ouvir. - Senhora, por favor. - falei indo tocar nela, quando toquei meu braço passou direto pelo seu corpo.
- Droga, tô invisível. Merda, merda, merda. Como vou saber que lugar é esse?

Saí andando sem rumo até encontrar uma placa que dizia: "Você está no Brasil, bem vindo(a)!"

- Ok, fica cal... - quando eu estava terminando de falar começou a cair bolas de fogo do céu com toda força. Olhei pra cima e tinha um gigante de fogo acabando com tudo. Uma bola de fogo veio em minha direção fazendo eu me abaixar, quando levantei estava em outro lugar, em todos os lugares que passei o caos dominava, isso foi continuando até eu chegar onde eu morava, San José - Califórnia. Ao levantar eu me vi com meu arco e flecha atacando o gigante.

- Ora, ora, ora, quem temos aqui... Freya, deusa do amor. O que você poderá fazer para salvar esse mundo sem um pingo de compaixão somente com esse arco e flecha? - disse o gigante ficando do meu tamanho.
- Eu vou fazer o que posso, nem que eu precise morrer pra isso, Surtur.
- Cala a boca, sua imunda. - o gigante me empurrou contra o muro e cortou minha garganta fazendo eu cair e sangrar até a morte. - Nem conseguiu salvar Midgard e já morreu, deusa fraca. - a terra caiu em ruínas e caos, todos os seres humanos morreram e como pó a Terra morreu.

Comecei a chorar vendo aquilo, era mesmo o que ia acontecer? Eu não conseguiria salvar o mundo ao qual fui mandada? Sentei no chão e coloquei a cabeça entre os joelhos, senti uma mão me tocar, estava eu, novamente, em outro lugar, dessa vez era uma sala branca sem nada, só eu e as paredes.

- Deusa da guerra e morte, líder das Valquírias, salvadora de Midgard. Enfrente Surtur, gigante de fogo, aquele que guarda Muspelheim, ele lançará fogo nos 9 mundos no dia 03 de abril. Vocês, os recrutados, não tem muito tempo, vá imediatamente para Asgard, é hora de começar o treinamento. - disse uma voz grave e encorpada.
- Como? Eu não sei ir pra Asgard sozinha.
- Claro que você sabe, apenas se posicione no lugar certo para se encontrar por completo.
- Me ajude então, Odin me diz isso toda vez que me vê.
- Você tem que descobrir só. Agora vá, não há muito tempo.

Quando fui falar algo a sala escureceu e eu voltei para o local da árvore, só que dessa vez ela estava diferente, ela estava com um feixe de luz. Uma voz começou a dizer para eu tocar no feixe, ela disse repetidas vezes até eu dar um leve toque com o dedo indicador e... nada aconteceu, mas quando toquei de novo um vento forte tomou conta dali, as folhas começaram a voar e a grama se agitou. Olhei pro lado e vi alguém, era uma sombra negra, alta, uns 5 metros, e estava me encarando.

- Que...que...quem é você? - perguntei.
- Eu sou você.

Antes que eu dissesse algo, a sombra entrou em mim. Senti força e ira dentro de mim, minhas mãos começaram a ter aquele brilho vermelho de antes, só que muito mais intenso, o vento ficou mais forte fazendo meus cabelos voarem, tinha tanto poder em mim que eu gritei, gritei alto sem parar. No céu nuvens surgiram, raios apareceram e de repente Thor e Loki estavam a minha frente, impressionados com o que estavam vendo.

- Você se encontrou, bem que meu pai disse. - disse Thor fazendo com que eu voltasse ao normal.
- O que você faz aqui? - falei bufando de tanta adrenalina que ainda estava sentindo.
- Odin mandou te buscar, ele ouviu seus gritos e disse: vá atrás de Freya, ela se encontrou, e eu sem entender nada vim com Loki, ele vai ficar no seu lugar.
- Olá, lady - disse Loki.
- Olá, cavalheiro.
- Dois idiotas. - resmungou Thor.
- Thor, não temos muito tempo, temos que ir. Loki, se transforme em mim e entre naquela porta, agora.
- Você está autoritária. - disse Loki.
- É, eu sei. Mas vá logo, e vamos Thor, a-go-ra.
- Tá bom, tá bom.
- Tchau, Loki. Tome cuidado, voltarei em breve.
- Tchau, tome cuidado também.
- Vamos? - Thor perguntou
- Vamos.

Thor levantou seu martelo e o girou.

- Segure em mim. pode confiar. Heimdall, libere a Bifrost.
- Quem é Heimdall?
- Guardião da ponte. Se prepare.

Uma luz se abriu no céu vindo até nós, nos deixando na ponte.

O cabelo de Thor, que ficava com uma parte amarrada, se desamarrou.

- Porcaria, segura o martelo pra mim, se você conseguir, é óbvio. - disse debochando e me entregando o martelo, ele ficou na minha mão por 1 minuto até cair. - O que? Como você carregou o martelo? Ninguém conseguiu.
- Foi só esforço, não deixe isso afetar seu ego. - eu soltei o martelo porque Thor ficou em choque, e eu esperava que tivesse sido mesmo só esforço.

Freya - RagnarokOnde histórias criam vida. Descubra agora