Capítulo 4

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-Quis garantir que você pudesse entrar em casa sem atrasos hoje. -Ele sorriu.

-Muito engraçado, Hemmings. -Eu sorri de volta, chacoalhando as chaves que já estavam em minhas mãos.

Abro a porta, entrando rapidamente no prédio, sendo seguida por ele.

-Na verdade quem estava preso era eu. -Riu, coçando a nuca, envergonhado. Eu ri em seguida, chamando o elevador.

-Liz vai à feira quase todas as terças nesse horário, quando sai do trabalho. -Entramos no elevador. Ela é professora de matemática e alguns dias trabalha o dia inteiro, sem contar as aulas particulares para alguns alunos com um pouco mais de dificuldade.

Fui para um canto, pensando que ele iria para o outro, mas parou na minha frente, braços cruzados e encostando levemente o ombro na parede, olhando diretamente para os meus olhos.

-Está muito bonita. -Ele morde o lábio.
Tentei segurar o sorriso, desviando o olhar e permanecendo assim.

-Obrigada.

Caralho, eu não conseguia ficar estável com esse homem parado na minha frente.

A porta se abriu, mas ele demorou alguns segundos para se mover até o lado de fora e, quando o fez, riu.

-Percebi uma coisa agora.

-O quê? -Pergunto, colocando a chave no lugar.

-Como é que eu vou entrar em casa?

Tive de me segurar para não rir da cara dele. Pensei no que eu ia fazer agora e percebi que, como sempre... Nada. Apenas ficaria sozinha olhando para o nada e, antes que pudesse pensar direito, falei.

-Você pode esperar aqui em casa se quiser. -Abri a porta. Meu coração parou de bater por alguns segundos, quando percebi a cara surpresa que ele fez.

-Não quero incomodar.

-Não! -Percebi que fui eufórica demais. -Não será um incômodo, não tenho nada importante para fazer mesmo.

Ele deu de ombros e entrou. Entrei rápido e virei-me de costas para a sala, trancando a porta e percebendo o que eu havia acabado de fazer.

-Apartamento interessante.

Isso fez eu despertar e virar para ele, sorrindo fraco. Fui até a cozinha, largando as compras na mesa e minha bolsa na cadeira.

-Está com fome? -Perguntei, guardando algumas coisas.

-Na verdade, não. -Ele se escorou no batente da porta, observando meus movimentos. -Quem era a garota com você hoje?

-Está interessado? -Encarei-o, parando.

-Tenho a impressão de conhecê-la de algum lugar. -Ele move os ombros.

-Ela é modelo, deve ter a visto em alguma revista ou campanha na internet. -Escorei-me na pia. -E quem era o moreno?

-Está interessada? -Ele me imitou, mexendo as sobrancelhas, vindo em minha direção.

-Quem sabe. -Eu sorri. Observei-o enquanto ele sentava no canto da minha mesa, cruzando os braços, ficando bem na minha frente, como no elevador.

-E em mim? Está?

-Não mude de assunto, Hemmings. Te conheço não fazem nem dois dias. -Sorrio. Vai querer jogar justo comigo?

-Calum. É um grande amigo, tocamos juntos às vezes.

-Você toca? -Fiquei surpresa.

-Depende o quê. -Ele sorri, sacana.

-Então o quê? -Perguntei, inocente.

-Guitarra, violão... Às vezes piano.

-Uau. Vou querer ouvir um dia desses.

-Vou pensar se você merece. -Ele aproxima o rosto do meu, ficando perigosamente perto. Aproximo-me ainda mais, fazendo parecer que o ia beijar a qualquer momento, fazendo com que ele abra um sorriso leve e morda aquele maldito piercing. Meu coração acelera e quase me deixo levar por aquele ato. Ouço um barulho. Sorrio.

-Liz chegou, você já pode ir. -Afastei-me rapidamente, indo até a sala, deixando-o plantado na minha cozinha, desacreditado, enquanto eu sorria como uma adolescente que tinha acabado de aprontar.

-É, melhor eu ir mesmo. -Ele pigarreia quando apareceu na sala, abrindo a porta brutalmente e saindo, sem nem ao menos dizer tchau.

-Tchau pra você também. -Falei sozinha.

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capítulo curtinho com Luke bipolar Hemmings

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