Naoko e Boruto - A Nova Geração

Cap 56 - O Corvo

Naoko

- Um corvo? - Mamãe diz.

- É. Super legal, não? - Falo me sentando na mesa.

- É...

- Mas para poder invocar um, preciso de um pergaminho de contrato de invocação. Sabe onde posso arranjar um?

- Não. Sinto muito.

- Conhece ninguém?

- Bom... Conheci dois que tinham corvos.

- Sério?! Quem eram?

- Isso não importa agora. Nenhum deles tá vivo hoje em dia, infelizmente.

- Poxa. - Bati com a cabeça na mesa.

- Já falei que isso é falta de educação.

- Desculpa. - Me ajeitei.

Não comi muito e fui para o meu quarto. Depois de escovar os dentes, me joguei na cama e fitei o teto.

Estava quase dormindo, quando escuto batidinhas na janela. Olho e vejo o corvo.

- Olha, não é só porque eu te chamei de legal que signifique que eu vá te adotar. - Falo abrindo a janela. - Qual é o seu problema?

O corvo pousa na cabeceira da minha cama e olha em volta.

- Sério isso? Eu quero dormir, cara.

A ave começa a voar sobre o meu quarto, derrubando algumas coisas.

- Ei! Já chega! Sai daqui!

Ele pega o colar que meu pai me deu e sai pela janela.

- Não! Volta! - Salto da janela.

O corvo continua a voar com o meu colar pendurado no bico. Salto de telhado em telhado, tentando alcançar ele, mas sem sucesso.

- Corvo maldito! Juro que vou arrancar todas as suas penas!

Ele entra na floresta e continuo a segui-lo. Até que o mesmo pousa em uma pedra grande.

- Te peguei! Devolve! - Puxo o colar dele.

O corvo bica a pedra, que faz um som estranho.

- Mas o que...? - Bato também e escuto o som estranho.

Com os doujutsus ativados, consigo ver que a pedra é falsa.

- Será que consigo empurrar? - Toco de novo e a mesma se move sozinha, revelando umas escadas.

O corvo voa e entra nele.

- Espera! - Desço também.

Devo estar ficando louca por seguir um corvo no meio da noite.

Ao chegar no chão, olho e fico boquiaberta. Nas paredes de terra, vejo os símbolos do meu clã. Sigo as tochas e encontro o que parece ser um tipo de templo, com um pergaminho nele.

O corvo pousa sobre o local e olha para mim.

- Era isso que queria me mostrar?

Pego o pergaminho e o abro, vendo um mapa que marcava um local estranho.

- Então é isso? - Olho para ele - Quer que eu vá até esse local desconhecido porque você me mostrou? Nem morta! Sabe o que vai acontecer comigo se eu sair de novo sem a permissão da minha mãe?

Ele bate as asas e faz barulhos como se estivesse se comunicando comigo.

- Nem tenta! - Coloco o pergaminho no lugar e vou para a saída. - Legal, discuti com um corvo. Estou ficando maluca.

Saio e ele sai logo depois. A pedra se fecha sozinha e volto para casa, deixando o corvo para trás.

[...]

Mas e se eu falasse com a minha mãe? Ela poderia entender e até me levar para lá. Não... Meus pais nunca me falaram nada sobre o nosso clã.

Se eu disser sobre o que é, ela vai mudar de assunto e disfarçar como sempre fez.

Melhor eu deixar isso pra lá. Não deve ser nada demais mesmo.

[...]

Fui na lanchonete com os meus amigos. Saímos e ficamos todos conversando na praça.

- Seu idiota! - Me irritei com Iwabe.

- Calma aí, princesa. Estava brincando. - Ele sorri se afastando.

Me contenho para não ter que bater nele.

- Vocês dois não cansam de brigar? - Saori diz - O que há de errado com vocês?

- É ele/ela! - Falamos juntos.

- Cala a boca! - Me viro pra ele.

- Vem calar!

Escuto um som familiar e olho para cima da árvore.

Aquele corvo maldito de novo?!

- Um corvo? Que estranho. - Boruto fala - O que ele faz aqui?

A ave voa e pousa no meu colo.

- Parece que ele gostou de você, Naoko.

- Pois é. Agora sai. - Tento tirá-lo - Vai, sai.

O corvo voa de novo, mas continua perto de mim. E foi assim pelo resto do dia.

Estava voltando com Mitsuki para casa. O corvo voava sobre nós, me deixando mais irritada.

- Naoko.

Olho pra ele.

- Esse corvo está te seguindo o dia todo. Não acha que ele quer algo?

- Já vi. E não vou fazer a sua vontade.

- Mas e se ele não deixar de te seguir?

- Vou pegá-lo e fazer um travesseiro com suas penas.

Mitsuki ri.

- Seja lá o que for, acho que deva ver.

- Não posso. Se eu fizer, minha mãe vai me matar.

- Já tentou falar com ela?

- Ainda não.

- Tenta. E se ela não quiser ir com você, eu posso ir.

Paramos na porta da minha casa.

- Eu... vou pensar. Valeu.

- Por nada. - Ele sorri - Até breve.

Aceno e entro.

[...]

Minha mãe fica pensantiva. Contei a ela e a mesma ficou quieta por um longo tempo.

- E então? Vai poder me levar lá?

- Naoko... Eu... - Ela coça a nuca.

- Já entendi. - Respiro fundo - Tudo bem. Vamos fingir que nada aconteceu e que não conheci aquele lugar.

Minha mãe fica quieta e vou para o meu quarto.

[...]

Sento na janela e o corvo pousa na minha perna.

- O que quer agora? Que eu fuja? Eu tentei, tá? Mas não posso desobedecer ela de novo!

Ele fica me olhando.

- Eu queria saber o que eles tanto escondem de mim.

O corvo voa na minha frente e olha para longe.

- Eu não vou fazer isso. - Digo entendendo o que quer - Não vou. Não... vou.

[...]

- Naoko? - Mitsuki abre a porta.

- Você tem três minutos para pegar as suas coisas. E se contar isso para alguém, eu acabo com você.

- Tá bom. - Ele sorri.

Garoto estranho.