Cap. 1

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Rey's POV

"Leia!" digo, entusiasmada ao ver que minha chefe está de volta à central d'A Resistência, queria abraçá-la, mas não, eu não vou. Ela não é minha mãe. Ela não é minha mãe. Ela não é minha mãe. Repito esse mantra desde o dia que fiz a entrevista de emprego para trabalhar aqui. Ela sempre passa tanta segurança que, pelo menos para mim, é impossível não ver uma figura materna nela. "Oi", tento disfarçar o tanto que estou grata por ela estar de volta. Esse lugar tem uma energia melhor quando ela está por perto.

"Rey! Animada como sempre, pelo visto" droga, ela percebeu; ela sempre percebe. "Você pode vir até minha sala?" Estremeço, pois acho que desde que fiz minha entrevista, nunca mais entrei naquela sala; é tipo um santuário aqui na Resistência, só se entra quando é permitido, mas acho que toda sala de chefe é assim: uma espécie de maçã do jardim do éden.

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Entro, um pouco preocupada agora, pois a vejo sentada com um portarretratos na mão e quase que de costas para a porta, então eu bato levemente na madeira para me certificar que ela sabe que estou aqui. Ela não sabe, pois guarda correndo o portarretrato na gaveta e, virando-se para mim, fala tranquilamente:

"A Primeira Ordem possui um novo gerente, e ouvi rumores que eles estão trapaceando para conseguir as notícias em primeira-mão." inspiro e expiro, tentando manter a calma, pois não tenho certeza aonde ela quer chegar com essa conversa. "Você estaria disposta a se infiltrar lá para nos contar os podres daquele lugar? Assim poderemos nos firmar de vez no mercado internacional e impedir que as trapaças de Kylo Ren coloquem ainda mais em risco nossa empresa e a sociedade, pois sabe-se lá onde eles planejam chegar" ela expira, como se fosse cansativo pensar sobre isso. E eu concordo com ela.

"Claro" minha boca age mais depressa que meu cérebro "mas como faríamos isso? Não é como se eu não trabalhasse aqui."

"Eu sei, Rey, mas você faz apenas trabalho interno, até onde eu sei eles não sabem que você trabalha aqui" ela explica "eu tenho um plano."

Inclino um pouco minha cabeça para frente para fazer menção de estar ouvindo, mesmo que a ansiedade já esteja batendo, não posso deixá-la saber disso. 

"O serviço vai te pagar bem melhor do que seu trabalho interno aqui e," ela faz uma pausa "eu apenas sinto que você vai se sair bem. De qualquer forma, o plano é o seguinte: primeiro..."

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Eu saio da sala chorando, Rose e Poe chegam perguntando o que houve, inspiro fundo e volto a chorar. Rose me abraça e pergunta de novo o que aconteceu, e dessa vez eu não aguento mais e digo que fui demitida.

primeiro você está demitida.

Mesmo sabendo que meu emprego vai salvar o emprego deles, não consigo evitar me sentir constrangida por estar mentindo tão descaradamente para eles, mas como a Leia disse, é mais sábio agir assim do que espalhar para meio canto do mundo que estou me infiltrando na empresa rival.

Então eu choro mais; choro por saber o tanto que sentirei falta deles e pelo que está por vir. Sei que não será uma missão fácil e a dúvida se implanta na minha cabeça: e se não der certo? 

Não, não é meu lugar para duvidar, está no meu lugar agir, e assim o faço. Me desfaço do abraço que Rose me dava até agora com dois tapinhas nas costas dela e um meio sorriso e vou até minha mesa arrumar meus pertences para partir para o desconhecido.

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Ao chegar no meu apartamento, pulo na cama e pego meu notebook para pesquisar tudo que eu conseguir encontrar sobre a Primeira Ordem. As notícias são muito bem redigidas e percebo que sobre a empresa mesmo, tem muita pouca coisa. Jogo o nome do novo gerente que eia falou, Kilo Ren - nenhum resultado encontrado. Tento digitar o nome de outra forma; Kylo Ren e, finalmente, aparecem algumas coisas sobre ele, mas nada que me interesse, ou melhor, interesse ao trabalho. Até onde eu vi ele é formado em jornalismo e foi trabalhar na Primeira Ordem um pouco depois de sair da faculdade, ou seja, lá pelos 24 ou 25 anos, levando em conta a média de anos que se demora para formar nisso, e está há cinco anos lá, então ele deve ter uns trinta anos?  Subiu bem rápido na carreira, impressionante. 

Busco uma foto dele nesse site e, ao encontrar, não seria exagero  falar que o homem é bonito; ele tinha um semblante sério, como se estivesse preocupado com alguma coisa quando a foto foi tirada, mas deixo isso de lado e memorizo o rosto dele para saber com quem estarei falando amanhã.

Mais uma vez, olho o currículo metade verdadeiro que Leia me deu: formada em jornalismo? Sim. Já trabalhou para A Resistência? Nunca, apenas para jornais menores, o maior que eu trabalhei não durou muito e foi A República. 

Mordo o lábio inferior enquanto envio meu currículo por email, a vaga estava aberta, assim como Leia disse que estaria. 

A antiga vaga dele. 

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⏰ Última atualização: May 14, 2020 ⏰

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