Capítulo 2

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Levi não precisou alcançar o gramado para saber que estava com problemas

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Levi não precisou alcançar o gramado para saber que estava com problemas. A luz da sala tinha o abajur acesso, e ele facilmente poderia distinguir seu pai na poltrona, a figura diante da breve iluminação de seu celular.

Levi constatou as horas, a primeira hora do dia, e soltou um xingamento. Ele demorou para voltar principalmente por levar Maria até seu distrito, do outro lado da cidade, e depois seguir com Marc para ainda mais longe, o centro da cidade, no distrito Alfa, para ajudá-lo a carregar os destroços da Monalisa.

Ele não percebeu o horário até sua cabeça tombar de sono no vagão solitário. Agora, diante da própria casa, a mesma e entediante estrutura de todos os imóveis da zona Beta da cidade, ele sabia que estava em maus lençóis com o pai.

Ele entrou dentro do imóvel com um suspiro ansioso, ainda que mancando um pouco e esfregando os pés no tapete de entrada com a certeza de que, a julgar pelo encardido estranho do seu tênis, ele sujaria o interior de qualquer forma.

Seu pai, como sempre, sequer ergueu os olhos para o garoto, apenas ajustando a postura na cadeira com um suspiro.

"Devo perguntar ou você vai ter a decência de me responder antes que eu tenha que fazer isso?" A voz dele era tão suave como se ele estivesse falando sobre tempo. Os olhos castanhos permaneciam no telefone, a expressão imutável, e a pele rugosa que se estendia pelo rosto era pálida e flácida. Levi as vezes se questionava se seu pai era realmente seu pai. Além dos olhos castanhos, não haviam nada em comum. E também, seu pai era um tremendo rabugento.

"Saí com Marc e Simon. Não percebemos a hora, é tudo." Sua resposta foi vaga, indo para a cozinha e vasculhando o armário atrás de qualquer coisa para comer.

"Não tem nada aberto esse horário, Levi. E é desnecessário ficar na rua até agora. É sua passagem para um nível inferior de cidadão." Seu pai agora o olhava, Levi sentia isso, mas não desviou os olhos do sanduíche de presunto simples que preparava.

"Pai, várias coisas são desnecessárias e uma passagem para um cidadão de nível inferior. Colocar fogo em um estabelecimento, por exemplo. E você coloca eu na rua conversando com meus amigos pelo puro tédio no mesmo patamar que um incendiário." Levi finalizou seu lanche, dando a volta cozinha e indo em direção as escadas.

"Só tenha cuidado, Levi. Eles te observam." A forma baixa e fria que ele pronunciou as palavras fez um calafrio passar pela coluna do rapaz, que já subia os primeiros degraus.

Levi travou por um segundo, pensando imediatamente nas óbvias câmeras de segurança da rua e da fábrica. Ele não disse nada ao pai, apenas seguiu subindo e foi em direção ao próprio quarto.

Com um suspiro, a primeira coisa que foi fazer foi se jogar na cadeira da escrivaninha, dando uma mordida no seu sanduíche e inicializando as múltiplas telas azuladas do computador.

Ligou imediatamente para Maria. Ele sabia que ela não estava dormindo, ela ainda estava tremendo muito quando desceu a estação.  E também estava online, diferente de Marc que provavelmente já havia desmaiado.

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⏰ Última atualização: May 18, 2020 ⏰

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