O Menor dos Seus Problemas

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Notas Iniciais:
Bem vindas de Volta. Esse capítulo é o meu favorito entre os que eu ainda tenho da história original. Porém sou suspeita né?
Tenham uma boa leitura e não esqueçam de deixar a opinião de vcs, ok.
Let's que bora!

O Menor Dos Seus Problemas



Depois que Barry trancou a porta se dirigiu a Eddie:

– Precisamos conversar agora mesmo.

– Barry, eu vou levá-la!

– Agora! – insistiu.

– Você por acaso é surdo? – Iris desafiou.

– Minha audição é perfeita, talvez você não escute direito – Viu a fúria dos olhos cor de Painite brilhar num tom mais quente, quase recuou mas negaria isso para si mil vezes se fosse preciso.

As faíscas trocadas pelos olhares de Iris e Barry poderiam queimar a casa inteira. E Eddie pressentindo a combustão que provavelmente deixaria os três em cinzas, ponderou por um breve momento e então falou a Iris:

– Barry e eu temos que conversar – Resolveu aceitar a ordem de Allen, mas não gostou do brilho de triunfo nos olhos do amigo, ele fazia aquilo mais por consideração aos anos de sua amizade, do que por qualquer coisa além disso.


– Eddie... – Iris o encarou realmente decepcionada.

O loiro lhe deu as costas, consternado por ter visto Iris sem qualquer resto daquela alegria que ele já gostava tanto de ver em seu olhar, e seguiu seu parceiro.



Barry mal havia fechado a porta do escritório e já estava perguntando:

– Ia levar ela pelas minhas costas, quando o combinado era deixá-la aqui?

– Combinado? – Eddie condenou a colocação de Barry com a expressão questionadora no seu rosto – quando mesmo que você pediu a minha opinião ou eu demonstrei estar do seu lado, porque na real, eu não lembro.

– É a nossa liberdade que está em jogo aqui, a de nós dois, é preciso mais do que isso pra você concordar comigo?

– Ela já disse...

– Eu sei o que ela disse! – Barry levantou o tom de voz – E já falei que não acredito! E você... – Barry soltou o ar dos seus pulmões, demonstrando uma pequena parcela de sua decepção – O que deu em você, Eddie?

– O que é que você quer dizer? – Eddie tentava não equalizar o seu tom de voz e deixar o clima mais denso do que já estava.

– Quando nos juntamos, o principio era simples. E você o seguiu habilmente até agora. Você nunca precisou dizer amém pro que eu digo, era só colocar dinheiro no meio e a minha mente brilhante pra funcionar, que você vinha atrás de mim abanando o rabo feito uma cadelinha adestrada esperando qualquer migalha que eu jogasse no seu colo.

Eddie deu um soco no rosto de Allen e tirou sangue do lado esquerdo do lábio de Barry que voltou a encará-lo com muito mais fúria.

– Vai à merda, você e os seus planos. Agora você está sozinho – Thawne disse antes de sair do escritório e Barry foi logo atrás.

– Sinta-se livre para voltar a bater carteiras por toda a Nova York, como moleque de 32 anos que você é – Barry disse com raiva em seu olhar, mas ainda assim mantendo a postura – afinal, é apenas pra isso que o seu nível intelectual serve.

Eddie saiu da casa, olhando para trás apenas para bater a porta na cara de Barry.


Eddie havia a iludido com promessas falsas, e sumido no mundo, Iris concluiu depois de dois dias sem a presença dele.

Eles tiveram um breve relacionamento de amizade mas ela sentiu confiança nele, algo naqueles olhos azuis lhe passaram bastante confiança e verdade. Mas quem era Iris West pra julgar o caráter positivo de alguém? – se questionava. Logo ela que constantemente acreditava em príncipes encantados que na realidade resumiam o seu final feliz em sexo e apenas isso.

Os dias foram longos demais.

Barry não a adulava pra que Iris comesse, na verdade eles nem se falavam, apesar de então estarem vivendo sozinhos sob o mesmo teto. Entretanto, o alívio de Barry era saber que Iris não passava fome e assaltava a geladeira quando achava que ele não estava vendo. Já o alivio de Iris, era saber que Barry não transporia o seu espaço como o abusado do Sam havia feito.

Mal o conhecia e sabia de cabeça muitos dos seus defeitos e a sua melhor virtude. Barry tinha um coração bom, mesmo que fosse irritante, teimoso e paranoico, bem no fundo ele era um cara legal.

Ainda assim tinha medo de tentar atravessar as barreiras dele e se machucar quando estivesse tentando quebrar todas as senhas que a fortaleza invisível que Barry deveria ter. Se conseguisse, talvez assim pudesse alcançar algo tão impossível quanto: A confiança do ladrão.

Pensando com um pouco mais de clareza, Iris chegara à conclusão de que existia um caminho mais simples a seguir:

Irritar Allen. Até ser expulsa dali.

Iris lembrou de Hunter um de seus melhores amigos nos tempos de escola, na infância. Ele estranhamente venerava a bagunça de seu quarto e chegava por vezes ao colégio triste porque a sua mãe arrumou o seu lixão particular, tirando todas as suas coisas do lugar.

Talvez Barry fosse como Hunter. Só havia uma maneira de descobrir.

Com um trabalho árduo, longo e minucioso, Iris limpou toda a casa não deixou nem um cantinho escapar.

Parecia outro ambiente, muito maior e menos ofensivo visualmente, falando.


– Obrigado – Barry disse admirado com o local olhando para Iris ainda passando o rodo no chão – Esse lugar realmente precisava de uma limpeza.

Barry acreditava que aquela iniciativa era uma  forma de conquistar sua confiança. Ia dizer a ela que não funcionou, porém Iris jogou o objeto no chão,  irritada, estava quase chegando ao segundo andar, quando Barry chamou:

– Iris?

– O quê? – Berrou involuntariamente, então olhou para ele, rubra de raiva.

– Aonde está o meu HD que estava aqui perto da televisão.

– Eu quebrei – Disse calma e com um discreto sorriso nos lábios – E depois eu joguei fora – Disse da maneira mais sínica possível.

Esperou os gritos irritados, mas esses não vieram.

Barry apenas sorriu e coçou as costas da sua cabeça dizendo:

– Acidentes acontecem.

– Claro – Voltou a fechar a cara – Acidentes acontecem.

Mais tarde, quando Barry voltou para casa com o seu mais novo e recém comprado HD, deu de cara com o sofá da sala todo rasgado e Iris vindo da cozinha prestes a comer um pedaço de pizza em sua mão.


– Desculpa pelo que eu fiz com o seu sofá – Abriu um sorriso, que podia dar a Allen a perspectiva da criança levada que fora um dia – Eu até procurei, mas não arranjei passatempo melhor.

– Não tem problema algum, aliás é problema do Eddie que vai dormir aí quando ele voltar, já que você está dormindo no quarto dele.

Viu o belo sorriso de Iris morrer na medida em que o seu tomava vida.

Dias depois Iris inventou outra faxina e enquanto limpava, fazia questão de ficar na frente de Barry. Que assistia pela milionésima vez desde que ela estava ali, a série The Big Bang Theory. Ele deveria ser obcecado por aquela série. Não havia maneira e nem hora melhor para irritá-lo.

Tomou uma distancia de mais ou menos um metro da lateral da TV e atirou água com sabão no chão e “acidentalmente” quase todo o liquido caiu em cima da televisão.

Barry correu até a tomada e a desligou antes que o desastre se tornasse ainda pior.

Ela viu a fúria brincar nos olhos de Allen e se conteve para não rir. Mas logo a raiva nos olhos esverdeados se tornou desdém e em seguida diversão.

– Eu realmente precisava de uma TV nova.

Ela fechou a cara e Barry se aproximou dela dizendo:
– Sabe, Iris... Primeiro eu achei que estivesse tentando me agradar com aquela faxina, mas só depois que você entendeu o que realmente é infernizar a vida de alguém, eu compreendi o seu objetivo. Quer que eu expulse você. Mas não vai dar certo, mesmo que você consiga me irritar, só vai sair daqui quando eu confiar em você, digo isso pela ultima vez e pelo menos desta, eu espero que você me escute.

– Vai para o inferno – Diz atirando o balde vazio, frustrada no chão.

– Boa noite pra você também, senhorita West.


Eddie voltou pra sua relação com Barry não era das melhores, mas eles deixaram o ressentimento pra trás, como sempre faziam e voltaram a se falar aos poucos.

Iris custou a perdoá-lo por ter sumido. Acabou fazendo isso porque querendo ou não, naquele momento, Eddie era o seu único amigo.

Ele comprou algumas roupas femininas, pra que ela parasse de usar as dele, que a deixavam extremamente desconfortável.

Thawne se surpreendeu quando Iris contou sobre a ideia que teve para tentar ser expulsa daquele lugar e como tudo deu errado.

– Mas ele pode não ter demonstrado – Eddie comentava – Iris, o fato de você ter destruído a TV deixou ele muito puto.  É muito engraçado ver o quanto ele se contém pra que você não veja isso.

Os dois riram juntos.

– Eu sabia! – Iris afirmou sorridente – Mas acabou que não serviu de muita coisa, eu ainda continuo aqui.

– Por mais que a ideia de infernizar a vida dele seja muito interessante...

– E bota interessante nisso... - Iris interrompeu.

Eddie voltou a rir acompanhado dela.

– Acho melhor você ganhar a confiança dele – Recomendou, Iris fez uma cara de desgosto – Ou pode matá-lo do coração e fugir daqui. Juro que encubro você.

Voltaram a rir alto por um tempo e quando se cansaram ficaram calados por segundos.

– Acho que eu realmente preciso conquistar a confiança dele – o sorriso dela se desfez – Nunca havia admirado a liberdade tanto quanto agora.

Eddie segurou as pequenas mãos da modelo nas suas e disse:

– Eu vou ajudar você a conquistar a confiança dele.

Ela voltou a sorrir e então Eddie questionou:

– Voltando ao assunto – fez uma pausa ao fingir que ponderava sobre o que ia dizer – Como você achou que limpar a casa iria irritar Barry?

Iris tentou se explicar, mas, Eddie não escutou por conta da própria gargalhada, o que levou ela a tentar ganhar sua atenção varias vezes e depois de falhar miseravelmente, simplesmente se juntou a ele ainda tentando se defender entre gargalhadas.

Barry vê a cena dos dois do alto da escada, irritado ele voltou para o seu quarto.


Algo que Iris fazia religiosamente depois de acordar, era ler o jornal que Barry deixava em cima da mesa de centro assim que terminava de lê-lo. Não tinha o mesmo habito quando vivia fora dali. Havia tanta coisa para fazer nos últimos anos e ler um jornal seria a ultima coisa em que ela pensaria em fazer.

Barry passou uma quantidade de tempo atípico com o jornal, pareceu muito animado com uma página em especial e passou bastante tempo lendo ela. Iris já não se aguentava de tanta ansiedade. Quando Barry finalmente largou o jornal, ela correu para pegá-lo. Como se os papéis fossem fugir dali.

Correu seus dedos até a página que Barry tanto admirou e qual não foi sua surpresa. Havia uma foto em preto e branco bem grande do segurança que abusou dela no desfile de Marjorie e em toda a grande página, a noticia de que Sam foi preso pela tentativa de roubo da Painite. E ele tentou se explicar, por várias vezes, porém Marjorie não lhe deu o menor crédito. Ele tentou até implorar, dizer meias verdades: contando não saber como a pedra foi parar em seu bolso e por fim ofender Marjorie, obviamente, nada deu certo e o velho iria amargar alguns dos poucos anos que o restavam na cadeia.

Iris sentiu lágrimas de alegria descerem pelo seu rosto enquanto ria do que havia acontecido com aquele velho sujo.

Estava vingada


Iris desceu a sala de madrugada e quando vê que é Barry que está deitado no sofá da sala escura, decide voltar ao seu quarto. Allen percebe a presença da modelo.

– Por acaso tem medo de mim, Iris?

Então ela usou o argumento usado pelo ladrão contra ele.

– Eu só não confio em você – Diz se voltando de frente para ele.

Barry ri e ela se aproxima dele irritada.

– Qual é a graça?

– A graça – Ele se levantou e se aproximou – é você achar que isso é um jogo. Eu a mantenho aqui para minha proteção e não por causa de uma birra idiota.

– Eu dei a minha palavra.

– Eu não confio em palavras – Sua boca falava uma língua e o seu corpo outra, o olhar dela, aquela força que ele tinha fez o braço dele se elevar e quase tocar seu rosto moreno.

Iris não percebeu aquilo.

Ela desistiu de conversar com ele e voltou às escadas, enquanto Barry deixava o seu braço cair.

Antes de subir, Iris pergunta com uma certa resistência:

– Como posso conquistar a sua confiança?

A campainha tocou e Barry foi atender. Sem fazer muito barulho, Iris foi logo atrás dele.

Um garoto baixinho de cabelos até os ombros, entrou como uma bala pela casa falando:
– Eu já fiquei sabendo que deu  tudo errado e tenho três coisas a dizer: Sinto muito, o problema é de vocês e aonde está o meu dinheiro? – Ele olha pra trás e finalmente vê Iris – Ah! Você está acompanhado.

– Ah não! Não estou fazendo companhia, eu fui sequestrada por ele – Disse com naturalidade e viu o rosto de Barry enrubescer. Gostou muito daquilo.

Ele franziu o cenho e disse:

– Prazer sou Cisco Ramon.

– Iris West – apertou a mão dele.

Cisco era da altura dela, tinha um sorriso bobo e um jeito pra lá de convencido.

– Tem namorado?

– Não – Ela franziu o cenho.

– Tem algum compromisso na sexta?

– Vem até o meu escritório – Barry interrompeu – Eu vou pagar o que te devo.


No escritório, Cisco perguntou se Barry sentia algo a mais pela garota que ele sequestrou, depois de Allen contar toda a história, ele concluiu:

– Na moral, essa história de não confiar na garota é papinho.

– Para de falar merda – Barry exigiu enquanto entregava ao Cisco tudo o que devia a ele.

Cisco riu da cara de Allen.

– Posso levar ela pra ver um filme no domingo? Eu prometo que a trarei de volta sã e salva. – Perguntou se levantando.

Barry fechou a cara e Cisco deixou o escritório aos risos, seguido pelo ladrão.

Quando chegaram a sala, Iris e Eddie estavam sentados no sofá, Iris estava com a cabeça repousada no ombro de Eddie, os dois conversavam baixinho.

Cisco olhou para Barry, tentando esconder o nervosismo e disse:

– Acho que eu sou o menor dos seus problemas, Barry Allen

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