No Place To Run

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Desceram uma leva de três pisos e cruzaram o primeiro andar inteiro numa velocidade impressionante. O trajeto, que normalmente levaria em média vinte minutos, fora reduzido à metade pelas passadas largas e impetuosas de Yifan. Os outros se esforçavam na tentativa de acompanhá-lo. Inutilmente, já que, ao chegarem à porta que dava acesso a sala de vídeo, foram dispensados sem compadecimento, restando apenas Zhou Mi. Wu gesticulou para o segurança a postos, garantindo a guarda da passagem, e ambos adentraram velozmente.

A saleta estava quase vazia, monótona como de praxe. Havia apenas dois supervisores sentados de fronte a três aparelhos televisivos, o maior no centro seguido de dois médios de cada lado. Nas telas mostravam-se pequeninas áreas quadriculadas, as quais expunham cada canto da boate. Yifan avançou para perto de uma delas, empurrando um dos empregados no processo, e perscrutou as filmagens com olhos afiados.

— Essa aqui. — sinalizou com o dedo. — Quero que amplie.

Os homens se entreolharam em um misto de incerteza e pavor, contudo, nada questionaram. O humor de seu chefe, ao que tudo indicava, não estava dos melhores àquela noite, sabiam que a opção mais sensata seria acatar às suas ordens. Posto isso, rapidamente um conjunto de "cliques" ganhou a sala. Seus dedos percorreram algumas teclas, até que a tela principal exibisse o cenário do camarote por inteiro.

Dentre as duas câmeras que vigilavam o lugar, Wu escolhera a que fornecia um ângulo mais detalhado de Goo. A despeito da imagem imperfeita, podia-se discernir o semblante predatório do homem enquanto segurava Tao pelo queixo e balbuciava algo. O garoto aquiesceu ao que lhe fora pedido, acenando positivamente com a cabeça, logo antes de se ajeitar, ainda, sobre os joelhos. Suas mãos puseram-se a desafivelar o cinto do mais velho, seguido dos botões e zíper da calça elegante.

Zhou Mi ouviu um chiado vindo de Yifan. Ele rangia os dentes de braços cruzados, assistindo atentamente à progressão dos movimentos de Zitao. As mãos do rapaz iniciaram uma massagem provocativa sobre a cueca de Dongyul. Os dedos ágeis alisavam a excitação túrgida superficialmente, levando-o a loucura. Instantes depois, à medida que os punhos do cinquentão cerravam-se nos fios loiros, Tao adentrou a roupa íntima, apalpando o falo com mais pressão.

Wu deu dois passos adiante, mais alguns centímetros e eclipsaria a visão do televisor aos demais. Observou o bailarino interligar os olhos com os de Goo, descendo suas vestes pouco a pouco. Yifan vincou a testa e parecia baixar os próprios braços em sincronia ás calças do velhote. Sua expressão corporal denunciava apreensão e incredulidade; presumia as ações posteriores do mais novo, mas custava-lhe acreditar que ele, de fato, as faria.

A fisionomia desorientada dos supervisores cedera espaço à surpresa que os arroubou quando Huang, após liberar a masculinidade do outro, provou-a com um par de lambidas rápidas. Prosseguiu bombeando toda a extensão com a destra; a canhota se esgueirou rumo à traseira dos shorts, puxando um conveniente preservativo. Prendera-o entre os dentes, abrindo o pacote, e encaixou-o na boca, baixando-se até, finalmente, acomodar a coroa inchada por entre os lábios. O alto gemido que escapara de Goo foi encoberto pelo estrondo das mãos de Yifan chocando-se com o tampo da mesa violentamente, assustando a todos.

— Filho da puta! — explodiu Wu, irado. Uma veia saltava em sua testa, o rosto avermelhava colérico, e a boca comprimia numa linha fina e trêmula, tamanha a força imposta.

Nenhum dos presentes arriscou acalmá-lo. Direcionaram os olhos para o chão, receosos em manterem-se atentos ao pequeno show.

— Zhou Mi, — gritou, por mais que não fosse sua intenção. Havia perdido o controle da própria voz, bem como de suas emoções. — fique de olho e me avise quando esta palhaçada acabar.

Stray Cat • TaoRisOnde histórias criam vida. Descubra agora