Clarissa Monteiro é estudiosa e reservada. Com muito sacrifício conseguiu passar pra UFF Universidade Federal Fluminense, no Rio de Janeiro, em medicina. Tudo está bem até ela perceber que a faculdade é uma versão hard da escola, onde os babacas pop...
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Illan
Sou a merda de um desgraçado cansado dessa vidinha inútil de festas e fodas fáceis? Sim, eu sou.
Mas tenho que manter a droga da máscara de intocável por mais dois semestres até concluir a faculdade. Essa foi a única forma de passar pela tortura de me formar em um curso que nunca quis sem ser alvo de piada pra sociedade. Imagina como seria? Infeliz no curso e ainda zoado pelo povo? Humilhação demais pra uma pessoa só.
Ainda bem que as garotas que eu pego não esperam nada de mim. Sabem que são apenas uns beijinhos, umas trepadas e só. Eu nunca, veja bem, NUNCA namoraria com essas garotas na vida. Sabe por quê?
Você vai rir de mim agora.
Estou esperando a pessoa especial.
Tá, sei que é clichê e tudo mais, mas poxa, tenho 24 anos, serei a merda de um médico infeliz na profissão, terei que passar a vida inteira atuando pra fazer minha família medíocre feliz e ainda tenho que aceitar qualquer garota pra viver comigo? Ah, não. Nisso não posso falhar.
Além do mais, eu sou um cara romântico, amigo, gosto de conquistar e estar junto, sabe? Sempre sonhei com essa coisa de ter alguém pra ver um filme agarradinho, deitado na cama, comer pipoca e dar carinho. Soa brega, eu sei! Mas, caramba... É o que eu quero pra mim!
Não precisa ser uma Elisabeth Bennet toda marrenta e difícil, mas se for uma Daphne Bridgerton eu iria amar. Quem não quer uma garota que entende o que você pensa?
Eu poderia citar todas as minhas mocinhas dos livros que eu leio — secretamente — no meu Kindle, mas preciso mesmo é achar alguém real, única. Que me faça querer mais e mais, não apenas uma noite.
Mas como eu não consigo fugir do papel de "o maioral dos veteranos" do pessoal da faculdade, aceitei essa ideia idiota de me usarem como um dos cinco garotos dos quartos escuros.
Mais uma noite tediosa com uma qualquer querendo só "aquilo", se é que me entendem.
Estou cheio disso.
A porta se abriu, ouvi passos lentos e uma pulseira rosa se aproximando.
"Vamos lá, Illan, veste a máscara, você consegue!"
Repeti esse mantra umas cem vezes hoje.
— Vem aqui, fica à vontade. — Usei meu tom mais sexy possível, aquele com a voz rouca que as mulheres adoram.
— Hã... Estou bem aqui. Na parede. — Ela respondeu e parecia... nervosa?
Tá, sei que ela não sabe quem eu sou, já sei o que a fará se soltar de uma vez.
Me aproximei dela, toquei a mão no braço onde vi a pulseira e a puxei pra mim. A seduzi, passando lentamente sua mão pelo meu pescoço, tórax definido de suados anos de academia e parei bem acima da barra da minha calça.
